Ato III: Um alvo nas suas costas.

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Preparem o estômago para ter o gostinho de um personagem TÃO FALADO! E boa sorte em distinguir o que é real e o que não é, hehehe!

Não esqueçam dos votos e comentários, gosto de saber o que você estão achando dessa loucura! Boa leitura!

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Enquanto ele inspirava linhas e ultrapassava todos os meus limites, alguém contou seus crimes de colarinho branco para o FBI, e eu não me visto para os vilões ou para os inocentes. Estou envolvido com merdas de justiceiro outra vez.

Villa lontana dalla città, ma vicina della Rock.

Observava o jogo pausado pelo visor iluminado do celular bem quando eu havia acabado de assassinar mais um adversário em um labirinto abandonado, mas repleto de armadilhas que dificultavam a minha saída e consequentemente a minha vitória. A próxima conquista seriam as vinte chaves do reino fictício de Zayeania. Eu precisava dessas chaves, pois somente a minha pontuação baixa de mil novecentos e um não bastava para avançar.

Apesar da completa devoção pelas horas depositadas na distração com o jogo, eu me vi desistindo de jogá-lo por hoje, fechei o aplicativo e limpei a aba. Bloqueei a tela e deixei o aparelho sobre o sofá, onde eu estava deitado.

21h01.

Soube do horário assim que fitei o relógio digital na parede e foi o bastante para que eu entendesse o tédio que se formava ao meu redor, lentamente, sem pretensão de me deixar em paz por pelo menos essa noite. Eu havia me distraído por mais tempo que cogitava conseguir, mas agora estou livre. Olho para o lado esquerdo, vislumbrando o telefone fixo em cima da mesa, então olho para o lado direito, observando os móveis e a decoração da mansão. Respiro fundo, estalando os ossos de meus ombros e minha nuca tensionada.

Há um silêncio constrangedor no cômodo, e ele se dá pelo fato de eu estar em minha própria companhia, sozinho, mas quando me levanto do sofá e caminho pela sala, rumando à porta, dou de cara com o sistema de segurança. Acesso bloqueado. Sustento o meu peso nas pontas dos pés e tento ver atrás da abertura da janela, os seguranças de Dândi estão espalhados por toda a área da residência. Sempre foi em grande quantidade ou meu namorado triplicou a dose?

Tombo a cabeça para trás, encarando o teto alto, tento relaxar a minha mente e o meu corpo. Estou seguro. É o que repito para mim mesmo. Eu não poderia sair, de qualquer forma. Dândi deixou-me em sua casa, mas fez questão de enchê-la de seguranças. Seguranças vampiros.

Ah, excelente...

Estou tão animado que reviro os olhos e me afasto da entrada. Os meus passos pelo piso tornaram-se um hobby na última meia hora, porque andei de um lado para o outro, subi escadas e desci, estive em meu quarto com Dândi, estive no de hóspedes e na sala de jogos, e em todas as janelas que espiei, vi seguranças. Eu compreendo perfeitamente a rede de proteção que Dândi criou para mim. Entendo a cautela que nutre, o receio de que algo terrível me aconteça uma vez que o perigo não só está ao nosso redor como está em nós mesmos, e o exemplo exato para isso é a comemoração do noivado de Oliver e Perrie na noite anterior.

Não sei pontuar com exatidão o momento em que passei a me sentir um lunático com tudo ao meu redor, o segundo no qual o medo se apossou de mim e me humilhou covardemente, mas me recordo de vê-lo esbanjar um sorriso vitorioso quando percebeu que era grande e eu minúsculo.

Desde então, sinto-me assombrado. Uma onda avassaladora me preenche, ela poderia ser facilmente confundida com a perversidade de uma síndrome do pânico ou a dosagem alta da ansiedade, porém... Era apenas o medo em minha mente. Medo de tudo ser real, medo do que está em minha cabeça não perdurar no lugar e se tornar real. É um daqueles momentos em que você está desestabilizado e com medo de que todos os seus pesadelos se tornem realidade.

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