The Heat Of Alpha [Shortfic SQ - Universo ABO]

Capítulo Cinco - Protocolo.

Regina verificou as horas mais uma vez, sentindo-se ansiosa com a espera. Ela deixou o escritório da Srta. Fa depois de ouvir as explicações da gerente da boate sobre os procedimentos que todos precisavam seguir naquela situação, entrando no veículo que a casa noturna colocou a disposição logo em seguida, mas ainda sem Emma.

Regina pediu desculpas à Zelena por, de alguma maneira, ter interrompido a noite de comemoração das duas, porém a ruiva não pareceu se chatear, apenas comentou que aguardaria com muita curiosidade, além de ansiosamente, por todos os detalhes sobre os acontecimentos daquela noite, depois que Regina ajudasse a jovem ômega durante o ciclo de cio.

— Por que a Srta. Swan não pode já me acompanhar? — Regina pensou mais uma vez em parte da conversa que travou com a Srta. Fa, ainda na Rabbit Hole.

A moça encarou-a com expressão séria.

— Entenda que adotamos essas medidas para a segurança de todas as pessoas envolvidas, Sra. Mills. Embora nos preocupemos mais em proteger os ômegas — Mulan começou a explicar calmamente — No passado, não seguíamos quase nenhum protocolo e permitíamos que os ômegas saíssem livremente daqui na companhia dos alphas que os arrematava. Apenas quando terminava o período do cio, entrávamos em contato com o ômega para saber se tudo transcorrera bem. Porém, numa ocasião, um dos ômegas leiloados não atendia às ligações, nem estava sendo encontrado no endereço informado no contrato feito conosco. Obviamente, ficamos preocupados e enviamos dois seguranças para a residência do cliente alpha. Chegando lá, eles descobriram que o homem continuava mantendo o ômega em sua casa, numa situação de cárcere privado e chegou ao ponto de reivindicá-lo sem o consentimento do rapaz.

Regina ficou em choque, mas também indignada com o comportamento criminoso de um cretino que compartilhava do mesmo status dela.

— O ciclo de cio é um momento de muita fragilidade para os ômegas — Mulan continuou —, acredito que mais até do que a rotina para os alphas. Então temos que ser responsáveis com essas moças e rapazes que estabelecem conosco um acordo para participar dos leilões na Rabbit Hole. A maioria deles chegam até nós desesperados e vulneráveis, pensando apenas no dinheiro que irão ganhar. Assim, nossa empresa precisa monitorar, mesmo que de fora, toda a situação e garantir que os ômegas não passem por maiores traumas durante a experiência com os alphas compradores. A senhora compreende?

Regina fez que sim com a cabeça, não apenas entendendo a necessidade dos protocolos. Ela também sentiu-se aliviada em saber que os ômegas leiloados contavam com alguma proteção por parte da casa noturna. Infelizmente, em vista do comportamento agressivo e, por vezes, criminoso dos alphas, toda medida protetiva adotada era mais que necessária.

Checando mais uma vez o relógio, ela imaginou que Emma certamente já estava a caminho. A alpha chegou há pouco mais de uma hora no quarto que alugou às pressas num hotel, enquanto ainda estava no escritório da casa noturna, e conseguiu providenciar tudo que achou ser necessário para passar os próximos dias cuidando da ômega.

Apesar dos filhos estarem aproveitando uma semana de férias numa praia do México, Regina achou melhor não levar Emma para a própria casa, porque corria o risco de Henry e Evie voltarem antes do esperado e encontrarem a mãe acasalando com uma ômega desconhecida. No momento, a alpha preferia evitar esse tipo de situação constrangedora para todos.

Quanto ao trabalho, ela já havia encaminhado um email ao setor de RH da ΨCorp, explicando, mas sem entrar em detalhes sobre o leilão na casa noturna, a razão de sua provável ausência no trabalho na segunda e na terça da semana seguinte, porque possivelmente o ciclo de Emma duraria quatro dias e ainda era a madrugada de sábado.

Mesmo que Emma e ela não estivessem vinculadas por mordidas de reivindicação, a política da ΨCorp era flexível sobre as faltas de seus empregados, sempre que eles precisavam se ausentar para ajudar o/a namorado/a durante as rotinas ou os ciclos de calor, e Regina teve que inventar uma mentira sobre estar namorando essa moça há umas duas semanas e ela entrar no cio inesperadamente.

"Que se dane se o RH não acreditar", ainda pensou enquanto clicava em enviar e-mail. "Raramente falto e não me preocuparei com isso agora."

Na varanda do quarto, ela observava a escuridão no horizonte da cidade, quando três batidas firmes na porta a tiraram de seus pensamentos.

Com pressa, Regina cruzou o caminho até a porta, abrindo-a sem nem mesmo verificar o olho mágico, porque sabia que só poderia ser uma pessoa.

—Boa noite, senhora! — Um beta alto e musculoso com voz de cantor de ópera a cumprimentou. — Viemos trazer sua ômega. — Ele disse, dando um passo para trás e permitindo que Regina visualizasse Emma.

"Sua ômega", a alpha pensou na escolha de palavras do homem enquanto se deixava envolver pelo cheiro delicioso do cio da Srta. Swan.

Ela precisou reprimir o impulso de rosnar para a outra beta que também acompanhava Emma, porque a mulher segurava no braço da ômega, mesmo que levemente.

Emma estava de olhos vendados e quase encolhida. Regina era capaz de farejar o medo dela no ar e uma sensação de descontentamento começou a tomar-lhe os sentidos, porque ela não gostou de ver a ômega assim, como se estivesse com medo dela.

Mas, para seu alívio, ela logo percebeu o momento em que a ômega inclinou levemente a cabeça, aspirando o ar. Segundos depois, Emma emitiu um rosnado baixo, muito atraente, aparentemente satisfeita com o perfume alpha que captou ao redor.

Sem perder mais tempo, Regina pegou na mão de Emma, sentindo seu pulso acelerar e a tensão se formando na parte da frente da calça que vestia.

—Obrigada! Eu cuidarei dela a partir de agora. — A alpha disse num tom firme, puxando Emma para dentro do quarto e querendo se livrar logo dos dois seguranças. — Vocês podem ir. — Dito isso, ela trancou a porta sem esperar por resposta.

— Sra. Mills?! — a voz de Emma soou baixa e trêmula, enviando outra onda de calor para percorrer o corpo da alpha.

Mantendo o autocontrole, Regina tirou a venda dos olhos de Emma e a ômega piscou um pouco para se habituar a claridade da luz no quarto.

— Que bom revê-la, Srta. Swan! — Regina falou num tom de voz mais gentil — Só lamento as circunstâncias — Quis pontuar e decidiu que depois conversaria com a ômega para saber onde ela estava com a cabeça, quando achou que seria prudente leiloar o próprio cio, arriscando-se a ser arrematada por algum/a louco/a que poderia fazer coisas terríveis com ela, inclusive mantê-la em cárcere privado.

Só de pensar, um calafrio percorreu a espinha da alpha.

— Eu não sabia que a senhora tinha me arrematado. — Emma comentou, envolvendo o próprio corpo com os braços para evitar se dobrar de agonia. As pontadas persistentes e a sensação quase incapacitante de febre já tomavam cada fragmento do corpo dela.

Regina franziu o cenho.

— Você não gostou de saber que fui eu? — perguntou, ficando numa postura defensiva.

Emma sacudiu a cabeça.

— Não é isso, só fiquei surpresa — a ômega explicou quase num tom de desculpas — Não imaginei que a senhora participava desses leilões... Não que seja errado participar, eu só... — parou de falar, sem saber ao certo o que dizer, e sentindo sua mente se perder, encoberta pela névoa de desejo que se infiltrava na consciência dela a cada segundo que passava perto daquela alpha linda, que exalava um cheiro tão perfeito e dominante.

Percebendo o tremor no corpo de Emma, Regina instintivamente se aproximou mais da moça, envolvendo-a em seus braços quentes e protetores. A alpha cheirou profundamente o cabelo macio da ômega, reprimindo um murmúrio de prazer.

O perfume do cio de Emma era devastador e encheu a boca de Regina de água. Ela sentia seu controle se esvair à medida que o desejo de deitar a ômega na cama, montá-la e amarrá-la com o seu nó, crescia rapidamente.

— Da última vez que nos vimos, você cuidou de mim tão bem, Emma — a alpha murmurou num tom estranhamente doce e tremendo levemente enquanto os lábios da loira roçavam delicadamente em seu pescoço — Chegou a minha vez de retribuir — pontuou com voz sedutora — Me deixe cuidar de você também, por favor!

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