Capítulo sessenta e cinco.

541 32 3
                                    

- Envenenado? –Joe perguntou, incrédulo e Miley assentiu- Eu não consigo acreditar. –ele murmurou, deitado na cama de Miley que revirava seu closet a procura de algum vestido preto-

- Deus me perdoe, mas eu preciso de mais roupas pretas. Estou indo no segundo velório do mês. –ela resmungou e Joe bufou-

- Miley, me explica direito. Que merda. –ele resmungou, impaciente e Miley sentou na cama, ao lado dele-

- Depois que você foi embora, Demi e Patrick continuaram discutindo, e Patrick caiu duro, do nada. –Miley deu de ombros- No hospital, o médico falou a Diana e Miranda, que haviam achado uma substancia que eu não me lembro o nome, no organismo dele. A mesma substancia que é toxica, e se encontra em detergente de cozinha. –ela falou e Joe balançou a cabeça-

- E Demi falou o que? –Joe perguntou e Miley suspirou-

- Ela sabe que foi a Miranda. –ela deu de ombros- Mas vai esperar o final do velório e vai na delegacia, acusar aquela vaca. –ela falou e Joe assentiu-

- O enterro será agora? –ele perguntou e Miley assentiu- Quer carona? –ele perguntou-

- Não vá. –ela pediu e Joe franziu o cenho- Você o odiava, e era reciproco. Não há porque ir. –ela explicou e Joe assentiu-

- Ok. –ele resmungou e se ajeitou no travesseiro de Miley- Vou ficar aqui. –ele falou e Miley revirou os olhos-

- Não tem casa? –ela perguntou e Joe sorriu debochado-

- Tenho, loira. Mas prefiro ficar aqui. –ele deu de ombros e Miley riu assentindo-

- Ok, irmãozinho. Estou de saída. –ela falou, beijou a testa dele e saiu do quarto, vestindo uma calça jeans preta e uma camisa da mesma cor-

No enterro, Demi só apareceu no final. Ela usava um vestido preto de renda, e tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo baixo e bagunçado. No rosto, nenhuma maquiagem cobria os olhos vermelhos e inchados da mesma, e ela não queria cobrir. Não se preocupada mais com nada, além do filho que carregava. Com uma mão na barriga, e a outra segurando uma flor, ela parou ao lado do caixão já fechado e pousou a flor ali.

As pessoas já estavam indo embora, partindo em silencio, apenas olhando Demi com dó. Miley foi a última, deixando um beijo na testa de Demi e partindo.

Quando o caixão foi coberto pela terra, Demi permaneceu com o olhar vidrado, perdido e sofrido. Se sentia vazia, torturada.

- Eu não odeio você, pai. –ela sussurrou, ainda olhando a lapide do pai, e chorando baixinho, com as mãos na barriga-

Passos foram ouvidos, e Demi não precisou olhar para saber quem era. Ela permaneceu olhando a lapide, como se aquele momento não fosse real.

- Você matou meu pai. –ela sussurrou, mesmo sabendo que havia sido ouvida-

- Quanto drama. –Miranda debochou, e riu de leve- Digno de novela. –ela comentou, mas Demi não a olhou-

- Você matou meu pai. –ela repetiu, com a voz um pouco mais alta e Miranda sorriu-

- Pensei que estaria tão feliz, querida. Agora pode ficar com aquele marginal, e nem vai precisar voltar para Londres. –ela falou ainda rindo-

- Você matou meu pai. –Demi repetiu, e já não chorava. Sua voz era fria, oca e sem vida-

- Matei. –ela falou sorrindo satisfeita e Demi finalmente a olhou, a alguns passos de distância- E foi tão fácil. –ela gargalhou- Era só colocar algumas gotinhas de detergente de cozinha nas refeições dele. –ela explicou ainda rindo- E em duas semanas, puft... Caiu duro. –ela debochou e se curvou, rindo mais ainda-

Demi sentia sua cabeça girar. A voz de Miranda foi ficando distante, e ela só sentia raiva. Raiva por tudo. Raiva pela vida difícil que ela tem, e raiva de Miranda. Muita raiva de Miranda.

Quando Demi deu por si, ela já se atirava para cima de Miranda e lhe socava a cara, com força, e sem dó alguma. Miranda caiu, com o nariz sangrando, e com o riso desaparecido. Demi chutou a barriga da mesma e Miranda tossiu.

- Cadela. –Demi murmurou e agarrou no cabelo curto de Miranda- Cadela filha da puta. –ela sussurrou e cuspiu na cara ensanguentada de Miranda-

Antes de se afastar, Demi chutou a cara de Miranda que gemeu, ainda sem forças para se levantar. Demi se abraçou, se sentindo arrepiada pelo frio. Quando saiu do cemitério, deu de cara com Joe, encostado em sua moto.

- Ela mereceu aquilo. –ele comentou e Demi assentiu- Vem cá. –ele abriu os braços e Demi correu até ele, o abraçando fortemente-

- Me leva embora daqui. –ela sussurrou e Joe assentiu-

- Onde? –ele perguntou e Demi pareceu pensar por alguns minutos-

- Para casa da minha mãe. –ela respondeu e Joe assentiu-

- Posso ficar lá com você? –ele perguntou subindo na moto-

- Preciso ficar sozinha. –ela murmurou e Joe a olhou-

- Demi... –ele murmurou-

- Me dê tempo, Joe. –ela pediu e Joe suspirou assentindo-

Há quem diz que o tempo cura tudo...


Feeling [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora