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              › Pᴏɪɴᴛ ᴏf ᴠɪᴇᴡ ‹
     Alice Vieira

— Puta que pariu. - respirei fundo — Eu não tenho um único dia de paz nessa vida! - esfreguei o rosto

— Vamos logo, tem uma enfermaria aqui. - Marlon diz depois de limpar o chão, bom.. Uma parte.

— Ta, mas eu ja tenho uma suspeita do que é. - falo e ele me olhou desconfiado

— O que? - arqueou uma sobrancelha

— Gravidez ue... - falo o olhando

— Meu Deus, não. - Marlon diz — Como?

— Sabe quando dois adult... - ele me interrompeu e colocou as mãos nos ouvidos

— Sai! Não. Você... Não, você não sabe o que é e nem faz essa impurezas! - diz e eu ri

...
   1 semana depois.

É, era exatamente o que eu suspeitava, e só pode ser de uma única pessoa... Ja estou de três meses e nem sonhava... Na verdade, fez três meses ontem. Eu ainda não falei com o Marco sobre isso e nem estou morando com ele, eu comprei uma casa para mim com ajuda do Marlon e ajeitei do meu jeitinho, por mais que eu insistisse para ir pagando o valor que ele pagou a casa, ele negou de todas as formas e disse que dei sorte dele nao pagar tudo sozinha... Eu amo ele, meu irmao mais velho de coração, papo reto.

Peguei a chave do carro e logo sai de casa, tranquei a mesma e entrei no carro.

...

Sai do carro e caminhei ate a porta, logo toquei a campainha, e tive um puta deja vu.

Não demorou e Marco abriu a porta, ele pareceu surpreso de me ver e logo se ajeitou. Bom, ajeitou a postura... Ele estava péssimo, sua cara estava claramente mostrando cansaço, olheiras enormes, olhos vermelhos, mas não de quem acordou agora ou estava chorando.. Sua pupila dilatada e... Seu nariz vermelho.
Assim que me liguei no que ele estava vendo, minha expressão mudou completamente para raiva e entrei na casa dele imediatamente, olhei pela sala e logo bati o olho na mesinha com uns dois saquinhos vazios, um cheio e a mesa com o pó branco.

— Alice, é assim que você entra na casa dos outros? - perguntou meio bravo e jogou um paninho por cima da cocaína

— Ta de sacanagem, Marco Antonio? - o olhei puta caminhando ate a mesinha. — Que porra é essa?! - tirei o paninho de cima

— O que te interessa?? - cruzou os braços — O que eu faço da minha vida ou não, não é da sua conta! - diz um pouco mais alto

— Abaixa o tom, você não ta falando com as piranhas que você come não! - falei firme

— O que você quer aqui?? - perguntei e pegou uma nota enrolando ela

— Vim falar com você, mas nem sei se você esta em condições disso. Porra! - dei um tapa forte na mesa para tirar todo o pó que estava ali — Por que você faz isso, cara?

— CARALHO ALICE, TA DE MAROLA PORRA? - Marco se aproximou de mim — JA FALEI QUE O QUE EU FAÇO DA MINHA VIDA NAO É DA SUA CONTA! INFERNO.

— JA FALEI PARA FALAR BAIXO! - gritei mais alto e o encarei — POR QUE CARALHOS VOCÊ FAZ ISSO? - me aproximei dele, ficamos cara a cara e eu olhei nos olhos dele.

— Porque eu quero! Porquê você não tem que se meter! Porque eu não tenho porra nenhuma para perder! - ele diz

— Não tenho que me meter? Ai tenho que deixar você se matar aos poucos? - cruzei os braços — Só a vida ne.

— Que se foda a vida, to pouco me fudendo. Tem nada mais nessa porra. Não to nem ai para mídia, familia, amigos, porque nao tenho. Unica coisa que me importava era você, mas eu fiz merda e perdi você, então eu não tenho nada a perder! - ele diz e pega outro saquinho

Confesso que essas palavras acabaram comigo, absolutamente tudo o que eu queria era estar com ele, agarra ele em um abraço, beijar, casar e ter nosso bebezinho... Mas ele que escolheu assim... Ne?

— Marco, eu ainda to aqui. - falo e arranquei o saquinho da mão dele — E.. - engoli o seco — E eu não vou deixar você se matar assim! Não mesmo. - falo e apertei o saquinho na mao — Se você ameaçar pegar outro saquinho, eu vou abrir esse e usar por você, fazer isso com absolutamente todos que você tentar usar. - o olhei

— Não, não tenho você... Não como eu queria. - diz — Você não pode me forçar.. Você.. - ele respirou fundo — Não faz isso comigo.. Não me ameaça assim... Não... Não quero que você arruine sua vida igual a mim... Você nao pode me forçar a... - ele negou e se sentou no sofa com as maos na cabeça — O que você veio fazer aqui, Alice? - me olhou serio

— Marco... Eu descobri uma coisa enquanto estava no cruzeiro, e... - esfreguei o rosto e me sentei ao lado dele. — Você tem um motivo sim para parar com isso... Bom, eu acho...

Marco me olhou confuso e desconfiado, eu desviei o olhar, mas logo o olhei.

— Eu to grávida, Marco. - falo e engoli o seco

Eu confesso que fiquei com medo do que ele falaria ou faria, mas meu corpo relaxou quando vi os olhos dele brilhando e seu lábio quase se formar em sorriso, o mesmo piscou algumas vezes incrédulo e se levantou rapidamente, ele se virou para mim e sorriu com seu olhos cheios de lágrimas.

— É serio? Não brinca comigo! Alice, você ta falando serio? - ele perguntou agitado e eu dei uma leve risadinha

— Sim... Mas... Se for pra voce ficar ass... - ele me interrompeu

— É meu? - perguntou com um tom de medo

— Sim. - falo — To grávida de 3 meses... Como eu estava falando, se for pra você ficar se dro... - ele me interrompeu novamente

— Eu nao vou! - ele se ajoelhou na minha frente — Eu juro, Alice. - o mesmo diz — Eu vou parar com isso, sair dessa vida... Eu... Eu faço o que você quiser, so nao me tira da vida da criança, por favor! - Marco segurou levemente meu rosto me fazendo o olhar

— Promete? - perguntei e ele assentiu

— De dedinho! - ele levantou o dedo mindinho e eu não consegui segurar o sorriso.

Ele sabe que eu levo muito a serio promessa de dedinho!

Eu entrelacei meu dedinho com o dele e ele beijou meu dedo, e eu beijei o dele.

𝘊𝘪𝘤𝘢𝘵𝘳𝘪𝘻𝘦𝘴 ⋟ 𝘔𝘦𝘯𝘰 𝘛𝘰𝘥𝘺Onde histórias criam vida. Descubra agora