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Depois do almoço eu fui fazer a ronda com o Vargas e deixei a Viviane e a Gaby lá na casa da minha mãe. Depois descemos pra rua quinze, pra fazer a ronda

Desacelerei passando pelo quebra mola e balancei a cabeça cumprimentando as duas crianças que estavam jogando bola,   senti o Vargas passando a mão na minha cabeça e joguei a moto pro lado fazendo zig Zag.

Xx:puxa no grau, tio - ouvi seu grito e acelerei subindo a moto no ar, o Vargas gritou e provavelmente colocou a mão no chão -

Abaixei a moto ouvindo as criançazinhas gritarem e olhei pra trás rindo, acelerei entrando no beco,  passei devagar por causa do beco estreito e subi a rua do mel todinha, parei a moto na frente da pracinha vendo alguns homens fumando.

Esperei o Vargas descer da moto, desci o descanso e tirei a chave da moto descendo da mesma, ajeitei meu rosto e olhei pra pracinha vendo a mãe de santo conversando com um homem negro.

Dei a volta na moto e fui pro lado do Vargas que estava cumprimentando todos, apenas balancei a cabeça e enfiei a chave no bolso

Dibala:Minhas costas tá melhor agora pô, mas ela tentou me dá uma facada esses dias - diz de forma simples, encarei ele que esticou a mão na minha direção -

- e tu ainda corre atrás dessa mulher?- neguei com a cabeça apertando a mão dele que ri passando a mão no rosto- é um fudido mermo

Dibala:eu amo aquela mulher pô, com todos os defeitos- passa a mão no boné, ajeitando na cabeça- as vezes acho que ela fez macumba

Silmara: Fez nada, filho, você que gosta muito dela- ouvi sua voz atrás de mim e virei vendo a senhora negra, vestindo uma saia branca e blusa também -e você?

- benção- peguei sua mão pedindo benção e dando um beijo e ela fez o sinal da cruz no meu peito- oque tem eu ?

Eu comecei a frequentar a religião por influência do Vargas, ele sempre me mandar ir no terreiro pedir proteção e tomar uns banhos também. A Mãe Silmara é mãe de santo no terreiro que eu frequento, um amor de pessoa. Mulher guerreira, trabalhadora, mãe de cinco filhos.

Sempre que posso, estou indo ver as giras e tomar uns banhos também, sempre bom né.

Silmara:oque foi essa perna?- se afasta um pouco olhando pra minha perna enfaixada e nega com a cabeça - tranca rua mandou recado pra você, depois manda mensagem pra Luana

- Foi um maluco que chegou atirando, nem sei o motivo - ela balançou a cabeça olhando pra rua- mais tarde eu vou lá

Ela balançou a cabeça e se afastou, descendo a rua, sentei na cadeira branca de plástico sentindo minha perna doer pra caralho. Olho pro Vargas que estava animado contando alguma coisa.

Tirei o celular do bolso e vejo algumas notificações, bloqueio guardando novamente no bolso e olho pro dibala que estava com o braço esticado na minha direita, com um balão nos dedos. Fiz careta pensando se pegava ou não e decidi pegar, levei até a boca e dei um trago.

Fiquei um tempo ali trocando ideia com eles e depois o Vargas me chamou pra ir no terreiro, hoje também estava tendo gira, que iria começar às cinco horas da tarde, antes de descer, eu levei o Vargas em casa e fiquei esperando ele

The sensaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora