Feeling [JEMI]

Capítulo trinta e três.

- Não. -Joe respondeu, depois de segundos em silêncio, e limpou a garganta, dando passos lentos até a beirada da cama que a menina estava deitada- É que... Dói em mim, ver você machucada. -ele murmurou e olhou o chão- Dói ver você machucada, e não poder fazer nada. -ele murmurou e sentiu a voz falhar-

- Você não tem que fazer algo. -Demi sussurrou e Joe arfou, a olhando-

- Não tenho? -ele perguntou, com a voz desesperada- Porra, Demi, você desmaiou em uma esquina! -ele falou, quase gritando e Demi passou a mão pelo cabelo- Você quer que eu simplesmente ignore e continue minha vida? Como se você não fizesse parte dela? -ele falou e sentiu uma lágrima escorrer-

- Eu não faço. -ela murmurou limpando suas lágrimas-

- Faz sim! -Joe gritou e depois respirou fundo, tentando se controlar- Podendo ou não, você é importante pra mim. E foda-se as proibições! Isso tem que acabar! -ele falou e fechou os olhos com força, sentindo-os arder-

Joe sentiu Demi segurar sua mão, já que estava ao lado da cama, e ele a olhou. Ela o puxou, sem força pois estava fraca, e ele foi. Antes que Joe pudesse agir, Demi selou seus lábios nos lábios dele, o beijando com paixão. Joe colocou suas mãos no rosto da menina, a beijando com intensidade. Era tanta paixão, que o peito de Joe doía. Ele apenas precisava de Demi.

Ele desceu suas mãos pela cintura da menina, a puxando, com cuidado, por causa dos fios que Demi tinha no corpo. Demi rodeou as mãos no pescoço de Joe ao mesmo tempo que ele mordeu seu lábio inferior com gentileza, pois ela tinha o lábio machucado pelos socos de Charles.

Foram obrigados a parar quando ouviram batidas na porta. Eles se separaram com prontidão, e se olharam, ambos ofegantes e com os lábios inchados e vermelhos.

- Posso entrar? –Diana murmurou abrindo uma fresta da porta. Demi assentiu, e olhou a mãe que se aproximava. Joe havia se afastado, ainda ofegante- Filha. –ela murmurou caminhando até Demi e a abraçando- Quando Joe me falou que você havia sido assaltada eu quase desmaiei. –ela falou e Demi a abraçou também-

- Eu estou bem, mãe. –ela sussurrou e viu Joe revirar os olhos, olhando a janela-

- Porque você reagiu ao assalto, Demi? –Diana ralhou, sentando na beirada da cama- Você queria que ele matasse você? –ela continuou e Demi olhou Joe, com desespero para que ele lhe tirasse dessa-

- Diana, Demi precisa repousar. Não adianta ralhar agora. –ele falou e Diana o olhou-

- Você não entende, Joe... –ela murmurou, mas Joe a interrompeu-

- Entendo sim. –ele falou e olhou o chão- Demi apenas precisa aprender a se proteger. Mas isso é assunto para quando ela sair do hospital. –ele falou e Diana assentiu-

- Obrigada, Joe. –Diana murmurou e ele franziu o cenho- Obrigada por se preocupar com a minha menina. –ela falou e Joe sorriu de leve, voltando a olhar o chão- Bom, eu vou falar com o médico e daqui a pouco eu volto. –ela falou e beijou a testa de Demi, saindo do quarto em seguida-

Demi ficou olhando para o teto, esperando Joe quebrar o silêncio, mas ele demorou a fazer, e quando o fez, surpreendeu Demi com sua pergunta.

- Porque me beijou, Demi? –ele perguntou e Demi o olhou, mas ele não olhava para ela e sim para o chão-

- Porque eu quis. –ela respondeu e ele a olhou, vendo sinceridade em seu olhar-

- Não era para eu me afastar? –ele perguntou com a voz rouca, porém desarmada-

- Era. –ela sussurrou e suspirou, limpando algumas lágrimas que acabaram escapando-

- Quanto mais eu tento me afastar, Demi, mais eu me aproximo. –Joe murmurou e se virou, caminhando até a janela- O quão errado é isso? –ele perguntou retoricamente, mas mesmo assim ela o respondeu-

- Muito errado. –ela murmurou com a voz tremula pelo choro-

- Mas ao mesmo tempo tão certo. –ele completou encostando a testa no vidro da janela-

- É... –ela murmurou e ele se virou, olhando-a- Eu não devia ter voltado. –ela falou e Joe sentou na ponta da cama dela, voltando a fitar o chão-

- Devia sim. –ele sussurrou- Eu realmente preciso me afastar, Demi. –ele fungou- Não posso dizer que vou deixar de me preocupar, de me importar, porque, porra, não vou. –ele deu de ombros e passou a mão pelo cabelo- Mas eu preciso me afastar.

- Eu estou tão cansada dessa conversa. –ela grunhiu tapando o rosto com as mãos, mas Joe as tirou de lá e se inclinou sobre ela-

- Vamos fugir? –ele pergunta, entrelaçando seus dedos nos dedos de Demi-