Alice Vieira.
20 anos." Valorize quem está sempre com você, durante a tempestade cara, porque em dias de sol a praia está cheia. "
› Pᴏɪɴᴛ ᴏf ᴠɪᴇᴡ ‹
Aʟɪᴄᴇ Vɪᴇɪʀᴀ.
_ 3 anos atrás. _Eu suspirei encarando o contato no meu celular e meu dedo coçando para ligar, eu neguei e joguei o celular na cama. Esfreguei o rosto e me sentei na poltrona do meu quarto, abracei minhas pernas e fechei os olhos.
Escutei barulho de alguém me ligando e me levantei rápido, corri pro meu celular e peguei olhando a tela, não, não era ele. Eu suspirei e desliguei, joguei o celular na cama novamente e fui pra sacada, eu me sentei na rede e fiquei encarando o céu.
— Aí, foda se esse orgulho. - me levantei e voltei pro quarto, peguei meu celular e liguei para o Marco
Chamou várias vezes e nada dele atender, mas assim que eu iria desligar, ele atendeu.
— Fala - ele diz do outro lado da linha.
— Eu... Tá em casa? - pergunto e apertei os dedos.
— Tô mermo, por quê? - ele pergunta
— Posso ir aí? Preciso falar contigo... - disse receosa
— Pode falar por aqui. - diz indiferente
— Não, não é algo que se fale por ligação. - falo e ele ficou em silêncio um bom tempo... — Marco..?
— Tô aqui. Pode vim, só não quero discutir de novo, se for pra isso nem vem namoral. - ele diz
— Não é pra discutir, não tem nem o que discutirmos. - falo simples
— Hum, quando chegar me liga. - diz e desliga em seguida
Eu respirei fundo e peguei a chave do carro, eu sai do quarto e desci a escada. Eu sai de casa e fui em direção ao meu carro, entrei no mesmo e coloquei o cinto. Coloquei o celular no banco do carona e dei partida no carro, logo fui em direção a casa do Marco.
_ Quebra de tempo _
Cheguei na casa do mesmo e peguei meu celular, desci do carro e tranquei o mesmo, caminhei até a porta e liguei para o mesmo.
— Eai - diz assim que atendeu.
— Tô aqui... - falo e escutei passos logo após ele desligar a chamada
Não demorou muito pra porta ser aberta e eu ver ele, os olhos dele estavam vermelhos e o mesmo estava com um baseado na mão.
— Entra. - ele diz e dá espaço para mim
— Licença... - falei meio baixo e entrei na casa dele, ele fechou a porta e caminhou para o sofá, eu fui atrás e me sentei ao lado dele
— Fala, o que tu quer? - me olha
— Não vou enrolar não, ontem eu passei mal e fui pro hospital, eu... Eu achei que tinha sido por estresse por conta de antes de ontem... Realmente foi, mas só foi pior porque eu tava grávida. - apertei os dedos e o olhei
Ele me olhou e ao mesmo tempo que ficou sem reação, seus olhos brilharam. Eu desviei o olhar s encarei minhas mãos.
— Eu perdi, por isso falei que estava... - o olhei e seu olhar ficou triste
— Perdeu? - ele riu irônico — Pode falar a real, eu sei como você é.
— Sabe como eu sou? - franzi o cenho
— Você tirou não foi?! - ele me encarou
— Tá maluco? - o olhei sem acreditar no que acabei de ouvir
— Não. Como eu disse, eu sei como você é! Você tirou a porra da criança não foi? - pergunta puto
— Caralho Marco, vai tomar no teu cu! Tá maluco? Eu jamais faria isso e você sabe, porra não fode! - me levantei e o olhei
— Eu te conheço porra! Você é vingativa, pode falar, assume caralho! - ele falou alto, logo se levantou e ficou na minha frente — Você ja disse que não teria um filho meu, agora engravidou, "perdeu" e tá falando que jamais tiraria? - ele riu negando — Assume Alice, você tirou meu filho?
— Primeiro, você abaixa a porra da voz que você não tá falando com esses traficante de merda que você chama de amigos não! Segundo, eu não tirei a criança não, eu realmente perdi. Perdi por culpa sua! - falo e o encarei — Eu disse que não teria filho teu na hora da raiva, mas nunca teria coragem de tirar um filho! Mas porra, olha a porra da vida que você tem, acha que alguma criança merece um pai assim? Tá na vida toda errada, um drogado do caralho!
— Drogado porra nenhuma! Eu entrei na vida errada pra dar tudo que meus futuros filhos quiserem, e era pra te dar uma vida boa, mas você é uma ingrata que não enxerga isso!
— Vida boa? Boa como? Com você preso? Ou pior, morto? - ri irônica — Vai se foder, Marco. Quantas vezes já não te falei pra sair dessa porra que a gente daria um jeito junto? Quantas vezes já te disse que isso não é vida? Que você vai acabar morrendo assim? Ingrato é você! Te ajudei de todas as formas que eu podia, te apoiei quando todo mundo virou as costas e te criticou. Mesmo odiando essa vida que você tá levando nunca sai da porra do teu lado!! - falei segurando o choro — Você realmente precisa de ajuda, eu te ajudei o quanto eu pude, infelizmente não foi o suficiente. Eu vim aqui te contar isso achando que você deveria saber, não achei justo esconder... Mas... Nada, deixa. - ri fraco e neguei — Sabe o que me dói? É que nós passamos por muitas coisas juntos, em 5 anos de namoro, eu achei que você me conhecia, agora eu vim aqui e você achar que eu tiraria o nosso filho.. De tudo o que eu já passei na minha vida, isso foi a segunda coisa que mais me doeu. A primeira foi perceber que eu tenho que desistir de você, de nós, pra eu não me perder... - senti algumas lágrimas escorrendo — Eu te amo Marco, amo pra caralho! Mas eu não posso continuar... Não... Não dá pra continuar. Eu realmente espero que você perceba o que tá fazendo, que saia dessa vida... Que consiga viver de uma forma melhor e que seja muito feliz. - engoli o seco — Espero que não faça isso com sua futura namorada. Valorize quem está sempre com você, durante a tempestade cara, porque em dias de sol a praia está cheia. E espero que perceba que esses seus amigos aí, não querem deu bem. Enfim, boa sorte aí. - me virei e sai de lá antes que ele falasse qualquer coisa
Eu entrei no carro e respirei fundo apertando o volante, logo sai com o carro.