8 de setembro de 1982
Gasbury, Londres
Dois dias após o rouboAs investigações começaram cedo no departamento. Edward, com o rosto franzido, encarava as fotos e as poucas informações espalhadas pela mesa do escritório, sua mente girando em torno dos detalhes que simplesmente não se encaixavam. Ele passava a mão pelos cabelos negros, claramente incomodado. Algo não estava certo. Tudo parecia inconsistente, quase forçado, como se alguém realmente tivesse tentado mascarar a verdade.
— Essas informações não fazem sentido algum — murmurou, irritado, seus olhos fixos nas fotos e evidências diante dele. — Como é que um apagão de dez minutos acontece e ninguém está na sala de segurança? E por que duas suspeitas estavam discutindo na cena do crime exatamente momentos antes do quadro ser roubado? E o mais louco de tudo, não tem nenhuma pista.
A porta do escritório se abriu, e um homem alto, vestindo o uniforme da polícia, entrou com um sorriso despreocupado. Ele mascava um chiclete de forma audível, trazendo consigo uma atmosfera de leveza que contrastava com a tensão de Edward.
— Tá falando sozinho, Devis? — brincou o policial — Cuidado pra não ficar doido cedo. — Ele riu, acomodando-se contra o batente da porta.
Ao vê-lo, Edward o comprimentou, e depois voltou os olhos para as fotos e papéis sobre a mesa. O rapaz de cabelos loiros e olhos castanhos entrou na sala com passos firmes, deixando uma ficha em cima da mesa do detetive. Ele se sentou na cadeira em frente, seu semblante agora sério refletindo o peso da investigação.
— Aqui está a ficha dos suspeitos que vão passar pelo interrogatório hoje — disse, observando atentamente cada reação de Edward. — São quatro, e todos têm algum tipo de ligação com o crime.
Ele fez uma pausa, inclinando-se ligeiramente para frente, como se quisesse destacar o próximo ponto.
— Um deles é o segurança. Foi visto entrando no corredor que leva à sala de segurança geral da galeria.
Edward pegou a ficha com uma expressão de estranheza, seus olhos passando rapidamente pelas páginas. A inquietação em seu rosto aumentava a cada folha passada.
— Quatro? — sua voz saiu em um tom de incredulidade. — Até ontem, tínhamos apenas três suspeitos. De onde surgiu o quarto?
O rapaz deu um pequeno suspiro antes de responder.
— Parece que uma das suspeitas o viu entrando na sala de segurança. Ela garantiu que ele estava lá momentos antes do apagão. Ela veio aqui nos dizer isso, disse que se lembrou de última hora e achou bom avisar logo.
Edward se recostou na cadeira, processando a nova informação. Algo estava se desenrolando, mas ainda faltavam peças no quebra-cabeça. Era um jogo mental. Estratégico.
— Precisamos da Bella — suspirou Edward, passando a mão pelo rosto como se tentasse afastar a exaustão. — Esse caso não vai ser fácil. O suspeito claramente quer jogar um jogo psicológico, nem pistas temos. As fotos não trazem nenhuma informação relevante além dos suspeitos.
O policial alto de ombros largos, soltou uma risada irônica, inclinando-se casualmente contra a mesa.
— Pode esquecer essa opção! A foguinho não vai querer trabalhar em colaboração, ainda mais com você no meio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bella Wonk: Entre Orgulho e Enigmas
Misterio / Suspenso1 livro da série: Enigmas do coração. ☆ Alguns capítulos foram retirados para reescrita. Em Gasbury a orgulhosa detetive Bella Wonk é conhecida por seu humor mordaz e determinação inabalável nos casos em que se propõe a investigar. Quando um quadro...