Duas listras - Dramione - Concluída

Aquela décima quarta semana

Sentiu um calafrio quando o gel gelado foi passado sobre sua barriga, era estranho perceber que a cada dia sua cintura estava sumindo dando lugar para uma silhueta redonda. Começou a deixar de lado toda roupa apertada, optando por calças folgadas e blusas largas. Agradecia por não está mais como no início da gravidez enquanto surtou ao imaginar ser mãe. Naquele momento estava mais tranquila e com a mente focada em fazer de tudo para que seu bebê tenha uma vida maravilhosa. 

Draco estava ao seu lado com os olhos vidrados na tela onde apenas se via um borrão que era o seu filho ou filha. A ansiedade se resumia que naquele momento descobriria o sexo do seu bebê e de como passaria os próximos meses tentando escolher um nome. Daquela vez quem os levou foi seu pai, então, os deixou para a consulta e foi embora para trabalhar. Sendo assim, estava apenas os dois adolescentes e o médico que passava o aparelho sobre sua barriga. 

— Esse som é os batimentos cardíacos. — um barulho fraco ecoava pelo consultório. Foi inevitável não se emocionar, seus olhos foram em direção de Draco que sorriu segurando sua mão. — Está tudo bem com o bebê de vocês. Afinal, ele ou ela está numa boa posição. Vocês… 

— Sim! — Draco respondeu ansioso, seus olhos focaram no médico por alguns segundos. — Queremos saber o sexo do bebê. 

— Certo! — o médico riu, passou o aparelho pela região alta da barriga dela. Então, apontou para tela indicando algo que apenas ele entendia, mesmo que os pais se sentisse agitados apenas com o vislumbre do desenvolvimento do bebê deles. — Bom, é uma menina. 

— Uma menina? — Draco perguntou contente. Então, pulou animado fazendo médico rir e Hermione acompanhá-lo animada. — Você ouviu isso Hermione? É uma menina. Uma menina! 

— Você precisa se cuidar, ok? — perguntou o médico fazendo-os voltarem a prestar atenção nele. — É uma fase propícia a ter anemia, por isso coma comida com bastante ferro e nutrientes. — começou limpar a barriga de Hermione com um papel. 

— Irei me cuidar. — Hermione confirmou sendo ajudada por Draco a se levantar da maca, arrumou a blusa folgada e calça de tecido leve que usava. — Mas alguma coisa? 

— Não! — ele negou. — Parabéns pela futura menina. 

— É uma menina. — Draco saiu com o braço entrelaçado com de Hermione após se despedirem do médico. — Ah, eu estou tão feliz. Vamos ter uma menina. 

— Eu também estou feliz. — Hermione já começava a imaginar como sua filha seria. — Será que ela vai ser loira? 

— Não sei, mas ela pode ter a cor dos seus olhos. — Draco comentou enquanto saíam do hospital. 

Hermione começou a conversar com ele de forma empolgada, imaginando como seria a aparência e a personalidade dela. Cada frase que Draco dizia aquecia o coração de Hermione que percebia a forma como ele falava de um ser que nem ao menos havia nascido ainda. Draco já a amava. Cada pedacinho daquela pequena menina. Isso apenas fazia que ela ficasse o tempo todo com o sorriso no rosto, por um milésimo de segundo chegou a imaginar os três como uma família. Logo descartou essa ideia, provavelmente eles não ficariam juntos. Talvez fossem grandes amigos, mas não queria dizer que seriam grandes namorados. 

— Você quer comer algo? — Draco trocou de assunto assim que seguiam tranquilamente pelas ruas. Aquela semana ambos passaram os dias fazendo uma prova atrás da outra, então o final de semana chegou e com ele a consulta que havia marcado) Noutra semana seria o fechamento do bimestre e ambos continuariam seus estudos. 

— Não. — negou, realmente não estava com fome após um belo café da manhã que sua mãe havia preparado. 

— Você precisa comer Hermione. — disse ele sério. — Minha filha precisa ser forte e a mamãe mais linda mundo também. 

Hermione olhou para ele e começou a rir. 

— Não fique me chantageando, falso. — riu batendo no ombro dele com a outra mão enquanto que Draco negava com a cabeça. 

