eu sempre te vou ajudar

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demorou um tempo até ele chegar, ele bateu na minha porta e eu rapidamente a abri, ele estava todo desengonçado, quando me viu me abraçou, ele tava com uma garrafa de bebida na mão e um cheiro forte a álcool, muito forte

-Kyle!!!- ele disse um pouco alto quando me viu- Stan! oque que aconteceu?!- perguntei com raiva e preocupação, ele tinha bebido, me senti horrível, eu não deveria ter deixado isso acontecer! eu deveria saber oque se passa com ele! e o pior era saber que ele não me contou- não sei- ele disse demorando para responder, parei de o abraçar e tirei a garrafa de suas mãos- me devolve!- ele disse tentando pegar a garrafa mas eu era mais alto então apenas levantei meu braço mais para o alto com a garrafa em minhas mãos, ele tentou a pegar mas tropeçou e quase caiu- não, Stanley!- eu disse e joguei a garrafa no lixo fora de casa enquanto ele me olhava do lado de dentro, voltei e fechei a porta, olhei pra ele, ele estava com o cabelo num furacão, sempre estava, mas estava mais, ele estava com o rosto avermelhado- me fala oque aconteceu- eu disse olhando pra ele e tentando arrumar o cabelo dele- eu bebi- ele disse simples- porquê?- eu perguntei- porque...- ele demorou um pouco para me responder, senti meu coração acelerar, desisti de tentar arrumar o cabelo dele então apenas fiquei a olhar para ele- terminei com a Wendy- ele disse e eu arregalei meus olhos, mas não estava surpreso- oh...eu sinto muito, Stan- eu falo colocando as minhas mãos em seus ombros, queria ter colocado em seu rosto, mas ele não gostaria- não! não sintas! eu superei- ele fala sorrindo e eu o olho com deboche- tá...eu to mal- ele fala e me sinto mal no mesmo momento, parece que eu senti a mesma dor que ele sente. não sabia oque fazer então apenas o abracei com medo dele rejeitar mas não, ele aceitou e me abraçou forte, senti lágrimas escorrendo pelo seu rosto oque me fez querer chorar mas segurei, ele poderia achar estranho e perguntar o porquê.

Ele demorou um tempo para parar de chorar e se separar do abraço, seus olhos estavam vermelhos, passei minhas mãos em seu rosto para limpar as lágrimas, sorte que ele não reclamou.

Nós subimos para meu quarto e eu pedi para que ele tomasse  banho, ele reclamou no começo mas foi. minha mãe e meu pai estavam dormindo que nem pedra, por isso não acordaram.

Me sentei em minha cama olhando as horas, eram 02:31, ainda não estava com sono e não parava de pensar em Stan. me sentia horrível por ele ter ficado bêbado, não sabia oque fazer.

Eu não iria encher um colchão essas horas para ele dormir, porque iria fazer muito barulho e eu estava com MUITA preguiça. ele saiu do banheiro que era no meu quarto, ele estava com o cabelo molhado e estava com uma roupa que eu emprestei a ele pra dormir. ele estava muito lindo, puta que pariu.

-desculpa- ele disse me olhando triste, me levantei e o abracei- não! não peças desculpas, a culpa não é tua- eu disse e ele me abraçou de volta, ele me apertava com força e eu acariciava o cabelo dele, eu odiava saber que ele se sentia culpado- a culpa foi minha...eu não deveria ter bebido- ele disse, eu não sabia oque responder então apenas fiquei abraçando ele. provavelmente ainda estava bem bêbado, ele ainda andava meio tonto e gaguejava, ele não estava chorando

-onde eu vou dormir?- ele perguntou olhando para mim e saindo do abraço- na minha cama- eu disse, eu iria dormir no sofá, ele odiaria que eu dormisse com ele- vou dormir no sofá- eu disse e ele me olhou confuso- oque? claro que não, vais dormir na tua cama- ele disse e eu olhei ele confuso- e tu vais dormir onde?- perguntei- na tua cama- ele disse e eu quase engasguei com a própria saliva. espera...dormir com o teu melhor amigo que estás apaixonado há 2 anos é realmente constrangedor, socorro.

-ok- eu disse me virando e me deitando na cama, ele se deitou ao meu lado, desliguei a luz e me virei para o lado oposto, mas ele continuo de frente para minhas costas.

