chapter sixteen

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bárbara petrov
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O tempo corria como o vento. Quanto mais passava, mais atarefada eu ficava. Eu tinha que confirmar bufê, confirmar o DJ, confirmar o fotógrafo, contratar uma equipe de filmagem também, confirmar a entrega dos convites aos convidados, confirmar a Igreja, confirmar o local da festa, confirmar decoração, confirmar floricultura e ainda havia milhões de outras tarefas a serem checadas e revistadas para quenada desse errado no dia perfeito.

Faltando pouco mais de um mês para o casamento, eu avisei a Victor que ele tinha que trazer os parentes - mãe, pai, padrinhos, daminhas de honra - para provar as roupas corretas para o casamento. Ou seja, eu precisava estar lá na loja enquanto a mãe dele comprava um vestido, porque ela não podia comprar alguma coisa com preto: dava azar. Eu precisava estar lá também para garantir que o pai do noivo ficasse apresentável e que os ternos dos padrinhos fossem feitos todos sob medida e iguais; além de que eu precisava conferir as roupas das daminhas de honra, para que elas se parecessem com pequenos anjinhos caídos do céu.

— Você parou pra pensar no que isso significa? — Victor me perguntou no telefone falando sobre toda essa aventura de escolher a roupa de seus parentes.

— Não, porque eu mal tenho tempo pra comer — respondi, dando risada.

— Eu acho que você come bem. Muito bem — Victor disse, malicioso.

Eu dei risada e neguei com a cabeça, mesmo sabendo que ele não podia me ver.

— Você não tem jeito! — eu disse, em tom de denúncia.

— É, acho que não — ele deu risada — Mas enfim, como você se sente sabendo que vai conhecer os meus pais e minha família inteira?

— Hmm, estou me sentindo normal. Por que? Eu devia me sentir de outra maneira? — perguntei.

— Não, eu só estava curioso mesmo. Eles vão vir nessa sexta-feira, então deixe sua agenda livre à tarde. E à noite também, se você puder. Estou com saudades.

Dei risada e assenti com a cabeça.

— Ok, Augusto. Vou fazer esse sacrifício — e desliguei o celular.

A semana não se arrastou como acontecia antes sempre que Victor e eu marcávamos de nos encontrar. Dessa vez, a semana voou. Com um piscar de olhos, já era sexta feira e eu tinha que almoçar correndo em um lugar que vendia pizza por um preço muito barato. Quase não dei conta do meu refrigerante, por estar tão apressada e sem paciência. Deixei uma gorjeta na mesa e saí correndo, procurando um táxi que me levasse à Quinta Avenida e à loja da Dior, que era onde nós havíamos marcado de nos encontrar.

Eu não estava muito longe, na verdade. O taxista demorou poucos minutos para chegar perto da onde eu queria e eu desci do carro antes do necessário, correndo até a loja para não chegar atrasada. Assim que entrei, com as bochechas vermelhas e falta de ar, alguns vendedores nem olharam duas vezes pra mim. Caminhei para dentro da loja e para a parte privativa, onde ficavam os provadores mais sofisticados para a elite nova-iorquina. Vi uma grande concentração de pessoas de um lado e caminhei até lá assim que vi Augusto acenando pra mim.

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