chapter twenty four

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bárbara petrov
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Dispensei Arthur aquela noite

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Dispensei Arthur aquela noite. Ele insistiu pelo jantar, insistiu que eu deixasse Victor pra lá, insistiu que eu voltasse a ser "a Bárbara de sempre". Mas eu não conseguia. No fim, ele me deixou sozinha. Sabia que aquilo era exatamente o que eu precisava.

Eu não duvidava mais de Victor. Acreditava que nosso acordo havia sido genuíno, e não uma estratégia para conseguir me levar pra cama. Acreditava que Angeline estava grávida de outro homem. Acreditava que aquele casamento era a maior bagunça que eu já havia presenciado. Mais bagunçado até do que um casamento que eu já havia planejado, entre um magnata e uma stripper em Las Vegas. A mulher tinha 3 filhos de pais diferentes e os pais do noivo não a aceitavam jeito nenhum. Victor e Angeline estavam me dando mais dor de cabeça ainda.

O dia seguinte passou como se alguém tivesse dado um soco na minha consciência. Fiquei com meu celular na mão o tempo inteiro, mas não sabia o que eu estava esperando. Se eu não ligasse, é claro que ele não ia me ligar. Se eu não mandasse uma mensagem, ele não iria mandar primeiro. Nós já havíamos decidido aquela história e eu não podia voltar atrás.

Uma parte de mim ficava feliz por ter acabado daquele jeito. Victor se casaria com Angeline, eles teriam um lindo bebê bastardo e seriam felizes para sempre. Insistir nos sentimentos que ele tinha por mim ou nos sentimentos que eu tinha por ele era estupidez. Ele não disse que me amava. Disse que sentia alguma coisa, mas não sabia o que era. Podia ser atração física ou desejo. De qualquer maneira, não era algo ia durar.

A outra parte de mim, por sua vez, gritava e me chamava de burra. Como você foi estúpida o suficiente para deixá-lo ir embora? Você gosta dele! E agora sabe que ele gosta de você. Você é estúpida, estúpida, estúpida! Nunca tentava calar essa voz, porque eu merecia ouvir.

Era assustador pensar desses dois jeitos e isso só me deixava mais confusa ainda. Eu devia ficar feliz por nosso acordo ter finalmente acabado e por Victor estar seguindo sua vida? Ou devia correr atrás dele e fazê-lo desistir daquele casamento bagunçado?

Essas duas perguntas me corroeram o dia inteiro. Quando cheguei em casa, à noite, eu ainda não sabia a resposta. Mas, pra falar a verdade, a vida é mais feita de perguntas do que de respostas. Talvez por isso que nós passamos tanto tempo decidindo o que fazer do que fazendo as coisas que realmente queremos.

Minha campainha tocou quando eu estava colocando um macarrão instantâneo no micro-ondas. Olhei pelo olho mágico e abri a porta, com uma expressão de incredulidade e raiva, ao mesmo tempo. Três pessoas se encontravam na minha frente e eu estava prestes a ter um ataque do coração ou a estrangular alguém.

— Pai? Mãe? Arthur? O que vocês estão fazendo aqui? — perguntei.

— Viemos conversar, querida — disse meu pai sorrindo timidamente.

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