Os dias iam se passando e quando o Jeon deu por si, as suas férias, que devido ao fato da morte de Sowon se estendeu para uma licença de três meses, já estava no fim. Agradecia aos céus pelo chefe que tinha, que era um senhor tranquilo que, mesmo antes dessa fatalidade, sempre dizia: "qualidade de vida vale mais que dinheiro, jovem Jeon.".
Junkyu já estava um belo rapaz de três meses e a cada nova fase do crescimento dele, tanto o Jeon, quanto o Min, se viam mais apaixonados. Eram os famosos: pais babões. Afinal, mesmo que Yoongi, tecnicamente, não fosse nada do pequeno Jeon, sentimentalmente, ele era tão pai e parte vital daquela nova família, que se formava, quanto Jungkook.
Se naquele primeiro dia, que voltou com Junkyu para casa do hospital, alguém dissesse ao moreno que ele amaria aquela criança, ele xingaria tal pessoa. Afinal, para o Jeon daquela época era impossível amar aquele bebê (o assassino) e também honrar a memória de Sowon. Foi um processo árduo, principalmente no primeiro mês, de aproximação. Por muitas, muita mesmo, vezes achou que era incapaz, que suas cicatrizes o limitavam. Mas o tempo e a ajuda, indispensável, de Yoongi, o mostrou que era capaz.
Suportou um dia de cada vez, teve crises, — mas nada tão grave quanto a do primeiro aniversário de morte da namorada — viu o pequeno bebê crescer e ficar bem mais durinho, brincalhão e ativo, algo que às vezes fazia Jungkook ter frio na barriga, pois o filho vivia mexendo os seus braços e pernas na hora do banho, deixando o pai tenso. A partir do segundo mês Junkyu também ficou mais comunicativo ao soltar pequenos risinhos e sons embolados, ele também aguentava brincar com o pai ou Yoongi por mais minutos, aumentando a ligação afetiva com ambos. Nesse segundo mês, o Jeon também regularizou o seu sono, já que como o filho não era amamentando, conseguia ter uma noite inteira de sono. Suportou as vacinas, que deixaram o bebê mais chatinho e febril, levando Yoongi as lágrimas, por ver Junkyu naquele estado de desconforto, e Jungkook ao desespero, já que era sua primeira vez, inexperiente e sem querer incomodar o Min, que levou o filho ao hospital, o lugar que o trazia péssimas memórias. Levou um sermão de Yoongi, que chegou no hospital preocupado, mas ao ver os olhos preocupados de Jungkook, apenas segurou a sua mão para lhe passar apoio.
O terceiro mês do bebê, que não teve grandes evoluções do segundo, além do peso, estatura e o desenvolvimento de lágrimas, que sempre deixava os adultos de coração mole ao ver aquele rostinho, gordinho, molhado. No mais, Junkyu apenas ganhava mais movimentos motores ao brincar com as pelúcias e mordedores, ele também interagia com Jungkook e Yoongi, através de olhares fixos, "birras" com os braços e pernas e balbucios. Aos três meses, Junkyu também era louco pela voz do pai, ao este cantar, e a voz de Yoongi quando lhe contava história, já que o Min tinha visto em um site que tal ação melhorava o desenvolvimento do bebê.
Falando em desenvolvimento, a relação entre os dois adultos também tinha evoluído nesses meses. A promessa do voto de confiança de Jungkook se mantinha intacta. Aos poucos e sem pressão, o Jeon derrubava um novo muro para Yoongi. Começou em uma aproximação simples, contavam sobre filmes, livros e músicas que gostavam. Como Yoongi sempre fora mais tagarela, ele sempre acabava contando bem mais, no entanto, aos poucos, o Jeon contava sobre algumas vivências no orfanato, pelo menos as boas. Criaram uma rotina, além de uma sincronia. Pareciam um casal, afinal, o Min praticamente morava na casa vizinha, para falar a verdade, às vezes voltava para casa apenas para dormir, tomar banho e lavar roupas, porém, muitas vezes, chegou a dormir na casa e na cama, que era de casal, do Jeon.
Não os levem a mal. Ali, ainda, não tinha malícia, apesar do fato que, para ambos, a companhia alheia era superestimada. Mas naquele início, tudo se resumia ao querer bem, inocente, se ajudavam e tiravam a solidão um do outro. Ponto. Não viam maldade nas constantes horas que passavam conversando ou discutindo, já que sempre eram opostos em quase tudo. Yoongi era team capitão América, Jungkook team homem de ferro. Yoongi era team Jedi e Jungkook team Sith. Yoongi preferia terror e romances e Jungkook ação e comédia. Yoongi era sorridente e Jungkook mais fechado. Podiam listar páginas e mais páginas sobre as suas diferenças, mas se complementavam e, para eles, isto bastava. Pois apesar das "brigas", o respeito era soberano entre os dois.
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Lullaby - Yoonkook
Hayran KurguToda a pouca felicidade que Jungkook tinha construído estava se desmoronando como um frágil castelo de cartas ao ter que lidar com o luto pelo falecimento da namorada e a criação de um bebê recém nascido. Toda a situação, e fantasmas vividos de seu...