Capítulo 10

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Hoje, havia acordado me sentindo péssima.
Eu tinha uma sensação de sufocamento, que só aumentava, quando eu pensava na mentira dos meus pais, ou em como eu seria capaz de suportar a Formação Militar sem essa pausa com que eu contava.
Entretanto...o fato de eu ter feito Juan ter o que merecia...
O fato de eu ter conseguido 40 minutos sozinha no dormitório, onde eu não precisei medir minhas palavras e ações, temendo que alguém me escutasse, e, nestes, tive uma conversa franca com minha irmã, como sempre fazíamos...
Isso trouxe alívio à mim...
E, claro, Havi fora a cereja do bolo para me dar a leveza que o dia de hoje pedia...
Os acontecimentos de hoje não causaram esse efeito apenas em mim, mas também na minha irmã, que faltou passar mal de rir, quando eu lhe contei sobre as punições de Juan.

Logicamente, a raiva dos meus pais não havia sido diminuída.
Entretanto...depois dessas pequenas coisas boas que aconteceram hoje- onde, em vários, eu me senti como se realmente estivesse em casa-,era como se estivessem me mostrando que, apesar de tudo, eu não podia permitir que uma situação arruinasse 24 horas do meu dia...
E, tipo...minha irmã conseguiu a proeza de me irritar por uma ligação (que fizemos enquanto eu me arrumava para sair, já que havia decidido isso desde que Havi começara a me distrair, e só tinha feito um drama em meio às insistências dos meus colegas), com suas provocações de sempre...
O que era mais normal e familiar, do que isso?

"- Você teve o prazer de ver Juan recebendo o que merecia, e ainda interagiu com um possível candidato à ser meu futuro cunhado! Valeu a pena você ter ficado ai, vai... " - Sofia dizia, animada, após eu lhe narrar os acontecimentos.

"- Que cunhado, garota? Primeiro que ele também te elogiou!" - lembrei.

" - Ah, verdade. Você disse que ele é bonito, né? Ok...correção: meu possível futuro cunhado ou namorado."

"- Por que eu ainda falo com você?" - questionei, após revirar os olhos.

Por isso que, no final das contas, o dia não fora tão ruim assim...

A lanchonete para a qual tinhamos planejado ir, estava fechada - e só descobrimos isso quando chegamos no local.
Sendo assim, fomos para um parque, e pedimos lanches.
Foi muito divertido, embora tenha saido do nosso planejado.
Ficamos brincando nos brinquedos do parque, rindo, e zoando uns aos outros.
Foi um momento de total descontração, em que não precisávamos nos preocupar em manter a "seriedade e disciplina".
Éramos apenas adolescentes fazendo palhaçadas e aproveitando o momento...
E, provavelmente, um dos melhores momentos da noite foi quando estávamos prestes à ir embora - meus seguranças estavam apenas esperando os táxis dos meus colegas chegarem, para me levarem no carro escoltado.
Havi fora descer no escorregador umw "última vez"...
Ele acabou descendo de forma errada, e saiu rolando no chão de terra...

- EU NÃO ACREDITO QUE REGISTREI O MOMENTO! - falei, em meio ao riso.

Coincidentemente, isso ocorreu no exato momento em que eu fui fazer uma filmagem do lugar para Sofia - que, aliás, mandou vários áudios gargalhando.

- É...acho que minha calça já era...- Havi falou, observando sua calça que, antes, era branca.

Em segundo lugar, entra o momento em que Lupe foi sentar em um banco, sem notar que, na verdade, se tratava de um tipo de balanço...
Ela se sentou com tudo, sem se apoiar em nada...e, pior...segurando seu copo de refrigerante em uma mão, e o hambúrguer em outra...
Por sorte, ela não caiu...porém, não posso dizer o mesmo do refrigerante...

- Pensa pelo lado bom, Lupe. Pelo menos, você tem um hambúrguer diferenciado e único! - Núria zoava, em meio ao riso, apontando para a bagunça em que o hambúrguer de Lupe havia ae transformado.

Porém...o melhor momento da noite, que encerrou meu dia com chave de ouro, foi quando eu estava adentrando na Academia Militar, e encontrei com Juan no meio do caminho para os corredores dos dormitórios femininos.

Hater - Princesa LeonorOnde histórias criam vida. Descubra agora