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Alemanha —> Londres

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Alemanha —> Londres

Da pra gritar por socorro agora? Ou eu preciso mesmo continuar dentro desse avião?

Estamos aqui dentro há alguns minutos e eu já estou prestes a surtar. Eu odeio aviões. ODEIO.

Tudo bem, vai dar tudo certo, eu to bem, meus amigos estão bem, meu irmão ta bem — talvez um pouco incomodado com Vincent. —, minha namorada tá bem... AI CARALHO

— Deseja alguma coisa senhor? — A aeromoça me cutuca, tirando meu transe em um susto.

— Cacete... — Respiro. — Desculpa. Não quero nada, obrigado.

Ela me encara por alguns segundos, como se estivesse tentando achar onde estava a brincadeira na minha fala. Não tem brincadeira. Isso deve ter parecido bem rude, mas não sei se valeria a pena sair falando que eu estava perdido nos meus pensamentos e longe demais pensando em como eu odeio essa caixa de metal enorme que VOA. Como essa caixa de PURO METAL pode ficar DE BOA em uma altura enorme do chão?????? Físicos, calem a boca, eu não quero ouvir um raciocínio lógico.

Até porque aquele papo da maçã já me lembra meu ensino médio. Credo. Lembrar do inferno é tão familiar que chega a me dar ânsia de vômito.

— Eu quero um copo de água por favor. — Aylin passa por cima de mim, apoiando a mão na minha coxa.

A aeromoça segue em frente para chegar em Georg e Gustav depois de entregar a água para Aylin.

— Vou ter que cuidar de você também, Tom? — Indagou ela.

— EU? — Isso saiu um pouco mais alto do que eu esperava. — Não, eu to bem.

— Que bom, mas acho que quem não está bem é o Bill... — Ela apontou para o meu gêmeo.

Bill está com os seus cabelos abaixados, sem gel e nem penteados mirabolantes. Ao lado dele está Adrak, que conversa com Vincent sobre alguma coisa que se relacione com guitarras. Parece mãe quando se encontra na praça e começa a falar o quão incrível seu filho é (mesmo que 70% é apenas mentira pra se sentir superior).

Me viro para ela, tentando regular a minha respiração e ignorar a cena do nosso lado.

— Ele está melhor?

Adrien estava entre os braços de Aylin, ainda tremendo um pouco.

— Vai ficar melhor até chegarmos lá. — Ela deixou um selinho no topo da cabeça de Adrien. — Para os autógrafos com as fãs.

Cheguei mais perto da minha namorada, conseguindo sentir o cheiro de mirtilo exalado pelos cabelos castanhos. Selei meus lábios no seu pescoço, o que a fez sorrir.

— Conseguiu descobrir o que abalou ele?

— Sophie. — A feição dela se desfaz. Um semblante triste e desapontado se forma. — Ela o traiu com Henry Coleman em 2009.

— MEU DEUS EU SABIA QUE ELE AINDA ESTAVA ENTRE NÓS! — Gritei.

Aylin tremeu.

— Precisava gritar?

— Não, mas, caralho é tão bom ver o quanto o tempo me inocentou!

Ela não respondeu, voltou a olhar para o irmão enquanto tentava conversar com ele.

Ouvi mais algumas partes da conversa enquanto tentava não me distrair com Bill, que tava quase chutando Vincent pra fora do avião.

— Então, eu pensei em comprar esse modelo, mas quando vi a minha guitarra exposta lá no fundo da loja, foi amor a primeira vista! Ainda consegui desconto de 500 euros! — Escutei a voz rouca de Vincent do meu lado. Pronto, já roubou minha atenção. — Dá pra imaginar que eu pagaria muito menos numa guitarra daquelas?

— Caralho, foi inteligente. Acho que eu nunca teria conseguido essa proeza. A não ser que eu me passe pelo Adrien e roube uma dessas. — Adrak riu.

— Daria super certo, vocês são idênticos! — Vincent riu junto, me deixando interessado ao ver Bill reagindo à conversa. Era tanto olho revirado, tanto ódio na lingua e um veneno que Bill deveria estar segurando que chega a ser engraçado.

Bem vindo à 2006 maninho, agora você sabe o que eu passei com Henry Coleman.

— Claro! Já fiz isso uma vez em uma prova de matemática muito importante lá na Grécia... resultado: Adrien quase ficou de recuperação e de brinde quase fui expulso de casa.

— Meu Deus! — Vincent deu uma risada que chegou a bater forte no meu ouvido. — Simplesmente um gênio! Seus dons são maneiros, espero descobrir mais deles...

CHEGA, DEU, AYLIN FALA ALGUMA COISA.

— Ótimo, Adrien precisa de mais calmante. Me passa essa água por favor?

POSEIDON OBRIGADA!

— Aqui. — Passei a água para ela, focando somente nos dois.

Até eu sentir uma mão puxando meu braço com tudo.

— Tom Kaulitz, muda esses dois aqui de assunto antes que eu bata no Vincent. — Bill sussurrou no meu ouvido.

— Deixa de ser ciumento, Bill.

— É o meu homem que tá parecendo um golden felizinho com outra pessoa. Anda, faz algumas coisa antes que eu humilhe até a quarta geração daquela cópia mal feita minha.

𝐌𝐎𝐎𝐍𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 | Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora