Dois

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Jurei que não iria fazer uma continuação e que focaria nos meus outros projetos. Mas eu borbulhei de ideia e percebi que realmente esse plot têm muito potencial.

Estarei lançando mais alguns capítulos sobre a história, mas não passará de dez, e também não demorarei para atualizar (ou seja, deixem a história na biblioteca para não perderem nenhuma atualização!).

Espero que gostem. Xoxo.

(E, sim, essa música tem tudo a ver com a fanfic.)

🍂

Miyeon sorria a acenava para as pessoas dentro da igreja abafada, como se fosse a própria rainha da Inglaterra. Estava acostumada com todo aquele teatro, com sorrisos falsos, fingir que seu sobrenome realmente carregava algum peso.

O fato era que a loira cresceu naquilo, aprendeu desde nova como deveria ser e agir. Como orgulhar Jihye e Jaewon, seus pais, principalmente por ser sua única filha. Miyeon estava tanto tempo usando essa máscara falsa de quem realmente era que havia se perdido tentando agradar mais as pessoas do que a si mesma.

Quando pintou o cabelo de rosa escondido, quando tinha quinze anos, foi um escândalo. Tivera que se acostumar a ouvir o quanto era imprestável e burra por ter feito tal ato. Mas Jihye havia amado quando saiu do rosa para o loiro. Tanto que nunca deixou Miyeon mudar sua cor de cabelo novamente para o castanho natural. Mas essa era uma das menores preocupações, porque a garota realmente gostava do seu cabelo loiro.

Nunca fora ensinado à si que existia a possibilidade de gostar de garotas. A palavra lésbica era algo que só havia descobrido por conta de suas falsas amigas, que falavam mal de pessoas assim.

Então foi uma surpresa até para si mesma quando toda aquela loucura com Shuhua começou.

Elas se conheceram porque Yuqi — a amiga em comum, e talvez uma das únicas amigas verdadeiras de Miyeon — as apresentou. Miyeon estranhou de começo, porque nunca havia visto uma garota desfeminina. Mas, ao mesmo tempo, ficou intrigada. Muito intrigada.

Um dia em uma festa, beijou Shuhua atrás de uma árvore, e depois saiu correndo.

— Miyeon, como você cresceu! — uma senhora que ao menos reconhecia disse, segurando ambas as mãos delicadas da garota. A loira sorriu forçadamente. O olhar da mulher transitou do rosto dela para às mãos. — Por que não deixa as unhas crescerem? Ficaria tão lindo!

O rosto de Miyeon corou de leve quando lembrou do motivo, e teve que segurar o sorriso que viria a nascer em seu rosto ao lembrar do corpo de Shuhua nas próprias mãos.

— Também acho isso, senhora Kim. Mas, infelizmente, Miyeon é muito teimosa! — Jihye lançou um olhar julgador à filha, mas tratou de rir, para a senhora à sua frente achar que estava brincando. Mas Miyeon sabia que não estava.

A missa começou, e Miyeon ajeitou o vestido branco rodado que estava usando. A voz grossa do padre cantando a música inicial fez o ouvido da loira doer, e também que se segurasse para não rir.

Estar lá era outra coisa que fazia por pura aparência. Talvez tudo na vida de Cho Miyeon fosse por aparências.

Seus olhos transitaram por todo o local. Acenou quando viu Minatozaki Sana, uma de suas colegas do time de torcida — outra coisa que fazia por aparência.

Quando avistou Shuhua em meio à multidão, seu coração parou. O que caralhos ela está fazendo aqui?, pensou. E, merda, estava linda. Sempre estava, na verdade, mas dessa vez estava usando uma blusa curta preta que mostrava um pouco da barriga chapada. Seu olhar se arrastou pela cintura que mal estava amostra, mas se arrepiou com as memórias de como cabiam perfeitamente em suas palmas. Nunca havia visto Shuhua com blusas que não fossem mais de duas vezes seu próprio tamanho.

Rebelde | Mishu Onde histórias criam vida. Descubra agora