Fourteenth Chapter.

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- Quando meu pai me falou que eu ia para Inglaterra, eu tentei fugir no mesmo instante, mas ele me trancou no quarto. Foi na mesma época que ele havia colocado grades na minha janela. -ela lembrou e riu de leve- Eu não pude fazer nada. -ela deu de ombros- Eu ouvi quando minha mãe foi até minha casa e gritou com meu pai, xingando-o de tudo o que era coisa. E eu vi quando você foi brigar com ele. Você o acusou de hipócrita e o chamou de velho otário. -ela riu e Joe sorriu- E disse que nunca ia me deixar partir. -ela lembrou, fechando o sorriso-

- Eu tentei. Ele me disse que...

- Que eu já havia partido. -ela completou e Joe assentiu- Eu podia ter gritado o seu nome, te pedido socorro, mas eu não quis fazer isso. Não ia adiantar, Joe. Só ia piorar tudo. -ela murmurou e Joe assentiu-

- Eu entendo. -ele murmurou-

- Os primeiros dias no internato, eu não disse uma palavra sequer, com ninguém. Passei uma semana sendo muda. -ela continuou- Depois de uma semana, me atacaram no refeitório, e eu finalmente me expressei de alguma maneira.

- Atacaram você? -Joe perguntou, surpreso-

- Uma menina chamada Dominique, se achava a "dona" do lugar, e não foi com a minha cara. Eu estava sentada em uma mesa que ela disse ser dela, mas eu não disse nada, fingi que ela não estava ali, então ela me puxou pelos cabelos até o centro do refeitório. Lá, ela e suas amigas me bateram. Ninguém fez nada para impedir, nem ao menos tiveram compaixão. Todos apenas pararam e olharam, como se já estivessem acostumados. Dominique só parou quando viu o chão sujo de sangue. Meu sangue. Ela se levantou, e virou as costas, caminhando com suas amigas tranquilamente.

- E o que você fez? -Joe perguntou e Demi riu de leve-

- Eu me levantei, cambaleando, cuspi o sangue da minha boca no chão, dei de mão em uma cadeira e toquei em Dominique. Ela desmaiou. -ela falou e Joe abriu a boca, incrédulo- Fomos para a detenção, e quase nos matamos lá também. Mas eu acabei descobrindo que quando eu passasse de três advertências, ligavam para meu pai. E em dez advertências, eu seria expulsa. -ela sorriu amargurada-

- Quantas advertências você levou? -Joe perguntou-

- Nenhuma. -ela falou revirando os olhos- Eu taquei fogo na biblioteca, sabia? Não sobrou nem uma página naquela bosta, e mesmo assim eu não levei advertência. -ela falou-

- Como não? -ele perguntou, incrédulo-

- Suborno, Joe. -ela falou e viu a compreensão atravessar o rosto de Joe- Meu pai subornava aquela vagabunda da diretora, para eu nunca ser expulsa. -ela deu de ombros e suspirou- Depois de três anos, eu consegui finalmente passar dos limites. A diretora não aguentou, ela quis me matar, quis sumir comigo, mas ela estava de mãos atadas. Eu a mandei me expulsar. Ela estava nas minhas mãos. Eu estava no comando, eu estava chantageando-a.

- O que você fez? -ele perguntou receoso e ela sorriu-

- Eu descobri que ela dava para o professor de francês, e que ele era o pai de Charles, filho dela. -ela disse e Joe arregalou os olhos- Eu filmei ela transando com o professor na sala dos professores, e tinha provas concretas que ele era o pai de Charles. Ela estava nas minhas mãos. -Demi deu de ombros- O resto foi fácil. Eu entrei no escritório dela, lhe mostrei o vídeo, o papel que comprovava a paternidade do professor, e disse que meu namorado merecia saber a verdade. Ela me implorou para que eu não fizesse nada, e disse que eu podia pedir qualquer coisa. Eu peguei o telefone, e a mandei ligar para o meu pai, e dizer que eu havia mudado de verdade, e que era uma ótima garota. Que eu merecia voltar para a casa. Meu pai aceitou, mas então veio um problema.