— Eu estou falando sério, você é linda. — ele falou sério trazendo o olhar de Hermione para si, a risada havia parado quando a intensidade dos olhos azuis acinzentados atingiu Hermione. — E sendo mãe da minha filha está mais linda. 

Hermione abriu um sorriso tímido. 

— Então você diria isso para qualquer mulher que você engravidasse? — questionou ignorando os batimentos cardíacos acelerados. 

Percebeu que haviam parado em frente da sua casa, o caminho até lá foi tão rápido que Hermione nem ao menos se tocou do trajeto que fizeram. Poderia ter passado horas que não perceberia, naquele instante estava parada de frente para Draco, encarando-o. Ele era mais alto, tinha o corpo mais forte, tinha a pele mais clara. Tão diferente dela que era uma mulher baixa que ainda estava com uma bola crescendo no lugar da sua barriga. Contudo, a forma como Draco lhe encarava apenas confirmava que as palavras anteriores dele era verdadeiras. Ele a achava a mulher mais linda do mundo. 

— Não. — negou, Draco não dizia que ela era linda apenas por ser a mãe da sua filha, mas simplesmente por Hermione ser absurdamente bela. — Não diria, apenas para aquela mulher que eu realmente achasse bela. E você é a mulher mais linda que já via na vida. 

Hermione engoliu em seco, ficou sem palavras diante daquela frase. Então, apenas ficou parada quando a mão de Draco chegou perto de seu rosto e tocou levemente sua bochecha. O toque quente em choque com sua pele gelada apenas fez o seu corpo inteiro se arrepiar. Talvez fosse aquele magnetismo que estava emanando daquele corpo alto, mas ela não sabia se era o motivo o suficiente para ter dito uma verdade como aquela. 

— Eu estou feliz que tenha sido você, o pai da minha filha. — não conseguia se imaginar sendo mãe do filho de outro homem. Nem seu ex-namorado conseguiu essa proeza em imaginar por alguns milésimos de segundos uma família amada e feliz. Então aquele sorriso que surgiu no rosto dela apenas lhe fez retribuir satisfeita. 

— E eu fico feliz que tenha sentado ao meu lado no meio daquela festa. Sabe, por quê? — questionou, a viu negar com a cabeça. — Eu tinha cansado de ficar observando a garota que eu gosto nos braços de outro. 

Aquela sentença fez o coração de Hermione palpitar mais rápido, sua boca ficou seca, seu corpo paralisou ao ouvir uma declaração cheia de intensidade daquela forma. Não conseguiu reagir diante de algo como aquilo, apenas se aproximou mais do corpo masculino de maneira inconsciente como se tentasse demonstrar através do gesto que o queria também. Talvez ele tenha interpretado de forma correta o que se passava pela sua mente, talvez seus olhos estava dizendo mais do que sua boca conseguia colocar em palavras. 

Apenas teve certeza que Draco também queria a mesma coisa quando os lábios dele colidiram com os seus de uma maneira hesitante, avaliando sua reação, tendo a certeza que poderia avançar. Quando fechou os olhos e segurou a nuca dele apenas deu espaço para que os lábios se mexesse contra os seus, a mão em sua cintura se intensificou, a língua quente tocou a sua de maneira habilidosa. Enquanto beijava aqueles lábios soube que repetiria mil vezes se fosse possível. 

Quando se separaram Draco observou o rosto de Hermione de perto, a pele branca, os sinais espalhados pela bochecha, os lábios finos tão atrativos. Era a coisa mais bela que poderia ver na vida, Hermione parecia uma obra de arte que não deveria ser tocada, apenas adorada. Os olhos castanhos transbordava do mesmo desejo que na noite que ficaram juntos, eles lhe diziam tantas coisas que em palavras Hermione não conseguia colocar. Então, apenas puxou novamente o corpo feminino contra o seu dando-lhe mais um beijo e sentindo a barriga inchada contra o seu corpo, sorriu entre o beijo. 

A filha deles seria quão bela quanto a mãe.

E a amaria ainda mais do que a mulher que estava em seus braços mais uma vez.