Fugindo dele

722 72 59
                                    

      Dizem que quando a vida está ruim, sempre pode piorar. Acredite nessas palavras, pois sou a prova viva disso.

     Corro o mais rápido que posso. Meus saltos estão quebrados, e o vestido longo vermelho, manchado de lama, revela minhas pequenas quedas durante o percurso.

   Sinto meu coração acelerar, o pânico me dominando, pois a cada segundo ele se aproxima mais de mim.

Viro na esquina e me encontro encurralada em um beco sem saída. Não há alternativa; preciso me esconder ali.

Vejo alguns sacos pretos de lixo e me escondo, jogando-os sobre mim e encolhendo-me.

Escuto seus passos entrando no beco. Estou ofegante e coloco a mão na boca, tentando permanecer em silêncio.

Deixo uma pequena brecha para olhar o homem que me persegue.

Ele avança lentamente pelo local. Não consigo ver seu rosto, pois o lugar é escuro e mal iluminado, e ele usa um casaco com capuz.

O homem abre a lata de lixo verde no canto, grande o suficiente para que eu pudesse me esconder. Ele deduz que eu poderia estar ali.

Como não consegue me encontrar, ele xinga em voz alta e chuta a lixeira com tanta força que assusta alguns ratos escondidos atrás dela.

Um rato passa por cima de mim, e sinto suas patinhas em minha perna. Preciso ter autocontrole para não gritar e sair correndo.

Suspiro aliviada ao vê-lo se afastar. Porém, antes que ele consiga virar a esquina, meu celular toca alto, chamando sua atenção imediatamente.

Ele corre em minha direção, começando a tirar os sacos de lixo de cima de mim.

Agora é o meu fim. Já não tenho mais para onde correr. Estou totalmente ferrada.

Na hora erradaOnde histórias criam vida. Descubra agora