- Qual? -Joe perguntou-

- Eu teria que estudar em casa, pois ele não queria que eu me aproximasse de você e do resto. Era aí que Charlie entrava. Quando eu voltei, eu logo liguei para Charles e reatei nosso namoro, que eu havia terminado antes de ir embora da Inglaterra. Eu precisava dele aqui. Quando eu contei ao meu pai que estava namorando o filho da diretora, ele mudou completamente. E eu posso agora ficar mais próxima de Miley, e o resto. Exceto você. Mas isso foi meu pai e o Charles que proibiram. -ela deu de ombros-

- E quando ele começou a bater em você? -Joe perguntou, direto e Demi respirou fundo-

- Lembra quando Trace esfaqueou você? -ela perguntou e Joe assentiu- No outro dia você me chamou para me pedir desculpas, e eu fui até a sua varando. Charles viu você quase me beijando, mas a princípio não fez nada. Então nós fomos até o fim da cidade, em um campo, fazer um piquenique. Foi lá que ele me disse o que havia olhado, e acabou me dando um tapa, e alguns empurrões. Lembra que quando eu fui conhecer Lizza, você viu meu braço marcado? -ela perguntou e Joe assentiu, com uma carranca- Desde então é quase todos os dias. Eu me sinto aliviada por ele viajar. -ela disse e se deitou de novo- Mais alguma pergunta? -ela perguntou e Joe negou com a cabeça, acendendo um cigarro- Sério que você vai fumar? -ela perguntou e Joe revirou os olhos, olhando para ela-

- Sério. -ele deu de ombros, tragando o cigarro e Demi revirou os olhos- Quer experimentar? -ele perguntou, lhe oferecendo o cigarro. Demi negou com a cabeça, fazendo uma careta- É bom. -ele comentou, dando de ombros-

- Desde quando você fuma? -ela perguntou-

- Faz um ano e meio, mais ou menos. -ele respondeu- Miley que me apresentou. -ele falou sorrindo debochado, e Demi riu, revirando os olhos-


Eles ficaram em silêncio, enquanto Joe fumava seu cigarro tranquilamente, olhando para a lua.


- E Christina? -Demi perguntou de repente e Joe virou para ela, com o cenho franzido-

- O que tem ela? -ele perguntou e voltou a fumar seu cigarro, voltando o olhar para a frente-

- Desde quando estão juntos? -ela perguntou e viu Joe jogar o restinho do cigarro longe-

- Nunca estivemos juntos, Demi. Eu e ela apenas... Ficamos de vez em quando. -ele deu de ombros-

- Esse seu "de vez em quando" é meio frequente, não é? -ela perguntou e Joe gargalhou-

- Ciumes, Demi? -ele perguntou e Demi bufou, revirando os olhos-

- Não. -ela falou e Joe assentiu, sorrindo debochado- Eu não tenho ciúmes, não tenho esse direito. Que ela faça muito bom proveito de você. -ela disse dando de ombros e Joe riu, assentindo-

- Isso pra mim é inveja. -ele falou e sentiu um soco na perna. Ele riu mais ainda- Só confessa que você queria fazer bom proveito de mim- ele falou e Demi riu, revirando os olhos-

- Eu não vou confessar porra nenhuma, seu idiota. -ela falou e Joe riu mais ainda-

- Tá bom, eu confesso. Eu quero fazer muito bom proveito de você. -falou, agora sério, fitando Demi com desejo e sinceridade-


Joe se virou e se inclinou sobre Demi que arfou, segurando-o pelos ombros. Ela olhou no fundos dos olhos dele e viu o desejo neles.

Bem, ela também o desejava, mas o medo era maior.


- Será que a água está fria? -ela perguntou, passando por baixo do braço dele e se levantando, correndo até o lago-


Joe riu de leve e sentou-se de novo, olhando Demi. Ela tirava a blusa e o short, ficando apenas com um conjunto de lingerie preto. Ele suspirou e passou a mão pelo cabelo, se levantando.

Feeling [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora