"A medida que eu avanço Incapaz de fazer as escolhas certas E tendo ideias ruins"
Why'd You Only Call Me When You're High? — Arctic Monkeys
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Os meus passos hoje estavam cada vez mais lerdos, talvez seja a dor de cabeça insuportável por tantas bebidas que eu e Enora tomamos ontem, ou talvez porque a luz dessa escola juntamente com as pessoas nojentas me faz ficar com ânsia de vomito. Os enfeites de Halloween estavam grudados entre as paredes extensamente grandes do colégio, como aranhas, chapéus de bruxas e fantasma.
Halloween era a minha data favorita.
Abrindo o meu armário, pude perceber um papel virado para baixo sobre os livros que deixei aqui, assim não corria o risco de esquecê-los e ter os professores idiotas no meu pé. Puxando o papel branco entre os meus dedos, a frase que tinha no local era a mesma do outro bilhete. Richard filho da puta. Se ele quer realmente um motivo plausível para mandar esses bilhetes, ele teria agora. Rasgando o papel e amassando-o, joguei de volta no armário e olhei pelos corredores sabendo certamente onde iria nesse momento. Ashley.
Eu praticamente corri entre os corredores, as vezes esbarrando em alguns alunos mas não liguei muito para isso, eu queria encontrar aquela vadia e fazer seu namoradinho idiota ver as marcas que vão fica em sua cara, sabendo que eu mesma fiz isso. Se ele acha que pode vir aqui e deixar bilhetinhos como uma porra de débil mental, eu faria ter motivos pelo menos.
Eu quase estourei a porta da entrada da escola, caminhando em passos rápidos sobre o gramado e encontrando o grupo onde Ashley sempre estava no começo da aula. Cada vez que meus pés pisavam no chão meu ódio fervia ainda mais, minhas mãos se apertavam entre punhos fechados e minhas unhas cravaram sobre a pele.
Quando cheguei, os olhares foram diretamente para mim. Eu desviei de todos eles e foquei nos olhos azuis que me encaravam com um sorriso idiota e estupido no rosto, que logo logo iria sair dele.
Quando tive uma distância pequena de Ashley, minhas mãos foram até seus cabelos loiros com cachos de babyliss, puxei eles para trás e bati sua cara na mesa. Uma, duas, até ela ficar mole entre meu aperto e eu a jogar no chão.
O restante das pessoas que estavam em volta gritavam cada vez mais alto mas eu não pude ouvir nada, só o barulho das minhas mãos socando a cara dela até alguém puxar meus braços para cima e me afastar da garota que sangrava.
— vadia de merda, avisa a porra do seu namorado para parar de me enviar bilhetes me ameaçando, eu não tenho medo daquele idiota — eu gritei me soltando bruscamente do aperto e caminhando para longe.
Me esbarrei com o diretor idiota da escola e vi seu semblante de decepção estampado em seu rosto e eu não tive nenhuma reação. Se ele soubesse quantas dessas expressões frias e rígidas eu recebi durante os meus dezoito anos de vida, ele certamente guardaria elas para si mesmo.
