Capítulo 5

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 Não lembro a última vez que fiquei tão puto como eu estou agora. Acho que nunca cheguei a esse nível.

Não até hoje.

Ela estava destruída. Ele a destruiu. Arlong usou a Nami, como se ela fosse um brinquedo. E isso não vai ficar assim. Agora é a vez de eu destruir o homem-peixe mais forte de East Blue.

Quantas vezes ele já havia gritado com ela? Quantas vezes já havia zombado dela? Quantas vezes já havia levantado a mão para ela? Ela ficou quanto tempo com esse doente? Eu vou fazer ele se arrepender de cada dia que maltratou da Nami, socando até a alma daquele filho da puta!

Conseguia sentir o ódio correndo em minhas correntes sanguíneas a toda velocidade. Quando a lembrança de Nami chorando desesperadamente voltava em minha mente o ódio apenas corria mais rápido. Ele acompanhava minhas pernas, correndo pela Nami e pelo povo que sofreu tanto na mão desse homem-peixe, buscando um resquício sequer de justiça nessa ilha.

Mas parecia que quanto mais perto chegava mais estranho as coisas ficavam. As casas estavam todas de ponta cabeça e totalmente destruídas. Porém, o mais suspeito de tudo era que estava tudo muito quieto... Não havia ninguém na rua. Será que era tarde demais?

Não, não podia ser. Ninguém iria se machucar, prometi isso para a Nami!

-- Ora ora, o que é isso agora? – Um homem-peixe com um roupão? Ao menos que ele tenha saído do banho agora, isso é completamente ridículo.

-- A marinha que não é – Um polvo veio logo atrás do outro – Eles tem mais estilo – Falou o cara com a camisa e o shorts com estampas diferentes.

-- Qual de vocês é o Arlong? – falei já estralando os dedos.

-- Arlong? Vish, ele já voltou 'pra casa, 'fi – Os dois riram em uníssono enquanto eu tentava entender a graça da fala – Já brincou o suficiente por hoje.

-- Onde ele 'tá? – Esses imbecis já tão me irritando demais e só estamos conversando há um minuto.

-- Por que quer tanto saber? – Falou o do roupão.

-- Porque vou meter a porrada nesse filho da puta – Como eu imaginava, a dupla caiu na risada como se eu tivesse dito a coisa mais engraçada do mundo.

-- Ele vai estar no Arlong Park! – Virei para a voz feminina e avistei a garota de cabelo roxo de mais cedo. Mas agora ela está toda machucada se apoiando nos destroços.

-- Senhorita irmã da Nami – Gritou o loiro – Você está bem? – correu se aproximando para ajuda-la a andar. Ela parecia bem cansada.

-- Nojiko – Eu tinha que saber – Alguém... – engoli em seco – Morreu?

Ela me olhava com um olhar tranquilo enquanto dizia que não com a cabeça. Um arrepio de alivio passou pelo meu corpo. Todos estavam bem.

-- Consegui tirar todos a tempo – falou com a voz rouca, provavelmente por gritar demais– E a Nami? – Sua feição estava preocupada, muito preocupada.

-- Está bem – Assenti reforçando – Onde fica esse "Arlong Park"?

-- Na entrada da ilha– Porra! É onde a Nami está!

Saio correndo o mais rápido que posso para tentar chegar a tempo. Sei que meus companheiros conseguirão cuidar deles, então vou direto ao alvo principal.

Ele não vai encostar em um fio de cabelo da minha navegadora. Eu vou destruir ele antes dele sequer tentar.

Minha mente viaja por todas as possibilidades enquanto vou em direção aonde vi ela pela última vez. Todas as opções são cruéis e desprezíveis, me dão arrepio só por passar pela minha mente. Imaginar ela sendo machucada de alguma forma pelo Arlong me trás mais raiva e frustração. Saber que ela está em perigo e eu não estou lá para ajudar... Caralho, eu prometi para ela!

O Rei dos piratas e sua ladra - LunamiOnde histórias criam vida. Descubra agora