"Não é a liderança, nem o valor, nem o companheirismo onde se resumem os relacionamentos, o elemento mais essencial para isto chama-se confiança."
- John C. MaxwellPOV's Regina Mills
Liam adormeceu e o deixei na cadeirinha no carro com David, enquanto saí com Henry para pegar aquelas comidas gordurosas e impregnadas de açúcar que eles tanto adoram e que hoje faziam questão de consumir. Eu tampouco estou com vontade de cozinhar, então aceitei comprar tais frituras e bebidas.
O que mais restaria se não atender ao pedido deles? Esperar que meu querido marido e minha filha tão "bem prendada" na cozinha fizessem da nossa casa um ensaio do submundo? Nem em meus maior pesadelo. Prefiro contar com o senso de responsabilidade e discussão do pré adolescente que tenho em casa, e, ceder vez ou outra aos caprichos desses encantadores gulosos.
-Tomara que a Ruby já tenha feito tudo. -Falou meu pequeno rapazinho ansioso, entrando feito furacão no Dinner sendo seguido por mim. Havia ligado antes de chegar para adiantar o pedido.
-Aqui está: um capuccino com canela, um café preto, uma salada de frutas, 5 (cinco) muffin's, um poutine, baggels, um suco de maçã, um refrigerante, um milkshake e uma cerveja. -Disse satisfeita com aquele ar maroto e ousado de sempre ao deixar os pacotes no balcão com Henry de vigia.
-Valeu, Ruby! -Diz o adolescente fazendo um "highfive" com a loba.
Eu estava a poucos metros dos dois. Havia pego o café preto pra viagem, precisava de coragem e energia. Tomei um gole do líquido quente quando alguém atravessou meu caminho de repente...
-Des...des-cul-pa?! -Pediu arregalando os olhos e vendo o estrago que havia feito em minha roupa. Fiz uma careta creio que de ódio e indignação ao sentir o líquido quente tocar minha pele. Por instinto levantei um pouco a blusa balançando como se o ar fosse aliviar alguma coisa. Não podia usar magia ou quebraria minha promessa e podia prejudicar Liam durante o processo. Eu ainda amamento e a ligação do meu bebê é algo enigmático. É como se ele se alimentasse também da minha magia.
-Da próxima vez use um cão guia, talvez assim não tropece em ninguém, senhor...? -Pontuei com cara de poucos amigos e curiosa em saber quem era o forasteiro.
-Robin de Locksley, senhorita. -Disse fazendo reverência como se fosse um cavalheiro, ato que roubou um pequeno sorriso dos meus lábios carmim. Eu o conhecia? Provavelmente do Bosque Encantado. Algo nele me era conhecido e por alguma razão eu confiava nele. Sentia uma sensação diferente.
-Ei, mãe, esse é o Robin Hood. O ladrão que roubava dos ricos pra dar aos pobres, se bem que no meu livro era um pouco diferente. -Articulou meu bebê, astuto e contente por mais uma descoberta do seu livro. O que me levou a uma memoria antiga. O homem da tatuagem de leão. Era ele.
-Henry Daniel Mills, onde estão seus modos, querido?! -Interrompi e falei ao girar a cabeça para encontrar o olhar do garoto e ver suas bochechas ficarem vermelhas. Era uma marca da família Encantada ruborizar facilmente.
-Desculpa, senhor...Robin? -Diz meu pré adolescente com uma faceta resignada.
-É, digamos que era algo mais ou menos assim. -Concorda sem tirar os olhos do meu corpo?! -Só assim me toquei que havia dobrado três dedos da blusa ao contrário, na altura do umbigo. Minha pele ainda estava quente e vermelha.
-Desculpa por isso, vou pagar outro café! Por favor?! -Pediu sinalando onde o copo havia esbarrado e acenando para a loba. Devo confessar que aquilo havia feito um estrago em mim e minhas memórias estavam confusas.
-Não se preocupe, eu posso consertar. -Respondi com cordialidade vendo sua boa intenção.
-E você poderia me ensinar a usar arco e flecha? -Pergunta meu "filho" esperançoso. O meu avô só sabe usar espadas!
-Claro, se essa bela dama e mãe me permitir? -Jogou a bomba pra mim que assistia a interação dos dois, enquanto tentava limpar minha blusa suja de café com um lenço que o cavalheiro me ofertou. Minha pele alva permanecia vermelha pelo toque morno do líquido, mas disfarcei bem o incômodo. Vai ficar uma bela marca! -Pensei.
-Eu não sei, Hen...-Fui interrompida e puxada pelo antebraço por uma mão grande e conhecida. Mas o que diabos...? Pensei.
-Ele tem o avô pra ensinar tudo que precisa, obrigada. -Respondeu David de cara amarrada com um falso sorriso na cara. Ele estava ao meu lado, a princípio havia me puxado pela cintura e logo me afastei ao notar sua atitude territorialista. Odeio que tentem me controlar!
-Hood, Robin Hood. -Ofereceu a mão que ficou suspensa no ar.
Henry e eu o olhamos de forma pasma e interrogativa. Mas Robin não se intimidou...
-Estou às ordens, Senhorita Mills. -Falou antes de esboçar um sorriso flertador me olhando de cima a baixo, fixando sua atenção no meu busto molhado bem destacado, antes de ir ambora. -Até breve, garoto. Regina.
-Espero que tenha uma boa estadia, Senhor Hood. -Desejei simpática.
Ele passou por nós com um sorriso ladeado e fazendo apenas um aceno de cabeça para o seu mais novo desafeto. Meu marido.
-A comida vai esfriar e a minha barriga tá roncando! -Argumentou o pré adolescente ansioso pelas guloseimas.
Uma voz feminina nos tirou daquela bolha que estávamos outra vez...
-Aqui está algo pra Cisne, prefeita. -Disse a garçonete parando a minha frente.
Ela me entregou um pacote. Certamente com uma guloseima que eu proibi e algum bilhete engraçadinho. Jovens.
Imagine aqueles amigos que você sabe que tem cara e jeito de problema, mas que também são capazes de esconder um cadáver para protegê-lo? De matar pra defender o outro amigo. Eis o caso.
E por isso, no fundo eu acabei aceitando tal amizade e criei uma grande simpatia e confiança na garota da capa vermelha. Além disso, é conveniente ser amiga dos amigos dos meus filhos. Sim, eu admito. Não sou hipócrita ou ingênua.
David continuou ao meu lado observando sem entender nada, até que visualizou a silueta conhecida e amiga. Sentindo um pressentimento me incomodando e vendo um muxoxo dele, me despedi de Ruby e da Vovó junto com Henry e saí. Quando chegamos ao carro tive vontade de esganá-lo, mas as crianças me continham. Eram a razão pra eu não esmagar o coração daquele "Encantado cabeça oca".
E ainda tínhamos que lidar com Emma e sua nova situação. Os muros que ela estava reerguendo. Aquele sorriso que eu conheço tão bem.
Não sei se isso enche meu peito de ternura ou medo: por ver uma espécie de flashback do meu passado com Cora acontecendo, dessa vez com a minha garota. Mas diferente da minha mãe, eu estarei ao lado dela e a apoiarei. Lhe darei amor e minha amizade.
Eu me via fingindo para todo um reino que estava feliz quando não estava. Tenho medo de perdê-la outra vez. Medo por Alice e agora para fechar com "chave de ouro", me aparece um forasteiro com o qual tive um passado, sim, eu tive flashback daquele dia que o conheci junto a minha fada madrinha, colocando em check tudo que conquistei. As vezes a vida parece uma piada de mau gosto!
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A Outra Face
Fiksi PenggemarTodos conhecem Snow White (Mary Margareth), ou pelo menos, acham que conhecem a princesa que quase teve sua vida ceifada pela Evil Queen (Regina Mills). Mas será que tudo é como contam? E se a realidade fosse outra? Já pensou que você passa a vida...