“Eu não te deixarei partir desta vez”
Blinding Lights — The WeekndSeus olhos cor de avelã estavam fechados, seu rosto estava sereno e seus lábios entreabertos enquanto eu analisava ela dormindo. Me pergunto quanto tempo um ser humano consegue dormir, humanos tem costumes estranhos os quais não nunca consigo entender.
Alguns fios rebeldes vermelhos caem entre seu rosto, dando a ela uma aparência angelical. Eu amo a forma que ela respira enquanto dorme, amo a forma que seus cabelos bagunçados dão destaque em seu rosto pálido, e quanto os seus lábios, eu amo a cor deles e como eles ficam quando estão entreabertos.
Eu delicadamente retiro as mechas do seu cabelo de frente do seu rosto pondo para trás da orelha para ter uma visão melhor do seu rosto perfeito. Meus dedos se perdem em seu rosto e faço carinho tão lentamente que mal consigo sentir a textura de sua pele entre meu dedo.
Eu levanto uma sobrancelha me questionando quando que havia ficado tão sentimental. Droga, odiava me sentir assim, tão cheio de emoção que me faz ficar parecido com um humano idiota.
O som do alarme preenche o vazio do quarto e eu quase bufo em irritação. Eu queria poder fazer as horas se pararem para tê-la por perto por mais tempo. Essas únicas horas de escola me fazem ficar de mal humorado pelo resto da droga do dia. Eu odiava escola e ainda mais as pessoas que andavam por ela e falavam comigo como se tivesse a merda de alguma intimidade comigo.
Pondo um beijo em seus lábios, eu sopro uma fumaça de ar em seu rosto, mas isso não a acorda.
— foguinho, está na hora — eu murmuro, me levantando e deixando-a sozinha na cama com um espaço vago.
Eu pego minhas roupas mas antes de entrar no banheiro, noto o silêncio avassalador no quarto e me viro para encará-la, ela ainda estava deitada na mesma posição. Nem sequer se mexeu um músculo. Eu ergo uma sobrancelha, caminhando em passos longos até estar próximo do seu corpo.
— Talisa, acorda — eu a cutuco, mas ela apenas se mexe pelo meu ato — Talisa porra, acorda.
Eu chacoalho seus braços finos mas nada. Seus olhos continuam fechados e seu corpo continua mole. Meu coração bate mais rápido conforme o tempo passa e vejo que nada estava a acordando. Meu corpo já estava tremendo, meu coração batia descontroladamente e minhas mãos suavam em nervosismo.
— porra — eu murmuro.
Danço meus dedos sobre os fios do meu cabelo e saio do quarto, batendo a porta com força suficiente para quebrá-la ao meio. Uma porta se abre e vejo Enora sair com uma carranca em seu rosto, ela me encara como se fosse me matar a qualquer segundo.
Antes que ela pudesse falar algo, pego em seu punho fazendo o mínimo de força apenas para puxa-la até o quarto. Ela olha para Talisa dormindo e para mim, levantando uma sobrancelha em dúvida.
— o quê há?
— ela não acorda mais, porra — eu falei, me aproximando do corpo de Talisa e a chacoalhando, como antes, nenhum sinal de seus olhos se abrir.
— o quê? Merda — ela corre em minha direção, me empurrando para o lado e se abaixando para estudar o corpo de Talisa.
Ela põem um de seus dedos no pescoço de Talisa para ver se ainda resta pulsação. Ela solta um suspiro de forma aliviada e acena com a cabeça para mim, indicando que há vida ainda nela.
Mas isso não me tranquilizou. Eu me sentei na beira da cama e abaixei minha cabeça apoiando-a em minhas mãos. Tentei pensar em algum motivo que possa responder essa merda, mas nada vêm em minha mente. Nada.
Porra.
— o que você acha que pode ser? — eu questiono, levantando a cabeça e olhando para Enora que estava sentada no chão com uma expressão pensativa.
— não sei, puta merda, não sei — ela fala nervosa, sua voz saindo trêmula.
Observo o rosto de Talisa e começo a repensar no que diabos pode ter sido isso. Eu costumo cuidar tão bem dela, não deixo ninguém chegar perto ela, nem encostar a porra de um dedo nela, mas agora, não consigo pensar o quê merda deu nela.
Eu sinto meu corpo decair, minha pressão baixou e eu me amaldiçoei por ser um humano idiota agora. Levantando da cama, pego um cigarro entre meus dedos e o ponho em meus lábios, o deixando lá e acendendo o isqueiro. Puxando a fumaça, começo a repensar novamente.
Tudo que aconteceu depois de ir para o inferno, nada faz sentido. Porra.
Eu não sabia o que fazer, merda, era a primeira vez na vida que não tinha noção nenhuma do que posso fazer nesta situação. Eu caminho de um lado para o outro, sentindo Enora parada em frente a cama ainda.
— damien — ela me chamou, olhei para trás para encará-la, soltando a fumaça presa — se lembra quando Gabriel ficou inconsciente por todos aqueles dias e depois de semanas nós descobrimos que foi Ariella? E se foi ela que fez isso? — ela questiona.
— ela está morta.
— ou não — ela murmura.
Começo a pensar sobre e na mesma hora me vêm na mente as lembranças de quando Ariella falava que observava Talisa. Merda, merda, merda.
— é ela — eu falo — ela que observava Talisa, ela está prendendo ela da mesma forma que fez aquela vez.
Eu sinto meu coração errar as batidas e uma dor latejando na cabeça começar. Eu jogo fora o cigarro e chuto a cadeira da minha frente, vendo-a ser atirada para longe e se desmontar.
Porra, como não pensei que poderia ser ela? Aquela idiota, vou achá-la e dar um fim na sua existência, vou espancar ela, matá-la. Ninguém tiraria Talisa de mim, nem que para isso eu mate metade desse mundo e do meu. Nada iria tirar ela de mim.
Ela é minha, e sempre vai ser minha.
Um gemido agoniante invade o quarto e na mesma hora corro para perto de Talisa, vendo que era dela o som. Suas sobrancelhas estavam franzidas e sua boca entreaberta mais que antes, como se estivesse sendo torturada.
A ideia que se passou na minha mente fez meu sangue esquentar. Meu coração parece bater mais rápido, como se essa merda fosse possível. Eu vou destroçar cada parte do corpo de Ariella e depois vou matá-la.
— ela está torturando a Talisa — ela fala entre dentes, passando as suas mãos no rosto furiosamente.
Eu vou trazer ela de volta.
...
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DAMIEN
Teen FictionEle me salvou. Ele esteve lá por anos, À espreita, observando minha vida de perto, E ele me queria, e adivinha? Agora ele me têm.