Lullaby - Yoonkook

Capítulo XIX - Certezas Turvas

Não!!! Não é miragem, isso mesmo que vcs estão vendo!!! Atualização da bebê!
Não sei se ainda tem gente por aqui, mas independente disso, ela terá um final e para quem esperou, demorou, mas veio aí! Espero que eu ainda esteja no ritmo e que vcs gostem do capítulo.
Bjos, boa leitura!

***

Era um hábito, até mesmo antes de abrir os seus olhos, que Jungkook buscasse o corpo quente de Yoongi para se aconchegar contra o seu. A maneira como a forma do corpo dele se encaixava tão bem contra o seu, — como se fossem metades que finalmente se tornavam um todo e o fazia sentir-se, enfim, completo — era uma sensação única; viciante.

Principalmente quando Yoongi, ainda imerso em seu sono, sorria feliz e fechava ainda mais qualquer espaço entre os seus corpos quentes e amolecidos.  No entanto, em vez de quente e receptivo, o lado de sua cama estava frio — como se Yoongi estivesse há horas fora da cama —  e vazio. E isso foi mais que suficiente para que a sonolência deixasse o corpo de Jungkook e seus olhos se abrissem em alerta. 

Preocupação era o sentimento que tomava o  corpo de Jungkook. 

"Será que ele estava se sentindo bem?"

"Ou será que foi Junkyu que sentiu algum mal estar durante a  madrugada?"

Em menos de um minuto, várias e várias situações tomavam forma na imaginação do Jeon, que estava levemente desnorteado, ou melhor dizendo, entorpecido por um peso em seu corpo que de forma alguma  podia ser natural.

— Pequeno príncipe? — tentou falar alto, mas o que saiu foi um simples chiado, sua boca estava seca e seus lábios colavam um no outro de tão árido.

Lutando contra a confusão do despertar e as sensações estranhas de seu corpo, Jungkook levantou-se com dificuldade para ir até o quarto de Junkyu. Yoongi devia estar por lá. E tudo deveria estar bem, essa preocupação estranha que agarrava-se progressivamente ao seu coração devia ser apenas o resquício de um sonho ruim que não lembrava no momento, mas que estava ali, à margem de sua consciência, apenas esperando para ser lembrado. Porém, o enchendo de angústia e inquietação.

Deixando essas sensações estranhas para lá, com um balançar de cabeça, Jungkook continuou o seu caminho até o quarto do seu filho a passos lentos. Pois, por mais que estivesse de pé, o moreno  ainda sentia um certo torpor nublando suas ações e lembranças, o fazendo se questionar se todas as suas  reações eram mesmo efeitos colaterais de um sonho ruim. Afinal, sua cabeça parecia pesar mais que o normal. Seu corpo estava levemente dormente e os seus pensamentos estavam turvos, confusos e lentos.

No entanto, toda a confusão se desfez ao chegar no quarto vazio e foi como vidro estilhaçando no chão. Primeiro, o estrondo alto que o deixara alerta e  o assustara e depois os cacos pelo chão, mostrando que aquilo que estava intacto havia se tornado meros pedaços que não mais se uniam e machucavam ao toque.

E o Jeon tocou, ou melhor, cortou-se com as lembranças da noite anterior.

Medo!
Dor!
Medo!
Desespero!
Medo!
Culpa! 
Medo! 
Arrependimento! 
Medo!!!

A bile subiu rápido e queimando por seu esôfago e Jungkook dobrou-se para colocar o líquido  transparente para fora.  Tossindo alto, tentava se segurar em qualquer coisa sólida, que no caso, foi o chão frio contra a suas bochechas quentes e úmidas.  Jungkook tremia em pavor, ao ter mais lembranças de suas palavras,  das palavras de Yoongi e da conclusão final: o olhar quebrado de Yoongi ao partir. E isso fez o medo, o sentimento que era mais dominante, se tornar palpável. Melhor dizendo, era como uma presença sombria que roubava o seu ar e fazia seu coração entrar em taquicardia.