XIII - Sou...

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Sou inteiramente de vidro,
leve como uma pena molhada,
uma concha inóspita,
um horizonte sem exuberância,
um mar de incertezas,
um céu despido de cor,
uma casa em desordem.

Sou um quebra-cabeça desmontado,
um castelo de cartas prestes a ruir,
um livro em branco,
uma melodia sem harmonia a soar,
um jardim de flores mortas,
um labirinto obscuro.

Sou um um relógio parado,
um espelho quebrado,
um canteiro sem sementes,
um poço vazio.

Sou o que chamam de gente.

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