O sol brilhava no ponto mais alto do céu. Sigo em passos apressados, numa tentativa falha de lhe acompanhar. Sua pele negra é cabelo dourado brilhava ao sol. Não sei dizer se minha falta de ar se deve ao exercício de quase-correr ou ao amor que tenho por você. Não sabia qual era o nosso destino, muito menos seu objetivo, mas tentava te acompanhar freneticamente.
Paramos para descansar e nos hidratar, sentamos na grama embaixo de uma grande árvore de cerejeira, sentado aqui e agora ao seu lado só consigo pensar em um possível motivo de estarmos ali:
Você poderia querer dizer alguma coisa boa ou ruim.
Poderia, apenas ser um encontro muito bom e romântico.
Você poderia querer me pedir algo, ou em algo...Não, isso seria sonhar demais, lhe observo mãos atentamente, batucava os dedos em sua garrafa de água, seu olhar variava entre o chão e o céu, como se pensasse sobre algo com seriedade.
– Você... quer falar alguma coisa, amor?
–Sim, na verdade, quero sim.Você se levantou e ficou em posição por algum tempo, como se pensasse se deveria mesmo fazer oque iria fazer. Eu a observei olhando para cima, com os dedos cruzados escondidos no bolso da bermuda, torcendo para um pedido de casamento. Namoravamos há quatro anos, eu tinha plena certeza de que queria ter uma vida com ela. Se possível, eu teria infinitas vidas ao seu lado.
A tensão tomou conta de mim, e me levantei, lhe olhei nos olhos, o brilho de seus olhos verdes nunca deixa de me encantar.
– EI, somos só nós dois, não precisa se amendontrar, sou eu, pode falar... quando se sentir pronta.
– Bem, é complicado...Você desviou o olhar e se sentou, machucando minha esperança. Me ama tanto que nem tem coragem de arriscar me perder por uma boa causa? Ao não era algo bom, afinal? Era um pedido de casamento, uma notícia ruim? Eu iria te ver de novo no dia seguinte?
Me sento ao seu lado, dou dois tapinhas em meu colo, indicando que se deite, você o faz, faço cafuné em seu cabelo, e te dou um beijo rápido, lhe arranco um sorriso esplêndido.
– Você é um fofo – disse, beliscando minha bochecha– sabia disso?
– É, acho que sim. Quer me contar o que tá acontecendo?
– Não... sim, cê sabe que sim, eu tô com medo.
– Medo? Não tem problema ter medo, não importa o que seja, eu estou aqui e vou continuar ao seu lado enquanto você me permitir essa davída.
– Promete?
–Prometo, eu te amo muito, sabia?
– Sabia, eu te amo muito meu amor– Você me beija, um beijo calmo e demorado, indicando que está se preparando fortemente para dizer o que ia dizer.
Você se afastou, sorriu tristemente, como se tivesse medo de me perder, e disse:
– Eu te amo desde o dia que nos conhecemos, e sempre soube disso. Sempre soube que queria viver com você o resto de nossas vidas.
Você se ajoelhou, me fazendo sorri de um jeito muito sincero, e continuo também sorrindo:
– Espero que você também queira,
Tirou uma caixinha do bolso, e abriu na minha frente, e disse finalmente:
– Você quer casar comigo?
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contos da meia noite
Short Storycada capítulo contará com um conto único! sem ligação entre eles. caso vocês gostem de um determinado conto estarei aberto a escrever parte dois.