Assim que acordo não encontro a garota na minha cama. Procuro pelo quarto e ela não está. Acho estranho ela ter sumido, disse que precisava do dinheiro que iria receber. Ligo na recepção.
— Venâncio, você viu a garota?
— Ela está aqui na entrada do hotel, Augustus. Não se preocupe, ela está falando com o irmão dela.
— Você a conhece?
— Sim, Chloe é uma garota nascida na cidade. Sua mãe morreu faz poucos meses, seu irmão é um bandido, está sempre metido em confusão e ela não teve muita alternativa na vida. Desculpe, não quero atrapalhar sua manhã. Ela já entrou no elevador e está subindo. Bom dia, doutor. — Desligo o telefone e finjo estar dormindo quando ela entra. Está nervosa, caminha em silêncio, sentando na poltrona ao meu lado, olhando se estou mesmo dormindo. Volta a respirar outra vez. Eu nunca pensei porque uma mulher ganha a vida vendendo o corpo. Sempre achei, desde quando descobri que meu pai fazia isso, é que elas gostassem de sexo assim como nós homens, nunca pensei que seria por não ter outra opção na vida. Claro que sei que muitas não tiveram escolha, mas sempre achei que gostassem de sexo para escolher esse meio de vida. Ela se levanta da poltrona e se senta ao meu lado.
— Augustus? — Diz bem baixo. Abro os olhos e encontro sua íris azul me olhando bem perto. — Bom dia, você está bem? — Ela sorri, me fazendo esquecer que está ali porque estou pagando.
— Estou bem, acho que estava cansado. Venho trabalhando demais nas últimas semanas.
— Trabalhando demais e trepando de menos? — Ela alisa meus cabelos rebeldes.
— Acertou precisamente. Pretendo colocar em equilíbrio esses dois elementos nesse final de semana. Trabalhar menos e trepar mais. — Ela toca em meu pau, movimentando-o para que atinja a ereção completa.
— Podemos começar agora. — Acho que é uma boa maneira de começar o dia. Aponto a mesa de cabeceira e ela apanha o preservativo, enquanto se desfaz da roupa.
Sobe em cima de mim e me encaixa em sua boceta, cavalgando como uma exímia amazona no meu pau. Não tem a mesma vergonha de ontem a noite, mas tem a pureza de uma mulher recém iniciada na arte do sexo. Gosto de ver seus seios pulando, ela trotando em mim, segurando os cabelos no alto da cabeça. Seguro sua cintura, moendo meu pau nela até chegar ao gozo, descobrindo que sexo ao acordar é a oitava maravilha do mundo e eu não exercitei muito desse fenômeno nos meus vinte e oito anos de vida. Preciso rever minhas trepadas.
Depois do sexo, tomamos café da manhã e vendo Chloe colocar novamente a calça jeans, pergunto se ela tem roupas para passar o fim de semana na fazenda.
— Tenho um vestido e um short e camiseta. Essa bota e uma sandália. Acha que preciso de mais coisas?
— Não, acho que está bom. Veja bem, minha cunhada vai te especular, então não se contradiz, diz que me conheceu há pouco tempo e responde que não sabe se ela perguntar algo mais íntimo.
— Tudo bem, vou procurar não ficar disponível para ela fazer essas perguntas. — Seguro seus cabelos em minhas mãos, fazendo-a olhar para mim.
— Pode apostar que você não ficará muito tempo livre, Chloe.
No carro noto que ela está nervosa e decido perguntar sobre o que aconteceu logo pela manhã na frente do hotel.
— Quem te procurou no hotel hoje cedo? — Ela me olha assustada. — Achou que eu não saberia?
— É meu irmão, não precisa se preocupar. Ele precisava de dinheiro.
— Você deu o dinheiro que você ganhou a ele? — Ela olha para a estrada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
AUGUSTUS
Short StoryUM CONTO PARA MAIORES DE DEZOITO ANOS Augustus é um homem de 31 anos que, após enfrentar a dolorosa perda de sua mãe ainda jovem, decide que nunca entregará seu coração a nenhuma mulher. Ele prefere se relacionar apenas com mulheres que ele paga por...