Capítulo 21 - Descobertas

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O xerife estava a minha frente, pronto para ouvir meu lado da história, junto da professora. Hesitei novamente, mas, depois do ataque de Honey, eu estava convencida de que precisava falar tudo o que sabia. Não estava com medo do que Honey pudesse fazer. Eu devia falar. E ninguém melhor para ouvir do que a polícia.

Enquanto respirava fundo para começar meu depoimento vi a professora tirar um pacote de bombons da bolsa. Não pude retirar meus olhos deles, mesmo quando ela ofereceu para nós.

— Alguém quer um bombom? – pergunta já abrindo um.

— Não, obrigada. – digo enquanto Keller apenas ignora.

— Eu é que estou nervosa por você, Verônica. Estou deixando de fumar e comendo doces para distrair a vontade. Um pouco de açúcar é o melhor relaxante que existe. Assim, eu me livro do câncer nos pulmões e estouro de engordar! – ri, mas ninguém achou graça. Ela deixou o saco de bombons na mesinha, em frente ao sofá, e ficou
mordiscando um deles.

Então eu comecei a falar, olhava diretamente para eles, tentando passar o máximo de confiança que eu pudesse. Eles tinham que acreditar! Obviamente pulei o motivo de eu estar lá e o motivo deu estar no escuro sentada, era humilhante de mais falar da desilusão com Archie. Mas descrevo a visita ao laboratório naquela primeira manhã de aulas. Falei da penumbra, da vista embaçada (que eu justifiquei dizendo que havia dormido mal no dia anterior e queria um lugar quieto e escuro para eu descansar um pouco), do vulto de avental, do frasco de linamarina, até das lágrimas.

— Você estava chorando? Por quê? – estranha Keller.

— Nada, é que... eu tinha tirado um zero em redação... – isso era realmente verdade.

— Você?! — sorriu a professora, que a conhecia muito bem. — Você tirar um zero em redação? – brinca, é realmente inacreditável, mas fazer o que se alguns não têm visão poética?

Em seguida, falei da conversa com Jughead na pracinha e da suspeita de que Honey estivesse nos ouvindo às escondidas. Depois contei do ataque na rua e da ameaça de morte de Senhor Honey, que afirmava as suspeitas.

— Então tudo se ajusta — comentou a professora, lambendo a pontinha do dedo suja de chocolate. — Honey é o culpado! Foi ele quem você viu no laboratório. – balancei firmemente firmemente a cabeça.

— Não, não podia ser ele. Mesmo sem óculos, eu reconheceria facilmente aquela figura enorme. Não era ele. Era alguém muito menor. – me recordo.

— Você fez muito mal em não me contar tudo o que sabia na primeira vez, Verônica — censurou o investigador.

— O senhor acha que eu deveria falar tudo ali, na frente de todos, até do Honey? – questiono convencida.

— Está bem. – suspira e dá um sorriso de lado – Talvez você tenha feito bem em não falar na frente do Honey. – sorrio ainda convencida – Mas você poderia ter me procurado depois. Não é por você ser menor de idade que eu não daria atenção ao que você tinha a dizer – coloca uma mão em meu ombro dando um sorriso reconfortante – Às vezes, um pequeno detalhe é a última peça que falta para fechar o quebra-cabeça.

— Bom... eu estou falando agora. Disse tudo o que tinha a dizer.

— De qualquer modo, a ameaça de Honey contra você é suficiente para envolvê-lo no caso até o pescoço. – O investigador pegou o telefone e ligou para a delegacia. Do outro lado da linha, alguém recebeu a ordem para que se iniciasse ao supervisor. – Suspeita de homicídio... Um elemento potencialmente violento... – Desligou o telefone e voltou-se para mim.

— O vulto que você viu estava de guarda-pó, não estava?

— Estava. De avental branco.

— Isso aponta para algum professor — raciocinou o investigador.

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⏰ Última atualização: Sep 29 ⏰

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Os Olhos Errados - VugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora