03 | boate nojenta

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" Foda-se minha vida, você não pode salvar isso, garota "

Save That Shit — Lil Peep.

A luz forte do bar alcança os meus olhos castanhos e eu pisco algumas vezes para me acostumar com a sensação de estar dentro dessa boate cheio de caras nojentos e bebados

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A luz forte do bar alcança os meus olhos castanhos e eu pisco algumas vezes para me acostumar com a sensação de estar dentro dessa boate cheio de caras nojentos e bebados. Eu me coloco atrás do balcão e passo os dedos entre a madeira do balcão enquanto arrumava meu jaleco com a outra mão. O jaleco de tecido preto e com a logo da boate desce perfeitamente pelo meu corpo enquanto observo os outros garçons voltando para perto com suas bandejas.

— mesa seis.

É apenas isso que Rick, um cara mais velho de cabelos castanhos cortados em um corte militar avisa. Eu assinto com a cabeça respirando fundo e pegando o caderninho gélido de metal sobre a bancada, dando a volta e me colocando para caminhar entre as mesas e pessoas que dançavam e se divertiam.

Eu me paro em frente a mesa seis onde diversos caras estão sentados em volta, o cheiro masculino entra em minhas narinas e eu forço um sorriso amigavel para os olhares podres que me direcionaram quando me aproximei.

— cabelo daora — um cara que estava sentado de pernas cruzadas lançou um sorriso para mim, um sorriso que fez com que eu sinta vontade de vomitar tudo para fora.

— o que vocês querem? — eu respiro fundo ignorando o comentário do cara e pegando a caneta que vem grudada no caderninho pequeno.

Eles fizeram seus pedidos e então anotei tudo, me virando de costas e saindo de perto daquela mesa, estava mais para um pesadelo cheia de homens. Não que eu já não estivesse acostumada em receber tantos homens por aqui mas ainda sim me sentia desconfortável por estar perto deles.

Eu retirei a folha de caderno que tinha anotado os pedidos e entreguei para Leon, que pegou da minha mão lendo e começando a fazer os pedidos. Eu me coloquei no banquinho de madeira atrás do balcão e apoiei minha cabeça em meu braço descansando a cabeça.

A boate hoje não estava movimentada e não tinha muita aglomeração o que me fazia poder descansar sem estar andando para lá e para cá. Quando ergui minha cabeça para olhar as pessoas eu pude ver Damien entrando na boate.

Eu respirei fundo e me ajeitei na cadeira, me sentindo desconfortável por ele me ver trabalhando em uma boate qualquer da cidade. Mas que se dane, não estou aqui por aparências e sim para ganhar a merda do meu salário que cai na minha conta no final de cada mês.

Ele se colocou atrás do balcão e eu pude olhar e observar ele melhor. Seus cabelos pretos estavam caídos e ele retirou uma carteira de cigarro do seu bolso, puxando um e colocando em seus lábios, o fogo do isqueiro acendeu o objeto e observei ele tragar.

— gosta do que vê? — ele murmura, suas íris castanhas me observaram com cuidado — ou vai me dizer que não pode fumar nessa boate nojenta?

— na verdade, não — eu disse simples, pegando o cigarro da sua boca.

Coloquei entre meus dedos o cigarro e dei um trago, sentindo os olhos marrons me observarem e me analisarem com cuidado. A fumaça vai em sua direção assim que solto ela. Sinto o gosto do cigarro percorrer pela minha boca e puxo novamente ele para se afastar o jogando no lixo da boate. Eu dou um sorriso falso e então com cautela pego o bloquinho de notas junto com a caneta.

— o que o senhor vai querer?

— meu cigarro — a sua voz rouca sooa alto pelo barulho estridente da boate e a música explodindo nas caixas de som.

— não vendemos — meus olhos castanhos pairam sobre seu rosto.

A sua expressão é difícil de entender assim que analiso seu rosto. Os dedos tatuados tamborilam conforme a batida da música toca e nem por segundos os seus olhos desviam para outra direção que não sejam meu rosto.

— então dê seu jeito, foguinho — ele fala, seus olhos fitaram meus cabelos vermelhos que estão em cachos em volta dos meus ombros.

Revirando meus olhos, coloco as mãos no bolso da minha calça jeans tirando um maço de cigarro. Pego um cigarro oferecendo para ele enquanto sua sobrancelha se ergue, quase posso afirmar que ele estava surpreso em ver que eu mesma tinha uma carteira de cigarro.

— o que você quer para beber, senhor? — repito e tento esconder o sarcasmo por trás das minhas palavras.

— quero uma vodka — suas costas se batem contra a cadeira e observo os ombros relaxarem embaixo da sua jaqueta de couro preta e uma camisa branca.

Me viro, observando a corrente de prata em volta do seu pescoço brilhar pela luz e engoli em seco, vendo o quão atraente ele estava essa noite. Eu não sou nenhuma vadia que corre em seus pés mas não posso negar a sua beleza extraordinária todas as vezes em que o observo.

Pego a garrafa de vidro na estante, pondo o líquido em um copo pequeno e virando o copo em sua direção. Seus dedos passam pela madeira do balcão para assim então agarrar o copo, parecia minúsculo em volta das suas mãos rodeadas de veias e tatuagens.

Me viro, observando Rick se aproximar e me viro em sua direção esperando a mesa em que devo servir.

— mesa nove.

Pego o bloco perto de onde Damien estava sentado e seus olhos não encontram os meus como antes. Eu recolho a caneta e então saio de trás do balcão tentando caminhar pelas poucas pessoas que estavam na pista de dança até a mesa nove que estava totalmente afastada das outras.

Tinha um homem e uma mulher sentados o que me fez respirar em alívio por saber que não era centenas de homens otarios que não perderiam tempo para jogar uma piadinha suja em minha direção. Eu me paro em frente a mesa e a mulher loira com os olhos em um lápis de olho preto me encara.

— Oi! bom vamos querer uma garrafa de tequila — eu escrevo os pedidos e então confirmo.

E foi assim que minha noite prosseguiu durante horas e horas cansativas. Conforme o horário ia passando as pessoas começavam a aumentar o que tirou a paciência de ambos garçons que estavam trabalhando naquele turno, era um saco aqui dentro.

...

DAMIENOnde histórias criam vida. Descubra agora