Final

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NATALIE

Vejo Max entrar na sala e olhar para Louis, caído no chão, ensanguentado.

– Mas que merda aconteceu aqui? – perguntou ele, furioso.

– Essa vadia me esfaqueou – respondeu Louis, me olhando com desprezo. – Mate a Natalie, mate os dois!

– Você não vai encostar um dedo na Natalie, seu maldito. Eu não vou deixar isso acontecer – disse Ryan, se posicionando na minha frente, me protegendo.

     Os sons das sirenes da polícia, ficando a cada segundo mais próximas, me deixam aliviada. Agora falta pouco para esse pesadelo acabar.

– A polícia está vindo. Eu não quero ser preso, Louis – disse Max, desesperado, enquanto os policiais começaram a cercar a casa.

– Você é um inútil, Max. Eu sempre tenho que fazer o serviço sozinho – disse Louis, se levantando, mesmo tonto. Ele pegou a faca que seu cúmplice estava segurando e partiu para cima de nós.

   Louis avançou para cima de nós dois, mas Ryan foi mais rápido, segurando o braço dele e lutando contra a faca que estava quase perfurando sua barriga. Nesse momento, a polícia invadiu o lugar.

– Solte a faca imediatamente ou vou atirar – disse o policial com a arma apontada para Louis.

– Louis, desista disso. Larga essa droga de faca, acabou – disse Max, sendo algemado por um dos policiais.

    Ryan ficou distraído com Max falando, então Louis aproveitou para cortar a lateral da sua barriga. O policial atirou na perna de Louis, fazendo-o cair no chão, gritando de dor.

   Ryan começou a perder as forças e eu o segurei, mas acabei caindo no chão junto com ele por falta de força. Sentei no chão, segurando o rosto dele no meu colo.

– Ryan! – exclamei, desesperada, vendo a quantidade de sangue saindo do machucado. – Aguenta firme, a ambulância está chegando – falei, tirando meu casaco e pressionando contra a ferida. – Você vai ficar bem, por favor, não me deixa.

– Você está a salvo, princesa. Está tudo bem agora – disse ele, colocando a mão no meu rosto, sujando-o com seu próprio sangue, enquanto seus olhos castanhos se fechavam.

– Ryan? Acorda, por favor, acorda. Você não pode morrer, você não pode me deixar, por favor, não morra. Alguém me ajuda, por favor – falei, começando a chorar de desespero, preocupação, culpa. Eu nunca vou conseguir me perdoar se ele morrer.

    A ambulância chegou ao local e os paramédicos socorreram Ryan e Louis, que estavam em estado crítico. Enquanto isso, eu ficava chorando com o coração apertado. Eu não vou aguentar se ele morrer.

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Um mês depois

   Eu estou andando pela avenida movimentada, animada para encontrá-lo no café. Eu não teria conseguido aquela vaga de emprego se não fosse por ele. Afinal, tive que sair da empresa onde trabalhava, não tive coragem de continuar sendo secretária do pai do homem que tentou me assassinar inúmeras vezes.

  O Sr. Harris me pediu desculpas por tudo o que aconteceu, dizendo que não fazia a mínima ideia de como o filho realmente era. Vi honestidade em suas palavras. Ele é um homem bom e generoso, então imagino o choque dele ao ver o filho ser condenado por assassinato e tentativa de homicídio, pegando prisão perpétua. Enquanto isso, Max recebeu uma pena de dez anos por ter sido apenas cúmplice. Ele se arrependeu e confessou o crime, e o juiz diminuiu sua pena por causa disso.

    Atravessei a rua no sinal verde, chegando ao café. Quando entrei no local, vi Ryan sentado de costas para mim, concentrado na sua xícara de café. Sorri feliz por vê-lo bem e recuperado. Ele se virou e me deu um sorriso largo antes de se levantar e me dar um abraço apertado assim que cheguei à nossa mesa. Ele se recuperou da facada sem nenhuma sequela. Estou aliviada por tudo isso ter acabado bem.

