Você É Todas as Cores

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Os dias pareceram mais fáceis desde que Great e Chon se resolveram. Parece que tudo ganhou uma cor nova, talvez uma mistura de todas as já existentes e que no fim não daria cinza ou marrom.

Great e Chon voltaram para onde tudo começou: o chalé. O lugar estava repleto de memórias boas, de conversas e risadas, como se eles pudessem revivê-las e ouvir suas próprias vozes, como um holograma. Chon passou a gostar do tempo frio pela quantidade de dias que ficou vendo o mesmo cenário e sendo obrigado a permanecer dentro da casa.

Ele sentiu falta de tudo ali. Sentiu falta de sentar na poltrona da sala e observar a neve cair do lado de fora, sentiu falta de Great abraçando-o nas noites de frio extremo, onde nem o ar-condicionado e a lareira conseguiu aquecê-los. Sentiu falta das tardes de filmes que acabavam em tudo, menos em filmes. Sentiu falta de experimentar os vinhos de Great e ir dormir bêbado depois de apenas alguns goles, sentiu falta de tudo.

— Está feliz por ter conseguido me convencer a voltar pra cá tão rapidamente?! — perguntou em tom descontraído enquanto colocava a mala em cima da cama e Chon o abraçou por trás — tão manhoso.

— P'Great, você que sumiu primeiro, você deve fazer o que eu digo por pelo menos... — Chon pensou antes de continuar — uma semana!

Great não gostava de lembrar que o garoto já ficou mal por sua causa, então ele faria o possível para deixá-lo bem ao seu lado, isso inclui fazer o que ele quisesse.
Os lábios de Great se curvaram num sorriso estreito e ele se virou para Chon, pondo suas mãos em sua cintura; tão pequeno...

— Meu pequeno, eu faço tudo que você me pedir!

— Tudo? —

— Tudo...

— Vai me obedecer se eu quiser brincar? — a voz de Chon era maliciosa e seus olhos também, mas ele não conseguiu sustenta-los quando Great o deu um beijo no pescoço. Ele era tão tímido, não conseguia pensar em fazer algo assim, mas ele o olhou — Vai?

— Do que você quer brincar? — perguntou sorrindo.

— Eu posso...

— Pode...?

Chon hesitou, mas buscou as palavras certas para continuar o que estava pensando. Desde que ficaram juntos, Chon não tivera a oportunidade de tocar com calma o corpo de Great, e ele o queria. Queria experimentar toca-lo, nem que fosse de forma superficial.

Seus olhos estavam sempre brilhantes e tímidos, talvez um pouco perdidos ao olhar para Great, que sorria com isso.

— Posso tocar você? — Great o olhou depressa, estava brincando consigo, mas Chon corou e logo complementou sua frase — P'Great! Não assim! — ele sorriu, estava tímido, como sempre.

— Eu estou brincando com você! — ele o beijou, fazendo Chon inclinar-se mais para ele e assim ficando na ponta dos dedos — Você pode — disse por fim, separando seus lábios —, mas não pode demorar. O Ohm e o Tay irão subir a qualquer momento para trazer algumas coisas que eu pedi...

— Tudo bem...

Chon teria realmente muita sorte por Great ter aceitado fazer tudo que ele quisesse por uma semana, na realidade, Great faria isso o tempo que fosse preciso, mesmo que Chon não pusesse uma data limite. Ele estava entregue demais para relutar, estava inteiramente bobo pelo baixinho como nunca havia ficado por ninguém. Eles estavam experimentando uma parte boa da vida e a parte boa do amor, a parte que diz: "o amor não machuca, traz paz e acalma, e jamais tem pressa".

Seus olhos entregavam os sentimentos que não conseguiam ser expressados em palavras. Os sinais estavam sempre ali, em seus corpos. O arrepio que percorria cada centímetro de pele ao ser tocada, o calor das mãos, a falta de ar ao ver o outro, como se tudo fosse sentido pela primeira vez.

Depois de terem desfeito as malas, Chon e Great tomaram um banho rápido e voltaram para o quarto que pela primeira vez estava realmente aquecido pelo ar-condicionado e por isso os dois puderam vestir-se casualmente, puderam sentir-se confortáveis sem todas aquelas roupas pesadas e quentes.

— O que você quer fazer, baixinho? — Great perguntou ao sentar na cama e puxar Chon pela cintura. Ele estava envergonhado com sua própria ideia, mas passou seus braços pelo pescoço de Great.

— Você tem limites os quais eu não posso tocar? Me deixa descobrir mais de você... seu corpo... Me deixa tocar suas tatuagens, tocar você... Eu prometo não passar disso e nem das áreas que você não permitir toque...

Chon temia que tocar o corpo de Great pudesse ser um assunto sensível para ele, por isso afirmou diversas vezes que não tocaria onde ele não permitisse. Mas era Chon quem estava pedindo isso, não uma pessoa qualquer, era seu pequeno, então ele assentiu, ainda que não tivesse nada para esconder de Chon, mesmo que isso fosse em seu corpo. Chon poderia toca-lo como bem entendesse.

— Eu não tenho limites para você... Você pode tocar onde quiser...

Chon o empurrou lentamente pelo peito e o fez deitar, então sentou em seu colo, passando uma perna em cada lado de seu quadril. Ele estava adorando, mesmo que não falasse. Chon o beijou e Great pôs sua mão dentro da camiseta do garoto, mas ele o impediu de continuar e prendeu suas mãos contra a cama, fazendo-o sorrir no meio do beijo.

Fora a vez de suas mãos quentes tocarem a pele de Great enquanto ele intensificava o beijo em arfares gostosos. Chon levantou a camiseta de Great e o próprio dono a tirou, dando continuidade ao beijo.

Chon não sabia distinguir qual dos dois estava mais excitado, se era Great ou ele mesmo. Seus beijos desceram pelo pescoço de Great e ele mordeu fracamente o lugar. Era o lugar da tatuagem de Great e isso também o ajudou com a respiração ofegante, então ele continuou e desceu seus beijos pelo tórax de Great, que inclinou sua cabeça para trás enquanto sentia Chon beija-lo e apertava sua coxa.

Era isso que ele queria; senti-lo, sentir que o tinha e que não era só ele que deveria o dar prazer. Chon beijou as tatuagens que Great tinha nas costelas e a mão em sua coxa o fazia descer ainda mais.

— Pequeno... — sussurrou e sentiu os lábios de Chon formarem um sorriso contra sua pele — você quer que eu faça isso agora ou depois que o Ohm for embora? — perguntou referindo-se às suas roupas e a do garoto — Chon... — Great não pôde deixar de chamá-lo ao sentir os lábios puxarem sua pele.

— Quando o Ohm for embora. — sorriu e voltou seus lábios para os do mais velho, o dando um beijo provocador — Ou só amanhã.
— brincou saindo de cima do mesmo.

— Você provoca e recua — sorriu —, mas é no seu tempo. Vamos assistir alguma coisa? A noite eu quero te levar num lugar, acho que você vai gostar.

— Onde?

— Não conto — brincou —, é supresa, baixinho...

Um Presente do AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora