Capítulo 2

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Em cima da cama repousava um lindo vestido de cetim vermelho, acinturado destacando todas as minhas curvas, depois de um belo banho eu o vesti, deixei meus cachos sedosos  soltos, a maquiagem era leve nos meus olhos , e nos lábios carnudos um batom vermelho.
Desci as escadas devagar por causa dos saltos, não era acostumada com aquele tipo de vestimenta. Na sala de visitas o general Derek esperava sentado lendo um jornal.
Sentei a frente dele, ao me perceber ele não pode esconder sua expressão surpresa.
- Você está muito linda. - Disse Derek sorrindo.
- Obrigada senhor. - Abaixei os olhos para as mãos.
- Você ficará a todo o momento ao lado do Imperador. - Falou o general levantando e ajustando seu terno.
- Está bem. - Concordei, deve ser por isso que ele me fez usar essa roupa, queria mostrar-me.
Devo aguentar os olhares anoite inteira, sendo exposta como um brinquedo.
Pensei, porém estava aqui para servir então iria obedecer.
- Já estou pronto, vamos. - Disse Lorde Pelletier entrando na sala de visitas sem notar a minha presença. - Certamente tenho um bom gosto, ficou divina filha. - Exclamou ao olhar para mim que rapidamente levantei-me e fui na direção de Erison que me deu o braço.
- Certamente. - Murmurei ao sairmos da casa e entrarmos no flutuador.
A praça estava toda decorada de vermelho e azul, abarrotado de pessoas, um grupo de cantores se apresentava num palco, atrás deles colocaram uma cadeira parecida com trono para que o Lorde Pelletier ficasse.
Ao chegarmos, consegui disfarçar muito bem o incômodo que sentia, os olhares curiosos que lançavam, abriram passagem para nos dois que caminhavam juntos, gritos de saudação e flores eram atirados por onde o Imperador passava.
Me concentrei no final do trajeto, ao chegarmos no palco o Imperador fez questão de me exibir para todos.
Depois dele se sentar em seu trono me afastei e fiquei lá em baixo olhando para a multidão, todos falsamente felizes, medo, era o que eu via nos olhos das pessoas.
Meu olhar parou subitamente, no homem de logo cedo, o mesmo que escondiam as crianças, seus cabelos negros sedosos reluziam, ao seu lado estava um outro que me encarava, seus cabelos eram tão negros quanto os meus, ele deveria ter uns cinquenta anos.
Não entendi aquele olhar, havia algo que eu desconhecia, não era lascívia e muito menos medo, talvez alegria.
O transe foi rompido quando o Imperador começou a discursar.
- Boa noite a todos os presentes, estou grato que os serviços do prefeito Evans estão se cumprindo, eu parabenizo a todos pelo vigésimo sexto aniversário do Bloco 7,  fico feliz em saber que a lealdade desta cidade pertence a mim, posso afirmar que os protegerei de qualquer ameaça, se, continuarem do meu lado. Boa noite a todos  e que comece a festa. - Dito isso o Imperador deu o sinal e os fogos de artifício explodiram, fazendo com que todos vibrassem de emoção.
Meus olhos varreram os rostos das pessoas a procura do homem, mas ele havia sumido, tratei de andar pela praça a procura de algo suspeito.
Crianças corriam ao meu redor, eu não sabia o que fazer, nunca tinha visto aquilo, paralisei e as observei.
Uma garotinha de cabelos castanhos de pele negra pegou minha mão e começou a rodar comigo.

Parei subitamente, e retirei a sua mão entrelaçada da garota, o cheiro que invadiu minha narina era adocicado como morango e alecrim, eu tentei seguir o rastro da essência.
Andei pela multidão que me espremia, eu perdi o cheiro e decidi voltar para junto do Lorde Pelletier, e lá estava ele, bebendo e sorrindo, conversava com os ricos e importantes do Bloco 7, optei por ficar longe de seus olhos mas perto o bastante para protege-lo.
Meu instinto foi aguçado, um homem jovem baixo e de pele parda andava estranho, algo estava o incomodando na sua cintura, ele se aproximava do imperador em passos largos, estava extremamente nervoso, eu entendi o que ele queria e me apressei silenciosamente, o interceptei no momento exato que o mesmo sacou o revólver na direção de Ereson, as pessoas se assustaram com a cena, em questão de segundos o imobilizei tirando a arma de suas mãos. Eu o levantei e o levei longe dos olhares curiosos, o General nos conduziu para a delegacia, o Imperador nos acompanhou claramente irritado.
- Quem é você? - Gritou Lorde Pelletier.
eu pus o homem em uma cadeira e o augemei.
- Eu perguntei, quem é você? - Perguntou novamente o Lorde Pelletier.
- Não falo com monstros. - O homem sibilou.
- Seu imundo. - Erison deu um tapa no rosto do homem.
- Senhor, será melhor deixarmos que nós façamos ele dizer a verdade dele. - Sugeriu o General Derek.
- Sou totalmente capaz de lidar com essa gentinha, não ouse me questionar. - Esbravejou Erison.
- Meu senhor, nós só estamos zelando pela sua imagem, não queremos que se desgaste com algo sem merecimento da sua atenção, lhe daremos o relatório de nosso interrogatório nos mínimos detalhes. - Disse olhando para os pés.
O Imperador permaneceu calado por alguns minutos ponderando a sugestão por fim cedeu.
- Está bem, voltarei amanhã. - Dito isso Erison partiu deixando o General Derek, eu e alguns soldados com o estranho.
- Estou certo que você sabia os riscos que estava correndo quando fez o que fez, então colabore para o seu próprio bem. - Falou Derek com o tom de voz profissional.
- Eu sabia sim, mas não pensei que alguém notarial tão rápido, mal cheguei perto dele. - Disse o homem estranho olhando diretamente para mim.
- Qual o seu nome?- Perguntei ao me aproximar.
- Tobias Rey. - Olhou fixamente para mim, hipnotizado pela minha beleza, não que eu me considerasse, porém foi o que me disseram.
Não era um poder, estava mais para uma técnica.
- Quem é você? - Eu disse tocando o rosto de Tobias.
- Um rebelde. - Declarou bobo.
- Quem o enviou? - Sussurrei em seu ouvido.
- O nome de nosso líder é Tiago Lattes. - Suspirou Tobias.
- Onde vocês estão concentrados? - Perguntei sedutoramente, beijando o rosto do rebelde.
- Próximo ao Bloco 5, uns dez mil quilômetros ao .... Espere, não, você está me manipulando. - Gritou desesperando sacudindo a cabeça.
- Obrigada por sua ajuda Tobias Rey. - Sorri saindo da sala.
Minhas técnicas sempre foram de grande ajuda para as missões nas quais eu era designada, e mesmo que o tal rebelde não estivesse dado todas as informações completas o trabalho dos homens do Imperador fora facilitado.

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