-Kyle- ele me chamou baixo- hum- respondi- gostas de alguém?- ele perguntou, quase passei mal agora, puta merda- ah..não- menti- certeza?- ele perguntou. nessa altura eu já estava me tremendo- aham...acho que ninguém- disse, ele sabia que eu era gay e eu sabia que ele era bi- não acredito- ele disse e eu engoli seco- vira pra mim- ele pediu e eu fiz- você tá mentindo- ele disse- não estou não- eu respondi e ele semicerrou os olhos e depois sorriu, achei estranho- que foi?- perguntei- você- ele sorriu ainda mais- que?- perguntei confuso. - você é lindo, Kyle- ele disse e eu corei na hora. não sabia oque responder- obrigado, você também é bonito- eu disse com um sorrisinho- obrigado- ele disse ainda sorrindo, meu estômago embrulhou- posso te abraçar?- ele perguntou e eu senti meu rosto queimar ainda mais do que já estava- se quiseres- eu disse desviando o olhar e senti estômago embrulhar de novo.
então ele me abraçou, tentei controlar os meus batimentos mas não consegui, provavelmente ele ouviu mas não disse nada. ele me abraçou como se isso dependesse da vida dele, eu não sabia muito oque fazer então apenas o abracei também, nunca dormi assim, e era confortável demais, juro, era muito confortável.

cheiras bem- ele disse cheirando meu pescoço oque me fez arrepiar- eu sei, tomei banho- eu disse e ele riu-se, apenas sorri.
depois de um tempo ele adormeceu e eu também.

No dia seguinte acordei com Stan me sacudindo pelos ombros.

-Kyleeee!!!- ele disse- que foi, merda?- eu perguntei, eu estava a dormir tão bem e esse filho da puta me acorda assim- bora, acorda- ele disse e eu me virei para o outro lado me cobrindo com a coberta branca da minha cama- Kyle!- ele repetiu e eu apenas resmunguei um "hum" longo- levanta!- ele disse e eu ignorei- sua mãe saiu com o seu pai e o Ike, estamos sozinhos, eles foram no shopping eu acho- ele disse. eu odeio shopping, deve ser por isso que não me levaram. odeio o Shopping porque tem sempre muitas pessoas juntas e filas enormes, odeio conversar com pessoas ainda mais gastar tanto dinheiro, nessa parte de comprar coisas, eu adoro, mas ter que falar com pessoas, odeio.
-foda-se- eu disse, ele se sentou ao meu lado e eu me virei pra ele o olhando com os olhos meio abertos, ele me olhou de volta- avocê vai se levantar?- ele pergunta- não- eu disse e ele solta uma pequena risada.

-eu fiquei bêbado de novo, não foi?- ele pergunta e eu fasso que sim com a cabeça, vejo o olhar dele ficar triste e ele solta um suspiro, sinto uma leve pontada do meu peito e me sento na cama me embrulhando na coberta e colocando a cabeça no seu ombro, olho pra ele e vejo ele sorrir oque me faz sorrir também. eu não consigo, aquele sorrisinho me mata.

-desculpa- ele disse parando se sorrir- não, tá tudo bem- digo tentando fazer com que ele fique melhor, mas não funciona- não, na verdade, não está nada bem- ele disse e eu o olhei confuso- eu sei que você odeia quando eu chego bêbado na porta da sua casa- ele disse e eu olhei para as minhas mãos e comecei a "brincar" com elas- não me importo- menti, realmente me importava, odiava quando ele bebia e ele sabia disso- você se importa sim, você odeia quando eu bebo- ele disse e eu fiquei calado, era verdade, não tinha como descordar- eu juro que tentei parar...mas não consigo- ele disse e senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas segurei o choro- desculpa- ele disse novamente e eu não aguentei, o abracei e ele retribuiu- tá tudo bem- eu disse com a voz levemente trémula, talvez ele tenha reparado, não tenho certeza- eu posso te ajudar a tentar parar- eu disse, e ele se deparou do abraço e me olhou com o rosto vermelhinho por causa das lágrimas- como?- ele perguntou enxugando as lágrimas com as mãos- hum...como você consegue as bebidas?- perguntei- eu compro de um cara, ele trabalha num bar aqui perto. tenho o número dele- ele disse e eu concordei com a cabeça- me dá o seu telefone porfavor- eu pedi e ele desbloqueou o celular e me entregou- qual o nome dele?- perguntei- Paulo- ele disse, eu soltei uma risada e ele também.
pesquisei o nome "Paulo" na barra de pesquisa do Whatzapp e apareceu um "Paulo das bebidinhas", olhei pra ele com um olhar do tipo "sério?" e ele concordou com a cabeça e com um olhar de cachorrinho.
abri o contato e tinha várias conversas deles os 2, olhei para Stan que parecia envergonhado olhando para o seu celular em minhas mãos. voltei a olhar para o celular e comecei a digitar: "boa noite, Paulo, eu queria dizer q n vou comprar mais bebida, vou deixar de beber, obrigado". escrevi rápido e dei o celular para Stan pra ele mesmo enviar e ver se tinha mais alguma coisa pra adicionar à mensagem, ele mesmo enviou a mensagem e olhou pra mim e depois sorriu, senti um frio na barriga e sorri de volta.

ele dormiu na minha casa, dormimos juntos outra vez, parece que foi até melhor. Stan nunca se lembra das coisas que acontecem quando ele está bêbado, é raro ele se lembrar, mas já aconteceu. dessa vez, ele se lembrou.

Eu Sonhei Com Esse MomentoOnde histórias criam vida. Descubra agora