Capítulo 15 - Lua

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O coração de Felix estava acelerado.

Ele abriu os olhos e se deparou com o céu noturno estrelado. Tão vasto e misterioso...

Sentou-se, tateando o chão ao se redor e sentiu grãos finos entre os seus dedos. Ele pegou um punhado e analisou mais de perto.

— Poeira...?

Olhou para os lados e nada viu além de um imenso vazio solitário. Não havia uma alma viva, residência ou construção em nenhuma das direções. Era apenas o Lee em um deserto feito de minério cinzento ao invés de areia sob um céu estrelado e não um sol escaldante.

Não devia estar tão claro já que não havia nenhuma fonte de luz natural visível...

Onde estava a Lua?

Felix girou sobre o próprio eixo, mas não encontrou o belo astro no céu.

Caminhou, sem rumo, por uma infinidade de horas, tentando usar as constelações como sua bússola, mas ele não era muito bom naquilo.

Perdido, sozinho, isolado como um satélite.

Ele gritou, mas sua voz ecoou no vazio e ninguém o escutou.

Até que olhou com mais afinco e encontrou um ponto azul brilhante no céu. O loiro sentiu uma estranha sensação de familiaridade e ansiedade, então, correu naquela direção, o mais rápido que pôde.

O ar faltou em seus pulmões, que queimavam, os seus músculos tremulavam, ameaçando falhar, e seu coração vibrava tamanha era a velocidade com que se contraía.

Felix sentiu a visão escurecer e caiu de joelhos, com a mão estendida para o céu, como se alguém fosse ouvir as suas preces e o salvar.

E assim aconteceu.

Uma mão grande e gelada o segurou firme. Através de suas pálpebras, o loiro notou uma luminosidade cegante a sua frente. Ele tentou abrir os olhos, mas era demais para ele.

Levou muitos minutos para que sua visão fosse capaz de vislumbrar, brevemente, a imagem daquele que o estendeu a mão.

Um corpo alto, malhado e esguio sob uma pele branca reflexiva com partículas de brilho, coberto por uma fina camada de tecido branco; e cabelos e olhos negros como a noite, o enxergando como ninguém jamais fez.

Era como estar ajoelhado perante a um deus.

Felix queria se colocar de pé e dar uma boa olhada outra vez, mas era como se a gravidade o fizesse pesar uma tonelada e ele não conseguisse se levantar; nem mesmo abrir as pálpebras que se fecharam outra vez para a luminosidade. Ainda que aquela luz não parecesse ser própria do ser, e sim que ele a refletia.

O australiano se sentiu fraco e impotente, mas não mais sozinho nem perdido.

E assim como o ponto brilhante nos céus, o recém chegado lhe era familiar. Então, confiando totalmente nele, decidiu fechar os olhos e se deixar ser guiado. O seu corpo levitou até que ficasse lado a lado com o ser, que fez uma carícia em sua bochecha.

— Hyunjin? — Felix perguntou e naquele momento uma força pareceu puxá-lo de volta para a sua realidade.

Ele abriu os olhos e viu a luz de Hyunjin se apagando à medida que eles se separavam. Como se um buraco negro o estivesse sugando, o loiro levitou pelo ar, vendo o outro se tornar apenas um pontinho de luz fraca em meio àquele deserto cinzento.

Quando estava longe o suficiente, ele pôde perceber que o deserto cinzento era na verdade...

Quando estava longe o suficiente, ele pôde perceber que o deserto cinzento era na verdade

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