Capítulo 4 - Um domingo de espera

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Como eu fui idiota! Essa é a única coisa que consigo pensar neste domingo após a festa de Archie. Fiquei escondida naquele jardim, escondida, imaginado que Archie estaria com Rosana. Provavelmente deve ter ficado me procurando a festa inteira, e quando me encontrou eu estava bêbada, deitada no chão. Idiota!

"Mas e se ele realmente ficou com Rosana a festa inteira... e só foi me procurar por causa do negócio de nossos pais?" Me torturou com a possibilidade.

Mas não... ele não teria me beijado se fosse apenas isso, não teria me segurado daquela forma...

Mesmo sendo o dia seguinte, Veronica não conseguia esquecer daqueles lábios e daquele cheiro embriagante de sua colônia masculina. Ontem depois do beijo só podia se lembrar de Mary a trazendo para casa, e agora acordada a única coisa que sentia era o enjôo da ressaca e o gosto do beijo da noite anterior.

Apesar do êxtase em que estava pela noite anterior. A manhã já começara mal com sua mãe, naturalmente, reclamando de dor de cabeça e lamentando-se pelo fato da filha ter chegado ontem bêbada.

— Ah se seu pai estivesse aqui!

— Primeiramente, mamãe eu só fui nesta festa porque você e o papai exigiram, se não eu estaria em casa quietinha lendo meus livros ou escrevendo algo – consigo argumentar com ela – Segundo, papai não está aqui.

— Mas estará, hoje inclusive. E você se encontrará com ele. – diz saindo – Não pense que não irei contar ao seu pai do acontecimento de ontem – sobe as escadas por fim e eu reviro os olhos.

Agora, em silêncio o beijo voltara à minha mente, junto da lembrança de Archie. Pensei em ligar para ele, mas me contive ao imaginar que certamente ficaria nervosa e acabaria falando besteiras e estragaria tudo. Bom, tudo menos a lembrança de seu beijo. Me lembrava de ser segurada por ele, me lembrava de sua correntinha próxima ao meu rosto devido à nossa diferença de altura, e me lembrava de seus olhos, que agora me causavam confusão. Me lembro seus olhos serem azuis, mas Archie tinha olhos castanhos. Certamente as luzes piscantes e a bebedeira me fizeram alucinar com seus olhos azuis, afinal ele era a única pessoa que me beijaria, e se não fosse ele, quem mais seria?

Eu tinha pressa de vê-lo novamente, mas era domingo, e teria que ir ver seu pai. Esse seria um longo domingo de espera, ansiando pela segunda, primeiro dia de aula que ela veria Archie novamente.

E então eu tive uma excelente ideia. Eu escreveria uma carta. E nela colocaria tudo, tudo o que eu sentia por ele, em versos de amor que ela mais do que ninguém, sabia como por sua alma em sua escrita.

Escreveria na escola, onde eu sabia que a escrita de ninguém se comparava a minha. Segunda feira seria o dia. Gostaria de usar esse domingo para pensar em amanhã, mas teria que aguardar pois hoje eu teria que sair com meu pai.

Quando a campainha soou e viu pela porta o motorista de seu pai, Andre, olhou para o espelho uma última vez e foi ao encontro de seu pai.

* * *

— Papai, você me acha interessante? – pergunto mechendo no milk-shake de chocolate com um canudo.

O Pop's estava lotado, fazia muito tempo que não vinha aqui com seu pai, já que ele sempre estava ocupado com seu trabalho.

— Hã? É claro que eu acho mi hija! Você é a menina dos meus olhos. A garota mais interessante do mundo. – responde, um pouco surpreso com a pergunta e limpando sua boca com um guardanapo

— Ah, não. Não desse jeito, papai. Não como uma garotinha. Bom, eu já tenho 16 anos, quero saber se me acha interessante como mulher. – digo, mas sem esperar um resposta, mudo de assunto – Mas então, papai... como vão as Indústrias Lodge?

E assim embarcamos em uma enorme conversa, que por mais que eu não queira admitir foi interessante.

E assim embarcamos em uma enorme conversa, que por mais que eu não queira admitir foi interessante

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Primeira aparição de Hiram. O que acharam?

Beijinhos, até o próximo!

Os Olhos Errados - VugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora