O GAROTO PERDIDO

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Era uma vez um garoto que não existia de verdade. Ele vivia em uma casa em que tudo era possível, e cada canto era uma descoberta. Uma cerca viva era um castelo. Um graveto era uma espada. Sementes de dente-de-leão eram a poeira necessária para fazer mágica.

Era uma vez um garoto, e ele tinha um amigo, e eles eram melhores amigos. Eles criavam infinitos mapas juntos: ele era o capitão da floresta, e ele, a marinheira. Eles inventavam músicas sobre pássaros que voavam de trás para a frente, sobre bilhetes perdidos em garrafas, sobre lagartas torcendo para se tornar borboletas. Na luz brilhante do fim do verão, eles gravaram suas iniciais, um S e um N na lateral de uma árvore. Eles juntavam mágica em suas mãozinhas, e voltavam para casa aos tropeços a cada noite e caíam no sono com grama ainda no cabelo

O garoto desejava ser algo diferente, mas o quê, ele não sabia. Talvez um pirata, um palhaço, um mágico. Ele queria que a liberdade o moldasse na forma que ele deveria ter. Era uma vez um garoto que não existia de verdade. Exceto que ele existia, para uma pessoa: um garotinho, quando ele partiu para ser livre, foi apenas porque o garoto permitiu. O garoto prometeu nunca a esquecer: não porque ele fosse particularmente teimoso, ou tivesse tendências a sentir culpa. Ele sabia que era simplesmente impossível. Mesmo que viessem vários invernos e as luzes escurecessem a ponto de ele se esquecer de tudo, ele ainda se lembraria.

Mesmo quando as folhas escurecessem sob a neve e quando as iniciais na árvore começassem a sumir ao longo dos anos. Até mesmo quando essas iniciais fossem quase invisíveis, e quando alguém cortasse a árvore e a transformasse em um barco, ele ainda se lembraria. Era uma vez um garoto que navegou para longe, inseguro sobre qual futuro essas águas escuras e desconhecidas guardavam.

TODO MUNDO ODEIA SASUKE UCHIHAOnde histórias criam vida. Descubra agora