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24 de fevereiro, 2023.
Eles não se odiavam mais, mas suas brigas não cessaram. Nos seus ensaios quase se batiam de tão nervosos que ficavam, só que depois pediam desculpas e buscavam melhorar. As crises de ansiedade de Crowley não desapareceram, ele continuava as tendo muito frequentemente, assim como Aziraphale. Muitas das vezes um encontrava o outro chorando pelos corredores. Assim como aconteceu agora, onde Aaron estava passando no corredor e viu o ruivo com a cabeça baixa, iria passar reto achando que o outro só estava cansado, mas quando ouviu um fungado vindo da parte dele, parou seus passos e se sentou ao lado dele.
— Crowley?— O chamou.
Anthony olhou para o loiro, que não conseguiu ver seus olhos por causa dos típicos olhos escuros.
— Me deixa.— abaixou a cabeça novamente.
— O que está acontecendo?—insistiu, fazendo um carinho nas costas do outro.
— Nada, você não entenderia.— fungou.
— Eu entenderia sim, eu posso te ajudar, fala comigo.— o acalmou.
Crowley não tinha ninguém para se apoiar, ninguém para contar seus problemas, aquilo o estava consumindo por dentro. Ele sempre ouvia o problema de alguns de seus poucos amigos e aquilo acabava o afetando, porque as vezes ele não conseguia ajudar e só se sentia pior. Talvez contar seus problemas para Aziraphale não seria nenhum problema.
— Eu só... ai eu não sei, é muita coisa ao mesmo tempo e parece que minha mente não quer processar as coisas que acontecem e só fica rebobinando meu erros e...— voltou a chorar descontroladamente.
— Shhh, vem cá, eu estou aqui com você.— Parou de acariciar as costas do outro e ofereceu seu ombro.
Anthony se deitou no ombro do outro e continuou a chorar descontroladamente, mas agora não estava sozinho.
— Como você está se sentindo, querido?
— Sinceramente? Uma merda.— Deu uma risada para tentar descontrair.
— Você sabe que você não é seus erros, não é?— disse o loiro, que não seguia o próprio conselho.
— Azi, eu não posso errar. Eu não posso de verdade.— continuava a chorar mas agora estava mais calmo.
— Claro que pode, nós somos humanos Crowley, humanos erram o tempo inteiro.— suspirou fundo.
— Eu abandonei tudo para o teatro, se eu não for o melhor, minha vida inteira vai para o ralo. Na verdade ela já está no ralo.
— Você é um ótimo ator, olha você nem precisa se esforçar muito para fazer algo bom, tanto com o roteiro, tanto no improviso.— olhou para o garoto que estava em seu ombro e desviou o olhar rapidamente quando viu seus rostos muito perto.
— Porque eu já estudei tudo, não é que eu sou bom, é só que eu me matei de estudar.— O choro finalmente havia cessado mas ele não saiu do ombro do outro, ele estava se sentindo confortável e o cheiro de bebê de Aziraphale o acalmava.
— Você é muito inteligente então, porque entender e conseguir aplicar as técnicas não é para todo mundo.
— É, talvez.
— Talvez não, certeza.— riu.
E eles ficaram ali por um tempo, somente aproveitando a presença um do outro, até Aziraphale ouvir seu estômago roncar, ele realmente não queria comer, então não ligou, mas Crowley ouviu também e não viu o loiro se mexer para pegar algo, então o perguntou:
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𝐁𝐞𝐡𝐢𝐧𝐝 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐦𝐚 || 𝐀𝐳𝐢𝐫𝐚𝐜𝐫𝐨𝐰
FanfictionAziraphale e Crowley fazem parte de uma companhia de teatro e sempre disputam os principais papéis nas peças. A rivalidade no palco virou algo pessoal. © Júpiter, 2023.