Always second option

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14 de Janeiro, 2023

Aziraphale chegara exatamente no horário correto para começar as aula, se sentou no chão e retirou a sua bolsa cor creme, que estava passada verticalmente por seu corpo, e colocou em um canto aleatório da sala, abriu cuidadosamente o zíper e retirou a garrafa de água dali, tomando um pequeno gole. Se sentou no centro da sala em frente ao espelho, alongou seu corpo inteiro, começando pelo pescoço onde a girou levemente para direita e esquerda, alongou os ombros onde os girou para trás e para frente, os braços onde segurou o esquerdo com o direito e vice-versa e finalmente a perna onde sentou no chão e fez o famoso borboleta. Assim que fizera isso se levantou, fazendo um aquecimento vocal básico e esperou a aula começar. Não estava sozinho na sala, ali havia alguns colegas, mas não falava com quase nenhum, era uma relação extremamente profissional. 

Somente falava com Muriel, Maggie e Jim, o nome artístico de Gabriel. E não ligava muito para o resto, mas havia um garoto que ele odiava, não gostava desta palavra mas aquilo era verdade, o garoto de cabelos vermelhos que sempre roubavam seus papéis. Não sabia exatamente seu nome mas todos o chamavam de Crowley. Ele era o favorito, o favorito de todos, o favorito dos professores, mas não se esforçava e chegava atrasado mas sempre que havia um teste para algum papel ele conseguia. Enquanto isso Aziraphale tentava de tudo, chegava no horário, as vezes até mais cedo, treinava em casa e dava o melhor de si, tanto nas aulas em que eram exercícios de improviso, as aulas teóricas, as aulas que havia algum trabalho com roteiro, qualquer aula ele se esforçava. Enquanto Crowley simplesmente chegava lá na metade da aula, nas aulas teóricas nem mesmo anotava e não tentava nada nas aulas com o roteiro, ele somente era bom naturalmente. 

Assim que o professor chegou por lá, logo atrás chegara o tal garoto irritante. Suas vestimentas era um tanto quanto rebeldes, os Jeans que haviam em suas pernas eram um tanto quanto apertados e haviam alguns patches de bandas, sua camisa social era totalmente preta onde havia alguns botões abertos e utilizava uma gravata vermelha totalmente frouxa que combinava com o tom de seus cabelos, que caiam em seus ombros e duas mechas estavam presas atrás. Os óculos escuros não deixavam seu estilo, quando não estava em seu rosto, estavam descansando em seus cabelos. Suas unhas estavam sempre pintadas de preto, sua bolsa era preta e assim como na sua calça haviam alguns patches. O garoto andou de forma esquisita até um canto aleatório da sala e jogou a bolsa por lá e logo foi até o monte de pessoas que estava se formando ao redor do professor. 

— É o seguinte, semana que vem vai ter um teste para uma nova peça que vai ter aqui na companhia.— Todos naquela sala ficaram animados, incluindo o loiro, que bateu palmas em animação— Vai ser Romeu e Julieta, mas repaginado, não posso falar muito mais que isso, me desculpem, mas se preparem.— Avisou se levantando.

O ruivo somente deu de ombros, e observou todos naquela sala falando alto e rindo entre si, não era muito próximo de ninguém então não tinha porque de comemorar junto com os outros. 

— Andando pelo espaço!— gritou o professor, fazendo todos se dissiparem e andar pela sala. 

Quando começaram a andar em círculos, o professor gritou novamente.

— Eu falei andar pelo espaço e não em círculos!— Bateu palmas enquanto se levantava para ter uma visão mais ampla.

Todos se assustaram, mas se atentaram a isso, depois os exercícios de improviso começaram e neste eles precisariam fazer um monólogo baseado em um tema ou uma situação que vai ser dada por um colega e o primeiro a ter que fazer um monólogo seria Crowley, que não ligou muito para aquela situação e assim que o tema foi dado ele começou a se preparar. 

