Capítulo 27 (Fim)

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Quando escutei a voz do meu pai, eu simplesmente paralisei. Estava com medo dele ter visto que Juan não era o único a me olhar com tamanha intensidade e paixão...entretanto, quando me virei para o meu pai, notando que, daquele ângulo, ele não viu meu rosto... soltei um suspiro de alívio, correndo até ele e pulando em seus braços logo em seguida.

- Pai! Eu tava com tanta saudade! - digo, enquanto o abraço, já sentindo as lágrimas deslizaeem por meu rosto.

Eu senti tanta falta desse abraço...

- Eu também senti muito a sua falta, meu amor. - meu pai diz, carinhosamente, dando um beijo na minha cabeça. - Você tá se saindo tão bem...sua mãe, sua irmã e eu estamos tão orgulhosos de você...

Meu pai continuou dizendo o quão orgulhoso estava por ver meu ânimo e disposição para servir à Espanha e cumprir com meus deveres, enquanto permaneciamos num abraço apertado e aconchegante.
Depois de um tempo, desfizemos o abraço, mas eu faço questão de pegar nas mãos do meu pai. Eu senti tanta falta dele...

- Você tem que passar algum hidratante nessas mãos, pai. - digo, notando que elas estavam um pouco ásperas.

Meu pai começa a rir.

- Senti falta de você e sua irmã ficarem falando esse tipo de coisa pra mim... nossa casa fica muito vazia sem vocês duas para tirar minha paz. - Ele diz, acariciando uma de minhas mãos com seu dedo indicador.

- Ei! - reclamo, secando as últimas lágrimas que tinham em meu rosto.

- Com licença... - Juan pigarreia, parecendo um tanto desconfortável, só então me recordando de sua presença. - Vou deixar vocês sozinhos... Olá, pai da Borbón... eu preciso falar "Majestade"?

Eu começo a rir com sua confusão, ao passo que meu pai - também rindo - diz que não é necessário.

- E você é...? - meu pai pergunta.

- Juan, senhor. - Ele responde rapidamente.

- Ah, sim... Leonor já me falou sobre você... é irmão gêmeo da Lupe, certo? - meu pai questiona.

- Infelizmente. - Juan diz, rindo mais de nervoso do que por ter achado graça de seu comentário.

- Eu sabia que se adaptaria rápido e faria muitos amigos. - meu pai diz, após Juan sair.

- É... como você disse... depois, ficou maia suportável, e meus amigos me ajudam muito a me distrair e tornar tudo mais leve. - falo.

- Vejo que até "mais que amigos"... - Meu pai brinca, ao passo que sinto meu coração acelerar levemente de novo.

- Juan e eu somos apenas amigos, pai. - falo.

- Claro...porque amigos olham para amigos exatamente com aquele olhar que ele estava te dedicando quando eu entrei... além disso, ele ficou super nervoso quando me viu. - meu pai disse, nitidamente se divertindo com a situação.

- Claro que ele ficou nervoso. Você é o Rei da Espanha! - falo, tentando esconder meu nervosismo. - E não vi nada demais na forma com que ele me olhava. Só estávamos conversando sobre coisas aleatórias enquanto você não chegava...

- Filha...eu já tive sua idade. Aliás, já estive nessa mesma sala "apenas conversando". Sei como é estar interessado por alguém, e ver todo simples momento se transformar num clima diferente, troca de olhares intensos... - franzi a testa.
Definitivamente, não queria conversar com meu pai sobre esse assunto!

- Eu não tô interessada por Juan, pai! Pode, por favor, parar com esse assunto?

- Ah, então minha própria visão me enganou? - meu pai questiona, se divertindo muito em notar meu incômodo. - Eu vi a forma como ele sorriu e te olhou.

Hater - Princesa LeonorOnde histórias criam vida. Descubra agora