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12 de março, 2023.
— Não faz assim! Mas que porra, eu já te disse que é a vertical funda e não para o público!— Gritou Crowley, ajeitando pela milésima vez o garoto.
Eles estavam ensaiando novamente sozinhos, agora o coreógrafo de cena já havia dito como seria as marcações, então os ensaios particulares tiveram que voltar.
— Tá bom, desculpa.— falou cabisbaixo.
— Voltando a cena agora, tá bom?— Anthony disse, se balançando para incorporar o personagem novamente.
Eles estavam ensaiando a primeira cena em que estão juntos na peça, o que condiz com a cena do beijo, eles não saiam dela. Talvez porque gostavam da proximidade ou talvez porque não conseguiam acertar.
— Se eu ousar tocar este lugar sagrado com minha mão indigna, esta é a punição gentil que estou disposto a aceitar. Meus lábios, como peregrinos envergonhados, estão prontos para amenizar esse contato rude com um beijo suave.— Começou Aziraphale.
— Bom peregrino, você subestima sua própria mão e não reconhece o respeito que ela demonstrou. Pois os santos têm mãos que se deixam tocar pelas mãos dos peregrinos, e o beijo do peregrino se da palma com palma.— tocou a mão do loiro rapidamente, assim como sempre fazia na tal fala.
— Mas os santos têm lábios, e os peregrinos também.— Exclamou, movendo suas mãos teatralmente.
— Sim, peregrino, lábios que eles devem usar.— se aproximou de Aaron.
— Oh, então, minha santa criatura—Segurou a mão do ruivo —deixa os lábios fazerem o que as mãos fazem; você precisa concordar comigo que eles se unem como em uma oração, para que nossa fé não se transforme em desespero.
— Os santos não se movem, você deve concordar comigo, em respeito à sua devoção.— disse hesitantemente.
— Então, não se mova enquanto eu executar minha prece. Assim, meu pecado é absolvido, passando dos meus lábios para os seus.— segurou na bochecha de Crowley.
Fizeram a cena perfeita e sem erros. O ruivo virou a cabeça para o lado do espelho, enquanto Aziraphale virava para o lado contrário e finalmente foi convincente o suficiente. Eles estavam muito próximos, próximos o suficiente para se sentirem tentados a realmente se beijarem e eles queriam mas não o fizeram pois ainda tinham que continuar a cena.
— Agora meus lábios carregam o pecado que tirei de você.— Anthony tocou seus lábios, com um meio sorriso.
— Tirar um pecado dos meus lábios? Ah, um pecado doce e provocante.— sorriu, puxando o garoto pela cintura— Devolva o meu pecado.
Eles se olhavam apaixonadamente, mas talvez esta parte não fosse atuação. Olhavam um no olho do outro e sentiam borboletas viajarem em suas barrigas. Crowley delicadamente, colocou sua mão na bochecha do mais baixo e voltou a sua fala:
— Você beija bem.
Aquilo foi quase uma morte para Aziraphale, tudo bem que estava no roteiro, só que o garoto se sentiu até confuso por um momento. Sntes de pensar em qualquer outra coisa, sentiu seu corpo bater delicadamente contra a parede mais próxima e assim que o ruivo ia começar a falar algo, Aaron o beijou. Os músculos do corpo de Anthony relaxaram quase que instantaneamente, foi um susto para ele, mas um susto bom. O gosto doce da boca do loiro na sua o fez ir aos céus por um milésimo de segundo, até que se afastaram um pouco.
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𝐁𝐞𝐡𝐢𝐧𝐝 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐦𝐚 || 𝐀𝐳𝐢𝐫𝐚𝐜𝐫𝐨𝐰
FanficAziraphale e Crowley fazem parte de uma companhia de teatro e sempre disputam os principais papéis nas peças. A rivalidade no palco virou algo pessoal. © Júpiter, 2023.