Capítulo 11 - Cinema e Encontros

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— Ah V, eu estou tão nervosa! Será que ele vem mesmo? – A loira diz enquanto anda de mãos dadas com sua melhor amiga pelo shopping indo em direção ao cinema.

— Se acalme, B! Ainda faltam dez minutos... por isso ele ainda não chegou, estamos adiantadas – tento acalma-la.

— O meu cabelo está bom? Você acha que esta blusa combina?

— Você está linda, Betty. Agora pare de surtar um pouco, vai ter um ataque daqui a pouco – rio de sua ansiedade.

— Ah, Veronica, você devia ter visto a cara do Archie quando ele leu o poema... – calma! Ele já leu o poema? Sinto meu coração disparar.

— É? Ele disse alguma coisa? – finjo desinteresse apesar de estar com o coração a mil.

— Não. Ele não disse uma palavra. Sorriu, e foi como...

— E foi como se o sorriso improvisasse uma resposta de amor...

— Hum? Acho que foi isso mesmo. Ele é inteligente até calado!

No meio da pequena multidão que atravessava a avenida, pude reconhecer o cabelo ruivo e tratei de me apressar para ir embora, não aguentaria vê-los juntos.

— Tchau, Betty, aí vem Archie. Se você ficar nervosa, sem saber o que dizer, entregue esta carta para ele.

— Outra carta? Mas a letra não é...

— Não se preocupe. Eu sei imitar a sua letra.

— Ah, V! Você é demais! Nem sei como agra...

— Então não agradeça. Tchau, Betty – saio o mais rápido possível, soltando o ar que prendia, aliviada por ter escapado da pior situação possível que eu poderia presenciar.

Sim, eu sei o que vai rolar, mas é como dizem "O que os olhos não vêem, o coração não sente." e estou completamente apegada de que ver eles juntos é pior do que só imaginar.

Entrei na livraria, e buscando tirar os dois de meus pensamentos fui atrás do meu autor favorito: Fernando Pessoa.

"Símbolos? Estou farto de símbolos...(...)
Que o sol seja um símbolo, está bem...
Que a lua seja um símbolo, está bem...
Que a terra seja um símbolo, está bem...(...)
Mas que símbolo é, não o sol, não a lua, não a terra, (... )
Mas (... ) a costureira que pára vagamente à esquina
Onde se demorava outrora com o namorado que a deixou? (... )
Símbolos? Não quero símbolos...
Queria —
Que o namorado voltasse para a costureira ".

A pouca luz que lhe iluminava a página diminuiu, coberta por alguém em minhas costas.

— Renovando as ilusões, senhorita Ilusão?

Jughead! Sempre Jughead, em todas as horas em que eu queria ficar só.

— Fernando Pessoa... — leu o rapaz nas mãos de Isabel. — Gosta de Fernando Pessoa? E da pessoa do Jughead, você gosta?

Suspiro.

— Poderia gostar mais, se a pessoa do Jughead fosse menos intrometida e soubesse escolher melhor a hora de aparecer... – fecho o livro o olhando. Opa! Ele está muito próximo!

— Acho que quem escolheu foi você. – diz baixo devido a proximidade – Eu trabalho de tarde nesta livraria.

— Oh, é mesmo? Eu não sabia... – desperto e me afasto pelo choque.

— Tem muita coisa que você não sabe, Lodge.

— E que certamente você gostaria de me ensinar, não é? – debochou

— Você não encontraria professor mais dedicado... – dá um belo sorriso se encostando na borda da mesa. Admito. Ele é muito atraente.

— Por quê, Jughead? O que você quer?

— Você, Veronica.

— O que você vê em mim? Sou tão comum e sem graça! Não tenho nada de especial ou interessante a oferecer! Uma garota que ninguém tiraria para dançar... – abaixo a cabeça.

Sinto seus dedos em meu queixo, levantando lenta e delicadamente meu rosto, me fazendo olhar em seus olhos verdes.

— Não. Isso é o que você vê. O que eu vejo é uma garota adorável, que se esconde nos jardins para não correr o risco de alguém tirá-la para dançar... – diz em pequenos e lentos sussurros. Por segundos fecho os olhos com seu hálito próximo e me deixo levar.

Posso sentí-lo cada vez mais próximo e sua mão vai deslizando pelo meu rosto até chegar em meu pescoço me fazendo aproximar-me mais dele. Nossos lábios se esbarram estamos quase nós beijando, até a campainha da livraria soar estrondosamente me assustando e consequentemente me afastando de Jughead.

Vejo-o suspirando e sinto-me corando, eu com certeza estaria como um tomate se fosse mais branca. Desvio o olhar dele e volto para minha antiga posição.

— O que é que você entende, Jughead? O que é que você sabe?

— Sei, por exemplo, que daríamos uma ótima dupla, estilo "The Thin Man".

— Pois saiba que eu não sou a Nora e você não é Nick Charle. De mim, da verdadeira Veronica, você não sabe nada!

— Aquilo que eu não sei, eu adoraria saber. Por que você não me conta? Vamos sair um pouco? Que tal uma volta? – se levanta e me estende a mão.

— Mas você não está trabalhando? – estreito os olhos.

— Tenho direito a uma folga. Depois, minha mãe é a dona da livraria... – rio e pego em sua mão.

— Mi lady – se curva e eu lhe impuro com o ombro rindo da brincadeira.

— Idiota! – reviro os olhos sorrindo, lhe dando a mão e saindo junto com ele.

Capítulo extra cheio de mimos para começar 2024 bem❤️🥂

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Os Olhos Errados - VugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora