A Torre Inversa

𝟏𝟓

Com apenas metade do rosto a vista, Taehyung observava o predador arrastar seu Machado no chão, caminhando lentamente.

— O bicho ainda tá patrulhando a área, o que a gente faz agora? — O mesmo pergunta sem tirar os olhos.

— Vamos sentar e esperar — Jin disse sentado no chão da caverna que dava passagem ao outro lado, enquanto Jimin e Taehyung continuavam de tocaia. — Um truque de invisibilidade não funciona duas vezes com a mesma vítima.

— Catapimbas mano! Se ao menos o Jungkook ou o Yoongi estivessem aqui... — Taehyung reclama se sentando ao lado de Jin. — Eles dariam conta desse cara, sem eles somos um bando de fracotes.

— Ah para né monamour? — Jimin suspira e olha para Tae com um olhar intrigante e um sorriso de canto. — Me poupe que não sou obrigado!

— Hum? Como assim? — Ele arqueia a sobrancelha.

— Sim... Jungkook e Yoongi são fortes! Mas força nenhuma vence batalha! — Ele passa o dedo de leve no queixo de Tae, deixando o mesmo de boa aberta. — O que vence uma batalha é tempo e estratégia, e inteligência temos de sobra.

Ele sentiu seu coração errar umas batidas.

— Quem foi que derrotou o Bogum quando ele queria acabar com Jungkook? Fomos nós dois com um plano... Quem foi que derrotou a jumenta voadora quando ela queria destruir o mundo? Exatamente meu amor, nós dois.

Taehyung sorriu, o encarando com o mesmo olhar intenso.

— É mesmo, você tem razão! Não é engraçado? Nós dois sempre estivemos juntos todas as vezes. Um apoiando o outro. Parece até coisa do destino.

— É... Eu nunca imaginei que um dia me apaixonaria por você. — Jimin sorri.

— Talvez porque estivesse cego por um surfista grandão e cheio de marra né? — Ele brinca arrancando risadas de Jimin. Era como se só estivesse os dois em seu próprio mundinho.

— Ai meu filho! Nem me fala do Jun! Se ele aparecer aqui eu te largo em dois tempos.

— Isso... Me despreza mesmo, me larga na sarjeta que eu gamo mais... — Ele diz com a voz rouca.

— E eu não sei? Conheço seu tipo... — Jimin estala a língua, os dois estavam tão próximos enquanto se provocavam, que não bastou um segundo para suas bocas se encontrarem.

Do outro lado, Doutor Stravos se mantinha em aflição.

A cabeça do mesmo estava uma tempestade de informações, nunca havia presenciado o sobrenatural de perto, nem mesmo sabia que era real.

Ele foi tirado de seus devaneios quando uma voz doce e infantil chamou sua atenção, era sua irmã, Dahyun.

Ele se retrai, gritando, sua mente gritava, nada disso era possível pra ele. Enquanto isso, a criança o abraçava.

— D-Dahyun é você mesmo? — Ele pergunta completamente atordoado.

— Claro né seu tonto? Você não vai acreditar, eu preciso te contar! Eu estava perdida no hospital e achei uma menina vestida de fada... — Ela começa a contar, o atropelando com tantas informações quando ele ainda tenta racionar que ela está bem ali na sua frente. — Daí apareceu um cara e um velho encostou nele e ele virou minhoca! Dai fiquei com medo, sai correndo e me escondi. Eu meio que me perdi e parei aqui, estou andando a um tempão e parece um labirinto. — Ela então para de tagarela ao notar que seu irmão estava a chorar. — Por que está chorando? 

De repente ela se da conta, toda a turma estava atrás dela, a olhando de forma chocada e intrigada.

— Porque todos estão me olhando desse jeito? — Ela questiona, confusa. — Tem alguma coisa errada? O que aconteceu? Eu perdi algo? Me contem, estão me assustando!

— Oh meu Deus Dahyun... Eu te amo tanto. — Ele finalmente consegue dizer, em meio as lágrimas. — Mas isso não está certo... Eu não sei o que esta acontecendo mas você... Você está morta...

Como um estalo, ela se solta do abraço de seu irmão, seus olhos tremiam, ela começou a chorar.

— Morta? Como assim morta? Por que está fazendo isso comigo? — Ela não se confirmava. — Eu passei a noite inteira correndo assustada, te procurando, porque você não foi atrás de mim?! Porque não veio?! — Ela saiu correndo para dentro da névoa, desaparecendo, deixando seu irmão caído de joelhos, aos prontos.

— Calma Stravos! — Jin toca o seu ombro. — Isso só deve ser mais uma brincadeira cruel deste lugar. Tentando mexer com sua cabeça e...

— Porque? — Ele eleva o tom de voz, em prantos. — Se o velho pode voltar a vida! Se até o Taehyung voltou a vida, porque minha irmã não pode voltar também? Você mesmo disse que o sobrenatural existe!

Sem perder tempo, o mesmo sai correndo, adentrando o labirinto de névoa, chamando por sua irmã.

Todos correram de imediato atrás do mesmo, e num piscar de olhos, ao som de um trovão, o cenário muda, deixando todos paralisados.

— Entramos em outra lembrança do demônio! — Bogum suspira alto, extremamente cansado.

— Onde estamos? — Jin pergunta meio confuso.

— Parece o nosso bairro. — Bogum diz. — O que estamos fazendo aqui?

— Olhe Nam! — Taehyung aponta, de longe podia se ver suas duas versões pequenas, e um homem adulto, homem esse que Namjoon o chamava por tio.

— Aquele ali era o Samir? — Jimin sussurra.

— Antes dele virar um demônio... Meu Deus... Meu tio eu... Eu lembro desse dia!

— Por que você se lembra desse dia Nam? — Jimin indaga.

— Porque foi nesse dia que ele mudou... Ele era o cara mais bacana quando eu tinha 7 anos. Me ensinou a montar brinquedos com coisas velhas, soltar pipas, andar de bicicleta. Ele de repente se afastou, e nunca mais ouvi falar do mesmo, até esqueci seu nome. Por meses de seu desaparecimento, ouvi boatos de que foi preso, de que foi viajar, então ate um momento eu simplesmente parei de lembrar dele...

Ele se encolhe encostado numa árvore, alheio a lembrança que os rodeia. No entanto, logo suas perguntas seriam completamente respondidas.

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Olá gente, tudo bem? Espero que estejam todos bem...

Estão gostando do desenrolar da história?? Já estamos na reta final...