Chapter three

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— Aquele homem te feriu, não foi? 

Ela assentiu, enxugando as lágrimas com a ajuda dele. 

Trisha e o filho se abraçaram. Ele realmente não se importou em ser discreto na frente dos outros naquele momento. Não quando sua mãe estava vulnerável. A vida toda foi apenas ele e ela. Mesmo quando ela resolveu se casar novamente, não deixou de ter o filho como prioridade. Embora desconfiasse que havia algo que não se encaixava naquele homem, Zayn apoiou sua felicidade, mas no momento se culpava por não ter evitado o sofrimento de Trisha, mesmo alertando ela sobre tomar cuidado. Infelizmente, ela não deu ouvidos por confiar nele. 

— Eu estou bem agora, Zayn. O menino Payne me salvou. 

Zayn ergueu o olhar, fitando o advogado, que admirou a cena com compaixão. Se desvencilhou da mãe e se prontificou a cumprimentar o advogado com um aperto de mão. Liam se aprumou, novamente inebriado pela beleza do delegado. 

— Minha mãe sempre falou muito bem de você, doutor. É um prazer finalmente conhecê-lo. 

— O prazer é meu, mas pode ser nosso. — retribuiu o aperto — Liam Payne, advogado, solteiro… Sempre livre depois das seis da tarde… — admirou a mão macia e firme do homem em contato com a sua.

— Ele é um pouco casado. — Trisha soprou para o patrão. 

— Quase divorciado. Se encaminhando… É complicado. — Zayn tentou definir, mas realmente era uma situação um pouco complexa. Ficou surpreso pela coragem do advogado em demonstrar interesse nele.

— Não sou ciumento. Aqui está o meu cartão, caso o senhor queira prosseguir com o divórcio. Vai ser um prazer ajudá-lo como advogado. Podemos conversar, tomar um café, um vinho ou um banho… — mordeu o lábio, entregando o cartão a Zayn. Os dedos cheios de anéis seguraram o papel e depois delicadamente guardaram no bolso. Um sorriso de canto pelo jeito perspicaz do outro em claramente lhe secar e cantar deliberadamente. E Liam quase desmontou diante daquele sorriso a ponto de abanar a si mesmo e pensar que estava louco para sentar nele até que suas pernas pedissem arrego.

— É muito solícito da sua parte, doutor. — piscou. — Então, senhora Malik, era isso que estava escondendo de mim? Um relacionamento abusivo? 

— Ela pode ser ouvida agora, delegado? — retomou o tom profissional — Se não se importa, um exame de corpo de delito também precisa ser feito. Como advogado da senhora Malik, quero que seus direitos sejam assegurados por todos os lados.

— Concordo, doutor. Vamos para a minha sala. — os conduziu de imediato. — Essa é a Janice, a escrivã. — apontou superficialmente para a moça de meia idade ocupando a mesa no canto inferior da sala — Vou dar prioridade ao seu depoimento e depois colho o do agressor. Bem, fiquem à vontade. Café ou água?

— Estamos bem. — Liam respondeu pelos dois, ocupando a cadeira ao lado de Trisha em frente a mesa ampla de Zayn, onde ele pôs os papéis que segurava anteriormente. 

— Certo. Já pode começar, senhora Malik. Comece com seu nome completo, idade e o motivo que a trouxe até aqui. — cruzou os dedos sobre a mesa.

Trisha suspirou, ainda abalada, porém confortável na presença das pessoas mais importantes da sua vida. 

— Trisha Amina Malik, quarenta e oito anos. Vim denunciar meu atual marido, que vêm me agredindo, ameaçando e importunando. Ele era bom no começo, prestativo, carinhoso, sempre serio, mas atencioso. Com o passar do tempo ele mudou comigo… ou então apenas mostrou a verdadeira face dele. Eu tenho fotos reveladas e escondidas de todos os machucados que ele já me fez. Também gravei algumas vezes para caso um dia eu precisasse, mesmo achando que não teria coragem, porque no fundo eu esperava que ele pudesse se regenerar… Todo o dinheiro que ganho tenho que dar na mão dele. Eu escondo uma parte pequena para mim, para não ficar sem nada, mas ele sempre descobre e me bate. Estou tão cansada… Dessa vez eu tive voz para pedir a separação. Estou feliz em poder ter meu próprio trabalho e estudar de novo e não quero que nada atrapalhe, mesmo ainda gostando um pouco dele. Ele sumiu por duas semanas, mas na segunda-feira, voltou bêbado, arrombou a minha porta e me agrediu depois que gritei para ele sair. Além de não aceitar o rompimento, ele queria pegar o meu dinheiro. Eu fiquei com medo e ele se forçou a permanecer em casa. Tentei fugir, mas ele me alcançou e me bateu de novo. Estive presa nessa situação nos últimos dias e se não fosse pelo doutor me caçar em casa, eu não sei se teria forças para… Estar aqui agora. — fungou. 

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