Capítulo Um - Política da empresa.

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Fanfic Two-Shot = dois capítulos.

Aproveitem a leitura!


O silêncio reinava soberano no loft e a alpha permanecia de pé, observando a vista panorâmica da cidade enquanto tomava um pouco de chá. Desde a adolescência aprendera a acalmar a rotina de calor com aquela receita da mãe.

O chá de valeriana nos ajuda a abrandar o cio — dizia Cora, logo depois que a filha mais velha se apresentou como alpha — Pelo menos, nas primeiras horas. Depois você precisará de um/a companheiro/a para dar o nó, caso contrário sua rotina não acabará em menos de três dias, período no qual você sentirá muito desconforto e dor.

Eu não posso tomar supressores como a senhora? — uma jovem e assustada Regina perguntou à mãe.

Cora sorriu de maneira indulgente, erguendo a mão para acariciar o rosto da filha.

Não nas suas primeiras rotinas, minha princesa! — a mãe explicou — De qualquer maneira, só é indicado usarmos supressores quando não encontramos um/a companheiro/a, porque, com o tempo, esses remédios podem prejudicar a nossa saúde. Mas não se preocupe, tome esse chá e vá para o seu quarto. Mamãe logo encontrará uma boa ômega para ajudá-la com sua primeira rotina.

Suspirando, Regina olhou para a xícara quase vazia em sua mão. Muitos anos atrás, Cora realmente encontrou uma ômega para ela. Durante as primeiras rotinas, Regina teve por companheiras, prostitutas que Cora contratava sempre que o cio da filha chegava.

Depois, na faculdade, acabou ficando mais fácil para a Jovem Mills achar, por si só, ômegas dispostas a acasalar com ela. Mulheres que a ajudaram a enfrentar os caóticos períodos de cio. Foi assim até conhecer Danielle, a moça com quem se vinculou e permaneceu durante vinte e um anos, e com quem também teve dois filhos, Henry e Evie.

Mas, infelizmente, Danielle faleceu num acidente de carro, rompendo de forma abrupta e trágica o vínculo com a alpha. Regina passou o primeiro ano de luto, vivendo no automático e decidiu continuar respirando por causa dos filhos, a quem amava incondicionalmente. Mas a verdade é que ninguém a preparou para a dor sufocante que sentiria ao seguir o caminho sem o amor da vida dela.

Nos primeiros quinze meses do luto, a alpha não entrou na rotina, e chegou a pensar que isso jamais aconteceria de novo. Porém, no décimo sexto mês depois de perder Danielle, Regina começou a sentir arrepios de calor e pontadas pelo corpo, os primeiros sintomas que sempre antecediam a chegada do cio.

Então, ela não ficou propriamente surpresa quando, mais cedo naquele dia, sentiu a pulsação entre as pernas e, do nada, uma dolorosa ereção se avolumou enquanto estava em seu escritório na ΨCorp. Seu cio chegara e lhe custou quase uma hora debaixo do chuveiro frio de um dos vestiários da empresa para diminuir, por um tempo, os efeitos angustiantes da rotina. Mais controlada, ela logo comunicou ao RH que precisaria se ausentar da empresa e ficar afastada do trabalho pelos próximos três dias, no mínimo.

Porém, conforme a política da ΨCorp, alphas e ômegas sem vínculo e sem parceiro/a, não poderiam passar os cios sozinhos, porque isso representava mais dias afastados do trabalho, além dos três necessários quando eles tinham alguém para se acasalar.

Por esse motivo, Regina agora esperava com frustração e certa irritação, que a acompanhante contratada pela ΨCorp chegasse para ajudá-la com a rotina.

No momento seguinte, sorriu com amargura ao pensar que a ΨCorp ocupava o papel que sua falecida mãe ocupou no passado, arrumando-lhe prostitutas. Mas, pelo menos, Cora fazia isso para ajudá-la, preocupada em cuidar da filha, enquanto a empresa estava apenas tomando medidas para não ficar sem a produtiva executiva por mais tempo do que era necessário.

The Heat Of Alpha [Shortfic SQ - Universo ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora