As mãos de Chon desciam delicadamente até a cintura de Great, onde apertaram seu terno branco e aos poucos seus lábios se separaram.
— Desculpe por isso, Sr. Great!
O segurança pessoal de Great era o dobro do tamanho de Chon, mas foi impedido pelo seu chefe de tirá-lo dali. Seu olhar ainda era assustado, mesmo depois de alguns longos segundos beijando os lábios macios e amargos daquele estranho de caráter duvidoso, mas que era extremamente bonito.
— Pode me tirar daqui...? Eu faço qualquer coisa, só me leva pra qualquer outro lugar...
Os olhos de Great eram leves e um pouco frios, mas de certa forma eram preocupados. Dúvidas surgiam em sua mente o tempo todo enquanto via as lágrimas se formarem nos olhos do pequeno a sua frente.
"Quem é esse garoto? E por quê ele está fugindo assim"?
Todos esses questionamentos faziam a cabeça de Great girar, assim como Chon sentia a sua. Ele se sentia nauseado e um pouco zonzo, suas pernas também estavam bambas, mas as mãos de Great o seguravam fracamente, impedindo-o de cair.
— Tirem-o daqui!
Por apenas um instante, Chon gelou, e suas pernas fraquejaram novamente, fazendo-o vacilar um pouco para frente e Great o segurar. Mas ele não estava falando consigo. Os seguranças afastaram Tonhon e o levaram até a saída do camarote, o soltando após passar pela porta. Seus gritos desesperados ecoavam embaralhados na mente de Chon, que finalmente conseguiu se pôr de pé.
— Eu vou tirá-lo daqui, mas quero explicações. — falou calmamente e Chon apenas concordou e o viu virar o pouco de whisky que restava em seu copo.
— Por aqui, senhor!
Enquanto saíam do camarote pela porta dos fundos, Chon parecia tão protegido quanto o próprio Great, pois em sua frente haviam três seguranças, atrás de si estava o rapaz que ele havia beijado e atrás do mesmo haviam mais três homens incrivelmente fortes.
Com toda a segurança presente, era nítido que Great não era qualquer um e antes mesmo de Chon beija-lo ele já planejava ir embora e, por puro acaso, ele resolveu ficar mais um pouco.
O carro que os esperava do lado de fora era um BMW iX preto; um carro grande e veloz, e em sua frente havia outro veículo igual ao que protegia a traseira do carro do Sr. Great.
— Por que tantos carros...? — perguntou assustado. Nada fazia sentido para ele enquanto encarava aqueles homens.
— Me pergunta depois.
Após conferir que era seguro sair da proteção que as paredes o proporcionava, os seguranças de Great levaram ele e Chon até o carro que estava no meio, mas havia uma ameaça à qual nenhum deles pôde ver. Então, antes que o pequeno garoto pudesse entrar, um tiro foi disparado na tentativa de acertar o mafioso, mas acertou de raspão o braço de Chon, que não sentiu muito, graças ao álcool em seu corpo.
No alto do prédio a frente da boate havia alguém que já estava esperando por Great; um atirador de sniper que fora contratado para matá-lo, mas falhou miseravelmente ao tentar aceitá-lo e acabou acertando alguém que não tinha ideia do que estava acontecendo e que não tinha culpa nenhuma de estar ali.
Ao ver o sangue manchar a camisa branca do garoto, Great olhou para a origem do disparo e antes de ordenar que atirassem, ele empurrou Chon para dentro do carro e autorizou seus homens a dispararem.
— Leve-o! — ordenou o segurança para o motorista do carro enquanto fazia seu chefe entrar no veículo — Temos que achá-lo e garantir que ele não volte! Leve-os para um lugar seguro!
Sem demora o motorista arrancou com o carro enquanto tiros eram direcionados para o mesmo.
Chon não parecia assustado, e ele também não tinha se dado conta que havia tomado um tiro e que estava sangrando. Já Great, esse sim estava preocupado com Chon, pois, a àquela altura, ele era sua responsabilidade e se ele fora atingido, foi sob seus cuidados.
— Eu vou te tirar daqui, mas primeiro, eu tenho que me tirar daqui.
— Para onde vamos, Sr. Great?
— Para o aeroporto, rápido! Eles devem estar nos procurando agora.
— Quanto ao garoto?
Great mirou o garoto ao seu lado e o viu adormecido no banco. Ele não podia deixá-lo, certamente os homens que foram mandados para matá-lo o procurariam depois, já que os viram juntos.
— Ele vai com a gente.
Chon dormia sob o efeito do álcool enquanto Great tirava sua camisa branca para usá-la como faixa temporária até encontrar um kit de primeiros socorros e cuidar do ferimento.
No aeroporto, o voo de Great já estava pronto, pois ao sair da boate em desespero, seus homens cuidaram de tudo por já saber como agir em situações como aquela. Afinal de contas, era seu jato pessoal, teria de estar pronto para a hora que ele quisesse usá-lo.
— Eu preciso de um voo sem perguntas, trouxe?
— Aqui está, senhor.
Great fez Chon beber um pouco da água que segurava em sua mão e logo pediu que o levassem para dentro, colocando-o assim numa poltrona confortável e que daria para ele dormir a viagem inteira, pois na água havia um tipo de remédio para dormir, isso evitaria as várias perguntas de Chon ao acordar.
Ainda era cedo da noite, acabara de dar as 21hrs e o destino de Great era sua casa segura localizada nas montanhas geladas da Suíça. O voo era longo e demorado, 12 à 13 horas, e nesse tempo, responder perguntas era tudo que Great não queria. Chon dormia na poltrona ao seu lado e enquanto isso ele deslizava seu dedo na tela do tablet afim de conseguir informações com algum de seus homens, mas sem resposta.
Fora tudo muito depressa, mas era certo que ele precisaria passar um tempo afastado de Bangkok até que tudo estivesse bem para ele. Ficar longe da cidade e do país por um tempo também era para proteger o garoto que estava consigo.
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Um Presente do Acaso
Fanfiction"...estaríamos nós, sendo os principais espectadores, de uma 'teoria do caos'?! ChonGreat - Chonlatee & Em Busca do Bilhete Premiado. Mundos alterados.