Capítulo 16 - Estranho

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Meu coração batia acelerado no peito. Eu sentia tudo ao mesmo tempo: felicidade, euforia, necessidade, paixão, liberdade, esperança, força, coragem. Lucas fazia eu sentir tudo isso e muito mais e eu adorava a sensação.

Nossas bocas se encontraram em um beijo suave, nossos lábios se encostando e roçando em reconhecimento. Mas logo nosso beijo evoluiu. A língua de Lucas tocou o canto da minha boca, fazendo com que ela se abrisse para recebê-lo.

Segurei os ombros de Lucas em busca de apoio, pois do jeito que as coisas estavam, eu ia acabar caindo no chão com as pernas bambas. Em resposta, ele me apertou com mais força contra si, com seu braço ao redor da minha cintura.

Nosso beijo continuou, molhado e quente. Nossas línguas continuaram se acariciando, alternando com mordidas no lábio inferior, cortesia de Lucas. Eu não queria que aquele momento acabasse, mas infelizmente a realidade nos chamou de volta, afinal de contas estávamos no meio da pista de dança do baile de independência de Havilah, um país do qual Lucas era um dos governantes.

Com dificuldade, ele se separou de mim, dando um selinho antes que eu abrisse meus olhos. Quando os abri, vi que seus olhos azuis estavam dominados pelas pupilas negras. O desejo estava refletido em seu olhar.

— Vamos sair daqui. Estamos chamando muita atenção aqui no meio do salão — ele disse com a voz rouca e baixa.

Assenti ainda meia zonza. Lucas passou o braço pela minha cintura, me puxando para si e nos tirou do meio do salão. Foi só aí que eu percebi que estávamos mesmo chamando a atenção de várias pessoas, pois a música já tinha acabado há um tempão e os casais já tinham se dispersado, ficando praticamente só nós dois lá no meio. Senti meu rosto queimando de vergonha. Eu devia estar da cor de uma beterraba. Sorte que a máscara no meu rosto cobria parte da minha vergonha.

Enquanto caminhávamos para perto das mesas de bebidas, percebi que alguém nos observava de longe. Já tínhamos saído do centro das atenções e novos casais se posicionavam na pista, mas um olhar persistia em nós. Era um homem, estava bem-vestido, mas com a máscara no rosto, não dava para saber quem era. A luz das velas também não ajudava muito.

Assim que chegamos na mesa das bebidas, Lucas pegou duas taças de champagne e entregou uma para mim. Agradeci a ele e voltei a encarar o homem. Ele ainda nos olhava. Que estranho!

— Quem é aquele ali? — perguntei a Lucas. Ele devia saber, já que parecia conhecer praticamente toda a população de Salin.

Assim que Lucas olhou para o homem, ele se virou e saiu andando pelo meio da multidão. Lucas franziu o cenho e disse:

— Não sei, não deu para ver direito. Por quê?

— Ele estava observando a gente há um bom tempo. Achei estranho.

Lucas se aproximou mais de mim e tocou delicadamente o meu rosto, afastando uma mecha de cabelo que escapuliu do penteado.

— E vão continuar nos observando, porque eu vou continuar te beijando — ele disse com a voz suave e me beijou novamente.

Sua mão livre segurou meu rosto e eu me apoiei na sua cintura, pois minhas pernas ficaram bambas de novo. Só podia ser alguma coisa no beijo dele, ou no toque delicado e quente dele na minha pele, ou no cheiro delicioso que ele tinha... Não sei. Só sei que quando ele me beijava, eu me sentia totalmente entregue.

— Ora, ora, alguém está aproveitando bastante a noite!

Lucas e eu nos desgrudamos e vimos que Ivana tinha retornado e estava acompanhada de Charles, que usava uma máscara horrível de imitação de uma raposa. Foi ele que chamou a nossa atenção. Ivana estava sorridente nos observando.

Dama da noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora