Nove

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— Kiba! KIBAAAAA! KIBAAA! 

O desespero tomou conta de cada parte do corpo da Hyūga, emanava do centro de sua barriga para as extremidades trêmulas. Acelerou os passos,  chegou a correr atrás do seu amigo de infância como se a sua vida dependesse daquilo, entretanto,  sem sucesso algum, o Inuzuka estava convicto da decisão que havia tomado. 

E não!  

Não queria ser cúmplice do que sua amiga estava fazendo. Ou melhor, deslumbre de amiga.   Aquela Hinata estava longe de ser a garota meiga, gentil e cheia de empatia que achava que conhecia. 

Naruto, que se encontrava na cozinha, ouvindo a discussão. A sua experiência  de vida — idade —,  o manteve ali parado, sabia que não era o melhor momento parar intervir. Poderia até piorar o que já estáva caotico. Andando de um lado pro outro, aflito e inquieto, sentiu o peso da culpa sobre os ombros. Infelizmente, era tarde demais, não tinha o que ser feito.  Havia sido displicente, precisava assumir as consequências dos atos carnais. Atos que não se arrependia. 

Quando a discussão cessou acompanhada de um bater estrondoso da porta, o homem foi até a sala encontrando sua enteada com a cabeça escorada em um dos móveis desabando em lágrimas. 

Seu coração partiu. 

Um aperto. 

Um gosto amargo na boca. 

Um nó na garganta! 

O que havia feito? O que ele havia feito? 

Era uma situação completamente atípica em toda sua vida, muito bem casado, todavia  apaixonado por uma jovem e ainda filha da sua mulher. Em vários momentos ele se questionou, até quis se afastar, mas não deu,  nunca havia sentindo um sentimento tão avassalador como esse que cativava mais e mais a cada dia pela Hinata. 

Um erro?

Parecia que sim

Vê-la aos plantos era a última coisa que queria nessa vida. 

— Hinata… — sussurrou tão baixo que a Hyūga só  percebeu sua aproximação quando os  dedos dele tocaram seu ombro. 

— ME SOLTA! — Não seria a primeira vez que ela explodia e aumentava o seu tom de voz. — FICA LONGE DE MIM! BEM LONGE! 

Exasperado, o Uzumaki respirou fundo. Sua vida acabava de tomar um rumo totalmente desconhecido e detestava não ter o controle da direção. Hinata em meio aquele caos, um profundo desespero que a engolia, apesar dos berros raivosos contra o seu padrasto tinha plena ciência que estava tão errada quanto o homem que a encarava com olhos sem brilhos.

— Hinata…—  chega ser difícil ter o que se falar… — E- Eu…

— Fica longe de mim! — repetiu, dessa vez rosnando ao se levantar. — Minha mãe não merecia isso… O que eu fiz. — murmurou em completo desespero, Naruto tentou encurtar novamente a distância de seus copos.

— Eu vou resolver isso! 

— Você vai resolver? — Deu um riso anasalado.  Uma raiva subiu por todo seu corpo,  uma repulsa tão grande que queimava e embrulhava suas entranhas. 

— Sim, eu vou resolver, em momento algum eu quis ferir você ou a Hana. Eu nunca me imaginei nessa situação. Sua mãe é tudo pra mim. 

Em um movimento desesperado, um tanto  assustado, Hinata espalmou as mãos no peito do Naruto, usando toda força que havia em seu corpo miúdo para o empurrar.  O queria longe. Bem longe! 

— Minha mãe é tudo pra você? 

— Sim, sua mãe sempre foi tudo pra mim...  Mas ai ...  você chegou... E eu não sei Hinata, eu não sei. Eu não sei. Eu não sei como isso aconteceu, SÓ aconteceu. Eu sempre acreditei que amava sua mãe, e que ela era a única mulher da minha vida! Até meus olhos encontrar os seus..

A Enteada (NaruHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora