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         › Pᴏɪɴᴛ ᴏf ᴠɪᴇᴡ ‹
Alice Vieira
3 meses depois.

— Tem certeza? - pergunto

— Lógico que tenho. Ate prefiro que você fique morando aqui do que em qualquer outro lugar... Assim eu sei que você ta bem. - ele diz

— Para de ser boiola - eu ri e abracei ele.

— Também não falo mais nada. - ele revirou os olhos e eu ri

— Hoje tem vasco ne? - pergunto e ele assentiu — Que horas?

— Nove e meia, por quê? - pergunta

— Quero assistir, faz tempo que não assisto jogo. - falo

— Quer ir no jogo? Eu vou, se quiser compro o ingresso pra você aqui logo - ele diz

— Pode ser, quando eu receber te pago - falo.

— Para de ser besta. Não precisa pagar não - ele diz e beija meu cabelo. — Ah não ser que...

— Cala boca. - dei um leve tapa nele e nós rimos — Bobão

— Não custa nada tentar. - ele diz e eu ri negando

Ele pegou seu celular e mandou mensagem pro amigo dele que sempre arruma os ingressos para ele. Eu deitei a cabeça no colo dele e fiquei o olhando.

— Eu sei que eu sou lindo, mas não precisa ficar me olhando - Marco diz e eu revirei os olhos

— Idiota - neguei e olhei para a tv.

> Flashback on.

Eu franzi o cenho vendo o Marco sair de dentro da casa puto, o mesmo se sentou em um canto afastado de todos, eu caminhei ate ele e parei em sua frente.

— Ei, que foi? - pergunto e fiz carinho no rosto dele

— Nada. - diz seco e tirou minha mão de seu rosto

— Fala comigo cara - me abaixei em sua frente, mas ele ignorou e pegou seu celular. — Marco, eu to falando com você

— Eu ja falei que não é nada, Alice.

— Serio que você vai fazer isso? É aniversário da sua mãe, Marco. Você vai mesmo chatear ela ficando em um canto sem falar com ninguém e com essa cara? - o encarei

— Não enche, me deixa caralho! - diz um pouco mais alto e tira minha mão que estava apoiada em seu joelho.

— Olha só. - me levantei e apoiei as duas mãos nos braços da cadeira que ele estava sentado — Eu to cansada dessa palhaçada, ou você para de putaria e começa a me tratar direito, ou você me esquece Marco Antonio, porque eu não sou nenhuma dessas vagabunda que você ta acostumado a comer e tratar igual lixo. - falei serio olhando nos olhos dele — Eu acho melhor você começar a andar na linha, porque eu ja estou ficando de saco cheio.

Eu sai de la antes que ele falasse qualquer coisa e voltei para perto da mãe dele.

> Flashback off.

[...]

Terminei de me vestir e tirei a toalha da cabeça, estendi ela e me sentei na frente da penteadeira, eu peguei um pouco de creme e passei no cabelo, logo comecei a pentear.

Eu vi a porta do quarto abrir através do reflexo do espelho e logo vi o Marco entrar, sorri para ele que logo retribuiu e se jogou na cama.

— Que foi? - pergunto coloquei o pente de volta na penteadeira.

— Nada. - ele diz me olhando com um olhar totalmente curioso, o que me fez rir

— Pergunta logo, o que tu quer saber? - pergunto e ri me levantando

— Não acho que seja um bom momento. - ele diz e eu franzi o cenho

— Agora fiquei curiosa. O que tu quer saber? E por que nao seria um bom momento? - pergunto me sentando na cama olhando para ele

— Porque você ta feliz, não quero tocar em assunto delicado e te deixar mal, ou sei la. - ele diz e eu fiz carinho na mão dele

— Pode perguntar, melhor agora do que em um momento que eu possa ficar mais triste ou puta, nao acha?

— Eu queria saber sobre o que você quis dizer quando tava brigando com a Jully... Sobre o que você teve que fazer pra comprar as coisas. - ele diz e eu engoli o seco

— Muitas coisas, pra ser sincera... - falo — Mas o que me deu nojo, e o que eu quis dizer naquele momento... Foi que eu vendi meu corpo.

O mesmo ficou me olhando e ele ficou com um olhar de tristeza, mas de ódio ao mesmo tempo. Também, culpa?

— Por que tá com esse olhar de culpa? - pergunto e fiz carinho no rosto dele

— Se eu não tivesse feito merda, nós estaríamos juntos e você não teria que fazer isso. - ele diz

— Marco, você não tem culpa. Não tinha como ninguém saber, e também, temos que passar por certas coisas para ter o que queremos no futuro. - falo

— Quando eu te disse isso, eu não quis dizer pra você fazer isso. - o mesmo diz

— Você tava falando sobre você continuar no crime, não era uma boa coisa também. - falo e ri leve

— Eu sinto muito... - ele diz

— Pelo o que? - pergunto confusa

— Por tudo

— Marco, já conversamos sobre isso e ja nos resolvemos. Para de se sentir culpado! - falo — Nós dois fizemos coisas que desgastou a relação, éramos jovens demais, tinha muita coisa acontecendo na vida de ambos, mas agora ja esta tudo bem. Estamos resolvidos, finalmente conversamos sobre tudo, pedimos desculpas e nos desculpamos, eu te desculpei! - falo e me deitei do lado dele — Ficar remoendo o passado não vai ajudar em nada. Agora o que nos resta é seguir em frente, tentar não cometer os erros do passado, aprender cometendo novos erros, porque errar é normal, e ta tudo bem cometer erros! - me ajeitei ficando de frente para ele, e ele fez o mesmo ficando cara a cara comigo

— Eu te amo. - Marco diz e eu não consegui segurar meu sorriso

— Eu também te amo. - fiz carinho no rosto dele

𝘊𝘪𝘤𝘢𝘵𝘳𝘪𝘻𝘦𝘴 ⋟ 𝘔𝘦𝘯𝘰 𝘛𝘰𝘥𝘺Onde histórias criam vida. Descubra agora