capítulo dois

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— Eu quero duplas, não quero quarteto, trio ou coisa do tipo. Quero duplas! Escolham rápido e sem bagunça, caso contrário, eu irei escolher as duplas. — A professora dizia rápido e rígido. Ninguém gostava daquela mulher, ela conseguia ser insuportável.

— Vegas? Vamos logo, acorde ou te deixarei sozinho. — Time comentou cutucando o garoto que estava completamente adormecido.

Ele realmente desistiu e deixou Vegas sozinho.

Pete amava fazer trabalhos sozinho, tudo ficava tão simples e rápido, céus, era uma maravilha.

— Pete, faça dupla com Vegas.

Silêncio, a sala inteira ficou em silêncio e sem reação. Todos sabiam como aqueles dois se odiavam.

— Perdão? Não estava prestando atenção.

— Faça dupla com Vegas.

— Não preciso de nenhum mimado fazendo dupla comigo. — Argumentou Vegas finalmente acordado.

— Como? — Pete sorriu de lado, e como todos os dias, iria começar uma nova briga.

— Você está surdo? Tão inteligente que nem escuta direito!

— Ohh, o grande Vegas está no direito de falar alguma coisa?! Você acabou de acordar, garoto intrometido!

— Vai fica bravo por eu falar a realidade é? Que fofinho, daqui a pouco vai sair espuma de sua boca. — Comentou fazendo todos rir, assim, Pete se permitiu a ficar vermelho. O céus, ele sempre era tão envergonhado assim?

— Não estou bravo! Estou sendo sincero, você sempre se intromete no meus assuntos Vegas! Por céus, me deixe em paz!

— Eu? Eu me intrometo na sua vida? Seu idiota! Você que se intromete na minha vida, desde a minha infância inteira é um inferno. Eu mereço um desconto, ainda mais após aquele dia.

— Eu já agradeci! Você não é a porra de um herói por isso, você não é nada Vegas! Não passa de um garotinho chorando pelo papai e pela mamãe! — Comentou espumando de raiva batendo seu pé direito no chão.

— Chega meninos! Chega! Estamos cansadas dessas brigas idiotas!

A sala toda havia ficado em silêncio, mas Vegas continuava quieto mesmo após escutar tudo aquilo. Após isso, ele se lembrou quando salvou Pete de um possível assédio, colocando uma blusa em suas pernas. Vegas estava preste a explodir.

Ele não falou mais nada, nada mais fazia sentido naquele momento, ele apenas havia pulado em cima de Pete o derrubando com tudo entre as cadeiras desferindo socos e tapas em Pete, junto com vários xingamentos. Ninguém conseguiu realmente tirar Vegas de cima de Pete, por ser um adolescente que fazia academia desde os 12 anos, sempre deixou claro que sua força era capaz de fazer loucuras. Nem mesmo Time foi para cima tentar impedir, ele sabia de tudo que Vegas passava por causa de Pete, ele também odiava o garoto.

— Vegas... Está doendo, por favor. — Sentia Vegas pressionando seu pescoço fortemente enquanto seu rosto estava cheio de sangue. — Por favor, eu imploro...

Tudo havia parado, só havia a voz da professora e do diretor gritando, Vegas havia desmaiado em cima de Pete, não estava tão machucado como o outro, mas sentia seu corpo rígido e dolorido. A sala inteiro estava em silêncio enquanto ligavam para o hospital.

Dias depois.

Pete finalmente acordou cheio de dor em seu corpo, estava cheio de curativos também. Olhando para o lado via sua mãe e seu pai, no outro lado, havia o pai e a mãe de Vegas, ele não sabia falar nada.

— Filho! Céus minha criança! O que houve?! Sua escola ligou e não me explicaram nada, por Deus Pete!

O garoto começou a chorar, se lembrando das palavras de Vegas, mas por um momento, ele se lembrou de um sorriso que Vegas havia dado quando recebeu 10 em uma prova tão esperada.

— Pete, me responda. Vegas fez isso? Ele também está desmaiado! — A mulher comentou sem expressão, havia apenas ódio e nojo em sua cara.

— Não... Ele... Bem, não. Na realidade, eu peguei atalho por um beco, nisso acabei apanhando e Vegas veio me salvar... Na escola já estávamos acabados, por isso ficamos assim.

— Pete! O que eu disse sobre caminhos curtos?! Não pode fazer essas coisas! Imagina se você tivesse morrido, pensou em mim? Pensou no seu pai? Pensou nos pais de Vegas caso acontecesse algo com ele? Céus! Você foi tão egoísta Pete! Deveria pensar mais e ser um pouco mais inteligente. Eu pago uma coisa escola, te dou tudo e você me agradece assim?! Entrando em um beco e se machucando inteiro! Vamos, peça desculpas para os pais de Vegas! Sente-se e peça desculpas.

Pete sempre foi muito amado, mas infelizmente sua mãe foi ficando rígida conforme o tempo. Ficou mais rígida quando Pete se assumiu gay. Claro que ele foi extremamente apoiado, mas com isso veio os medos, sua mãe sabia como funcionava o mundo e sempre quis proteger o filho. Ela sabia que caso Pete saísse de casa com uma saia, provavelmente não voltaria vivo. Ela apenas tinha um medo extremo.

— Eu peço perdão senhora Theerapanyakul, eu não tive intenção nenhuma de machucar Vegas, eu realmente sinto muito. Gostaria de pedir perdão da maneira correta, mas não consigo me levantar da forma correta, prometo fazer um pedido mais descente!

— Não Pete! Está tudo bem, pelo amor de Deus, não precisa pedir desculpas, você e Vegas foram apenas duas vítimas inocentes, eu pensei que Vegas havia batido em você... Mas graças a Deus não foi o caso, fico feliz em saber que Vegas está andando com você! Você é um ótimo garoto Pete.

Pete sorriu sem graça. Tempos após ele saiu do quarto para ver Vegas, ele estava acordado, olhando para o teto.

— Porquê não falou a verdade?

— Você ainda é meu inimigo, e precisa estar vivo e bem para eu vencer você.

— Pesca a sorte.

— Idiota do caralho.

— Eu te odeio, tipo, pra porra.

— Eu também te odeio, tipo, pra caralho.

Ambos soltaram uma risada sincera, até Pete parar sentindo uma dor no corpo.

— Você mereceu.

— Certamente, na próxima, esteja ciente que eu vou acabar com você.

— Como eu disse, pesca na sorte.

Ambos ficaram se olhando e Pete decidiu se aproximar se sentando na cama enquanto observava o rosto de Vegas, o único machucado que ele tinha era um em seus lábios, Pete fez enquanto tentava se defender.

— Porquê você me odeia tanto Vegas?

— Suma, vá embora Pete.

— Por favor Vegas...

— Por favor, saia. Agora.

Não falou nada, apenas saiu andando devagar para seu quarto, logo se deitando na cama. Pete sempre foi um garoto amigável e amável com todos, conseguia fazer amizade com qualquer pessoa, mas Vegas... Com ele sempre foi diferente, nunca tiveram uma conversa saudável, sempre teve tristeza em seu olhar. Naquela hora, Pete chorou, chorou até dormir, sentindo até mesmo dor de cabeça, mesmo sentindo dores ele dormiu, igual uma criança bobinha quando ganhava algum tipo de presente. Mas algo deixou sua cabeça perturbada, e bom, agora Pete tinha uma missão: continuar brigando com Vegas até descobrir o real motivo de tanto ódio dentro do coração do garoto, ele já estava 100% decidido e pronto pra fazer até mesmo coisas estranhas.

My best enemy - vegaspeteOnde histórias criam vida. Descubra agora