Ele precisaria fazer um monólogo sobre amor, algo que não era muito sua especialidade, ele era mais de casos de uma noite, e como uma pessoa que partia muitos corações, nada melhor do que fazer o papel de alguém de coração partido. 

—  Porque você fez isso comigo? Não, por favor, não me deixe.— Se ajoelhou no chão em um só movimento, captando a atenção de todos na sala.— Você me disse que era para sempre, não disse? Então porque você não está aqui comigo? Você me disse que não me deixaria...— estendeu a mão de forma dramática—  Não importa mais, você não está mais aqui comigo, mas eu te amo.— Cerrou os dentes— E eu sempre vou te amar.— olhou para suas próprias mãos e depois deixou sua cabeça relaxar. 

Todos aplaudiram, o garoto realmente tinha um talento nato. Era expressivo naturalmente e a maneira que a voz mudava de acordo com as emoções que queria passar era digno de um Oscar e aquilo fez o sangue de Aziraphale ferver, ele odiava como o garoto se saia bem em tudo. Ele esperava que iria rir do ruivo mas não, Crowley foi impecável. 

Depois de algumas rodadas chegou a vez do loiro que suspirou fundo, seu tema era tentar. Se dispôs na frente de todos e começou seu monólogo.

— Eu tentei, eu juro que tentei.— gritou, com a voz trêmula— Só não consegui...— olhou para o chão.— Eu tentei falar, mas as palavras não saiam.— olhou para todos, e todos os olhos estavam presos em si.— Eu tentei andar, mas os pés não davam um passo.— suspirou— Eu tentei chorar, mas de meus olhos já não saíra mais lágrimas.— continuava com os olhos presos em cada um da classe, mas sua mão se movia rapidamente—  Eu tentei sorrir, mas em mim já não tinha alegria.— apontou para seu peito, com um tom mais alto.— O importante é tentar, mas porque eu tenho que fracassar?— Seus olhos encheram de lágrimas e palmas foram ouvidas.

O loiro levava aquilo como uma competição indireta, ele queria mais atenção, mais aplausos, ele queria ser melhor que Crowley. 

Assim que o improviso havia acabado, todos pegaram suas coisas e se retiraram dali, mas Aziraphale ficou. Ele se olhou no espelho, ajeitou seu cabelo e limpou o suor do rosto, perguntando para si mesmo quando conseguiria ser melhor que alguém, ele era sempre a segunda opção, mesmo quando se esforçava não conseguia. O monólogo que fizera a poucos minutos atrás não era totalmente atuação.

O garoto pegou suas coisas e apagou a luz da sala, no final do corredor viu a figura que tanto odiava com um cigarro que pendia casualmente em sua mão, ele simplesmente ignorou e seguiu ao rumo de sua casa, onde iria estudar incansavelmente a peça de Romeu e Julieta para conseguir ser melhor que Crowley, pelo menos desta vez. 

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Hey anjos, fanfic nova, finalmente 🙌

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Hey anjos, fanfic nova, finalmente 🙌. Curiosidade que ninguém quer saber mas vou contar mesmo assim: o monólogo do Aziraphale na verdade foi retirado do meu livrinho de poemas que está aqui no meu perfil, claro que eu tirei algumas frases mas é retirado dali e provavelmente durante está fanfic vai ter mais coisas relacionados aos meus poeminhas. Revisei o capítulo mas é aquele lance, pode ter algum erro e essas coisas ai.

Eu estou amando escrever essa fanfic porque me lembra do meu tempo de teatro (volta vida 😭).

Ps: O feedback de vocês é importante, comentem, votem e façam críticas também! Isso é importante para o meu crescimento como autor para fazer fanfics cada vez melhores para vocês (:

Com amor, Júpiter ✨

© Júpiter, 2023.

𝐁𝐞𝐡𝐢𝐧𝐝 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐦𝐚 || 𝐀𝐳𝐢𝐫𝐚𝐜𝐫𝐨𝐰Onde histórias criam vida. Descubra agora