-- Apenas 100 milhões de berries, Namizinha – Sua risada maquiavélica se infiltrava em cada canto de minha mente – Você consegue isso, não é? – Arlong abaixava seu rosto a minha altura com um sorriso considerado desprezível aos meus olhos.
O navio enfrentava uma tempestade e todos corriam para ajustá-lo de acordo com os ventos e ondas. Mas não tinha medo dos raios ou trovões fora do coberto, tinha medo dos monstros marinhos que me faziam companhia. Medo de qualquer misero movimento do que se nomeava rei de East Blue. Afinal, ele havia matado sem esforços sua querida mãe que era da marinha! O que ele poderia fazer com um projeto de gente como ela?
-- Sim – Respondi seca – Mas terá que cumprir com sua promessa – A gargalhada voltou enquanto se levantava. Caminhou poucos passos até mim e me puxou pelos cabelos até um quartinho mais adentro da embarcação.
Eu estava paralisada, não conseguia correr, não conseguia gritar, não conseguia me soltar, o que eu faço? O pavor se apossou de mim, correndo por toda parte em minhas veias e criando resultados terríveis desse acordo em minha cabeça, incansavelmente. Lágrimas acompanhavam os soluços desenfreados e desesperados que eram soltos por mim, sentia como se minha alma fosse sair do meu corpo.
Não posso morrer agora, não posso morrer agora, não posso morrer agora!
-- Seu novo quarto, Namizinha – O azulado me empurrava para um quadrado pequeno no terceiro andar do Arlong Park, parecia feliz em me mostrar isso, como se fosse uma criança mostrando um movimento novo que havia aprendido – Olha só! Tem até um brinquedinho.
Meu tornozelo foi preso por uma corrente abaixo de uma escrivaninha. Tentava puxar ou arranca-la, mas não tinha forças para isso. Olhava em volta e via a absoluta escuridão, apenas eu, a corrente e a escrivaninha. Uma escuridão gelada e solitária. Doía estar ali.
-- Eu não quero ficar aqui! – Gritava incessantemente, mas não saia nada de minha boca.Nem uma fala, um sussurro, um murmúrio... Nada. Porém, por outro lado eu ouvia muito bem. A risada do Homem-peixe ecoava em cada canto da escuridão, parecia estar em todos os lugares. Mas em um determinado momento ela foi se aproximando mais, mais e mais.
Até não se ouvir mais nada.
E então uma respiração se fez presente em minha nuca. Era quente e furiosa.
-- Você sempre será minha!
-- Não! – Me sento desesperada na cama, buscando o ar a todo custo enquanto lágrimas inundavam meu rosto.
Não conseguia, não conseguia respirar. Quando tentava puxar, o ar faltava e tudo piorava com o coração lotado de desespero, batendo tão rápido que por um momento pensou que fosse morrer. Suas mãos tremiam e suavam frio assim como todo seu corpo. Meu estômago se embrulhava enquanto tentava desesperadamente sentir algum oxigênio em meus pulmões.
Me levantei cambaleante e corri para o banheiro do meu quarto vomitando tudo o que havia ingerido nas últimas horas. Sentia meu corpo se aliviar com isso, mas quando acabou não conseguia me levantar ou me mexer. Me sentia tão pesada e cansada... O chão do banheiro se pareceu muito confortável naquele momento.
Agora que conseguia respirar um pouco melhor, tentou se acalmar pensando em outra coisa. Mas não conseguia parar de chorar, estava... Destruída de vez.
Destruída por um maldito pesadelo!
...
-- Ela com certeza vai amar – Dizia com os braços atrás da cabeça e com um sorriso orgulhoso no rosto.
Eu e Usopp nos levantamos mais cedo para preparar uma surpresa para Nami. Uma surpresa que faria ela se sentir realmente em casa, se sentisse confortável.
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O Rei dos piratas e sua ladra - Lunami
RomancePor que Nami roubou Luffy naquele dia? Ela era apenas uma ladra fazendo seu trabalho? ou tinha algo a mais ali? Luffy busca entender o que aconteceu indo atrás da ruiva, mas a vergonha e o medo a fazem ter que expulsa-lo de sua terra natal. Será qu...