Ato IV: A Itália fede a loucura.

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A única coisa ruim sobre as estrelas é que elas queimam.

Turim, Itália.

Dândi.

— Minha nuca está queimando.

— É falta de sexo, meu camarada.

— É falta de estourar os seus miolos, seu filho da puta, dê um tempo de encher o meu saco.

Socando o ombro de Oliver, eu o empurro do sofá para o chão. Nele, o meu melhor amigo e fiel escudeiro gargalha, empurrando o pé para me acertar na panturrilha.

É mais um dia na Itália na companhia de Oliver Attwood.

— Contatou o Jimin? Você só pega fogo quando está distante dele e uma merda catastrófica acontece. — Namjoon, sentado na poltrona, pergunta.

— Putz, então é a porra do tempo inteiro. — Deitado no chão, Oliver murmura. — Deixe-me checar a sua temperatura, Dândi. Você tem um termômetro aí, Namjoon?

— O termômetro do seu cuzinho fodido. — Resmungo, me levantando do sofá de couro, onde passei os últimos trinta minutos não fazendo nada além de escutar a estupidez de Oliver e os assuntos de negócio de Namjoon. — Gostei das janelas.

Mudo de assunto quando me dirijo até a janela e espio a vista da cidade. Turim é um pecado inevitável, olhá-la do alto é o que preciso para aumentar a minha energia.

— Elas são à prova de balas... E ruídos, para o caso de Oliver e Perrie. — Namjoon murmura, rindo.

Hasteio o cenho e aceno em negação, me controlando para não soltar nenhuma piada sem graça. Esse tipo de humor não combina comigo.

Não hoje.

— Obrigado pela consideração, mas eu não sou o único safado e assassino dessa torre. Não fode. — Retruca. Oliver se levanta do chão e caminha em minha direção, ele apoia a mão no meu ombro enquanto eu apoio os braços no guarda-corpo da janela. Turim ainda me prende. — Caralho, você está muito tenso! Qual é a fita?

Sua observação me faz estalar o pescoço. Talvez uma massagem me caia bem ou, talvez, voar pela cidade me salvaria hoje.

— Meia-noite. — Cicio.

Vejo Oliver checar o horário em seu relógio de pulso.

— Acontece que não passamos de meio-dia e vinte.

— Jimin completará dezenove anos à meia-noite.

— Ah, é, porra, verdade... — Ele solta um muxoxo que poderia ser confundido com um suspiro melancólico. — Não é a minha praia perguntar o óbvio, visto que essa sua cara de quem deu o cu e não gostou diz tudo, mas... Como você está?

A gargalhada de Namjoon é alta e sei que ele tentou controlá-la. É o que é. Não dá para esperar maturidade de homens, mas você cria expectativas quando se trata de homens imortais. É uma bagagem centenária, mas os homens da Rock pouco dão foda.

— Estou muito bem. — Digo. — O aniversário do Jimin não deve ser remetido à uma memória trágica.

— Você quer chorar. — Diz Oliver, constatando o óbvio.

— Gostaria. — Confesso. Seis segundos se passam até que eu me afaste do guarda-corpo e me despeça da incrível vista de Turim. — Mas não é o caso.

— Aproveite a chance, Dândi. — A voz de Namjoon ocupa o escritório. — Ele está completando dezenove e não vinte anos, nada está perdido. É uma chance única, obviamente, mas não é a cartada final.

ROCK MÁFIA IIOnde histórias criam vida. Descubra agora