Criança encapetada

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Por volta da hora do almoço Ramiro foi para sua casa para ver como estava as coisas.

Desde que teve flora com sua ex Raimunda comprou uma casa na cidade para si e para cuidar melhor de sua filha, essa que é uma linda menina de cabelos cacheados cheios, um sorriso encantador e olhos castanhos escuro igualmente aos dos pais e para completar aquela carinha de cachorro pidão que puxou do jagunço, porém como qualquer criança em fase de crescimento e sem o auxílio da mãe.

Ela não era tão fácil de se lidar claro que não gostava de mulheres perto de seu pai, achava que era o maior desrespeito e por conta disso quase toda semana trocava de babá e o que para ela parecia ser divertido, para seu pai era um tormento, afinal já não restava mais mulheres para cuidar daquela menina na cidade, e como se o universo tivesse ouvido ou melhor sua filha, nem deu tempo de entrar dentro de casa que já ouviu o grito de graciara vindo da cozinha.

Ramiro- di novo não -disse suspirando e esperando a bomba vir.

Graciara- ESA NINÃ -grita apontando para flora que foi correndo abraçar o pai- INTENTÉ PRENDERLE FUEGO A MI CABELLO -gritou e Ramiro só percebeu uma pequena fumaça sair do cabelo da mesma e já entendeu tudo.

Ramiro- ocê disculpa aí paraguaia, mai flora é assim memo -diz pegando um pano de prato na mesa e deu para a moça que pegou com tudo e colocou na cabeça, vendo a mesma respirar fundo e parecia que se acalmou um pouco.

Graciara- lo siento ramiro, Pero ya no puedo cuidar de tu hija -diz se aproximando do outro tentando o abraçar, porém se esqueceu da criança que agora estava em cima da mesa.

Flora- pode ir embora, meu papai sabe muito bem cuidar de mim -diz olhando feio para a mulher que bufa e vai embora.

Agora que a paraguaia já havia saído bufando e Ramiro pode jurar que ouviu a outra chamar sua filha de peste ou praga, o mesmo suspirou mais uma vez e colocou ambas as mãos na cintura olhando para sua filhinha, que como tal havia puxado aquela carinha de cachorro sem dono e olhos pidões, era impossível brigar com ela, mas era necessário, por isso se sentou na cadeira e pegou nas mãos da criança.

Ramiro- flora minha princesa, o painho não falo pra ocê não botar fogo nas coisas? -pergunta vendo a criança assentir- pro'que tu botou fogo no cabelo da moça? -pergunta agora vendo a garotinha se aproximar mais e por as duas mãozinhas em seu rosto o fazendo a encarar, Ramiro poderia ser bobo e até se chamar de cabeça de porongo para muitas coisas, mas conheci a filha e sabia que lá vinha uma chantagem emocional ou como Kelvin falou uma vez o golpe.

Flora- mais pai, ela tentou pentear meu cabelo e isso só a mamãe pode fazer, não gosto que toquem no que a mamãe fazia e só ela pode fazer -falou com a voz embargada já sentindo os olhinhos marejarem.

Vendo a dor da filha entendeu o que ela sentia, afinal também sentia falta de sua mãezinha, porém não poderia passar pano para aquilo, foi arriscado e poderia até ter resultado em morte e esse pensamento já o fez se arrepiar todo com medo de algo acontecer com a sua menina, mas vendo aquela carinha não consegui brigar com ela, porém ainda precisava voltar para o trabalho e precisava de alguém para olhar sua filha.

Ramiro- no entardecer da noite vamo falar -disse pegando sua filha no colo e a abraçando- agora eu preciso de achar alguém pra cuida de ocê, que vou volta para o trabalho logo -disse olhando série para criança que aproveitou o carinho.

Flora- mais eu já sou grande, posso ficar sozinha aqui em casa -falou cruzando os braços e tirando uma boa risada de seu pai.

Ramiro- não mesmo, ocê só vai bota fogo na casa -fava rindo da postura séria da filha, até que era engraçado ver uma criança de 6 anos fazendo aquela carinha de brava.

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