– Oi, Nat – falou ele, me apertando mais um pouco antes de me soltar.

– Oi, Ryan. Como você está?

– Eu estou bem – disse ele, puxando a cadeira para eu me sentar. – Você tem mantido contato com o Dylan?

– Não. Eu não o vejo desde que me mudei de apartamento – respondi, sentando à mesa.

– Você sabe que é minha melhor amiga. Eu só quero o melhor para você...

– O que você fez, Ryan? – perguntei, ficando nervosa.

– Ele é meu irmão. Acho que ele não está se recuperando do término, está se afundando. Dylan sempre foi louco por você.

– Louco por mim? Ele me traiu com minha melhor amiga.

– Eu descobri essa filmagem quando voltei para casa – disse ele, me dando uma câmera. – Dylan me contou seu plano para desmascarar Karina. Eu sei que meu irmão é burro, então escondi essa câmera em um ângulo que ninguém perceberia. Descobri algo bem interessante. Você precisa ver isso.

   Ryan tem razão. Eu não posso continuar evitando Dylan e toda essa situação para sempre. Preciso encerrar esse capítulo da minha vida para seguir em frente. Dou play na filmagem, sentindo nervosismo pelo que vou descobrir, mas vejo tudo o que aconteceu naquele dia, Karina confessando seu plano asqueroso de fingir que tinham transado depois de drogar Dylan. Essa mulher é mais louca do que eu imaginava.

– Você vai voltar para ele? – Ryan perguntou quando devolvi a câmera.

– Não. Eu não vou voltar a namorar Dylan. Passei por momentos traumáticos. Vi minha vida passar diante dos meus olhos diversas vezes. Não sou a mesma Natalie de alguns meses atrás, acho que nunca mais serei. Quero ficar sozinha para focar em mim. Estou feliz sozinha, estou praticando meu autoconhecimento, me redescobrindo. Não estou pronta para reatar ou viver um novo relacionamento agora. Preciso curar minhas feridas primeiro, então prefiro ter minha independência agora. Afinal, não precisamos de um relacionamento para sermos felizes. A nossa própria felicidade quem constrói somos nós mesmos. A outra pessoa é só um complemento e eu ainda não estou pronta para isso.

– Você está mais forte, Natalie. Estou orgulhoso de você – disse ele, sorrindo.

   Estou realmente mais forte. Passei a valorizar cada minuto da minha vida como se fosse o último. Olho para a mesa ao lado e vejo Karina, sozinha e abatida. Descobri por meio de outras pessoas que ela foi excluída. Ela brincou tanto com os sentimentos dos outros que só recebeu desprezo e solidão. Até o chefe dela não a suporta. Eu a perdoei, mas também quero distância dela. Ela não é uma pessoa confiável e a solidão é o karma dela.

   Olho para Ryan, antes de ser cercada por outros amigos novos que fiz no meu novo trabalho. Estou feliz por ter conhecido pessoas boas, gentis, amigos leais. Não estou sozinha. Ryan beijou sua nova namorada, Patrícia. Ela é minha colega de trabalho, fui eu quem os apresentou e fico feliz por ter juntado esse casal. Tenho certeza de que vou encontrar alguém algum dia, mas até lá vou viver cada momento ao lado de pessoas que me amam.

Fim


(Oi meus amores, tudo bem? Que saudades de vocês, desculpa a demora de finalizar essa história, mas passei todos esses meses com bloqueio, desânimo e etc... Agora que estou me sentindo melhor para escrever, para voltar a fazer o que mais amo nessa vida que é escrever e ter vocês comigo nessa jornada foi incrível, obrigada por cada comentário, votos, por ter ficado nessa história até o último capítulo. Eu pensei muito nesse final, eu achei que a Natalie sozinha foi a melhor opção, digamos que os pretendentes dela não eram as melhores opções, mas ela está feliz e isso é mais importante que qualquer relacionamento. O que vocês acharam dessa decisão? Obrigada por tudo, eu amo vocês.)

Na hora erradaOnde histórias criam vida. Descubra agora